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LANAGRO-MG: EXCELÊNCIA E VALORIZAÇÃO DA ... - CRMV-MG

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1- IntroduçãoA intoxicação por pesticidas em cães e gatos é parte darotina daqueles Médicos Veterinários dedicados aos cuidadosde cães e gatos. O conhecimento de suas propriedades,mecanismos de ação, sinais clínicos e tratamentos podeauxiliar na assistência prestada aos animais intoxicados.Os organofosforados são derivados do ácido fosfórico, ditiofosfóricoe tiofosfórico. Entre as suas propriedades químicasestão a alta lipossolubilidade e sua rápida hidróliseno meio ambiente e em meios biológicos. Eles podem possuirem sua estrutura a ligação P = S (thion) ou P = O (oxon).A forma thion não é inibidora da acetilcolinesterase até que,no fígado, seja bioativada para a forma oxon¹. Devido àdiversidade do grupo, é importante esclarecer que as terminaçõesou sufixos fosfato, fós, foro e fosfós indicam queo composto é um organofosforado (Fikes, 1990).O grupo dos carbamatos é formado por derivados do ácidoN-metil-carbâmico e dos ácidos tiocarbamatos e ditiocarbamatos.Entre os derivados do ácido N-metil-carbâmico,incluem-se os metil-carbamatos (aldicarb e carbaril),os carbamatos fenil-substituídos (propoxur) e os carbamatoscíclicos (carbofuran). Apenas o primeiro grupoapresente uma marcante atividade anticolinesterásica(Andrade, 2008).Cumarínicos são inibidores competitivos da vitamina K,interferindo na γ-carboxilação final dos fatores II, VII, IXe X, da qual ela é co-fator (Oliveira e Menezes, 2003). Derivamda 4-hidroxicumarina e entre seus derivados estãoa varfarina, brodifacoum, bromadiolona e deifenacoum(Clarke, Harvet e Humphreys, 1980 apud Rennó, Sacco eBarbosa, 2007).O objetivo desta revisão de literatura é proporcionar ao médicoveterinário maior conhecimento a respeito da toxicologiade alguns dos principais pesticidas, tornando-os capazesde reconhecer as intoxicações em suas diversasapresentações clínicas para que o tratamento adequadoseja instituído precocemente.2- Revisão de Literatura2.1- MECANISMOS DE AÇÃO2.1.1- ORGANOFOSFORADOS E CARBAMATOSOrganofosforados e carbamatos são rapidamente absorvidospela pele (principalmente lesada e em temperatura ambientealta), pelo trato respiratório e gastrointestinal. Distribuem-sepor todos os órgãos e tecidos, sendo que algunsdeles podem atravessar a barreira hematoencefálicae placentário. A biotransformação é hepática por meio dediferentes reações envolvendo, por exemplo, o citocromoP450. São eliminados principalmente pelas vias: urináriae fecal (Andrade, 2008).A acetilcolina é um neurotransmissor liberado nas sinapsesdas junções neuromusculares e tem como ação mediara transmissão dos impulsos nervosos dos neurônios préganglionares(no SNC) tanto parassimpáticos como simpáticos,para neurônios pós-ganglionares (Bardin, 1994).Normalmente a enzima acetilcolinesterase hidrolisa o neurotransmissorem duas frações inativas, a colina e o ácidoacético (Hatch, 1992). Existem dois tipos de colinesterase:a acetilcolinesterase (colinesterase verdadeira, acetilidrolaseou colinesterase eritrocitária), presente no tecido nervoso,na junção neuromuscular e na superfície da membranade eritrócitos de mamíferos, e a butirilcolinesterase(pseudocolinesterase, colinesterase inespecífica, colinesteraseplasmática ou sérica, acilcolina ou acilildrolase) quehidrolisa vários outros ésteres além da acetilcolina e é encontradano plasma, fígado, pâncreas, mucosa intestinale substância branca do SNC. Os gatos apresentam a butirilcolinesterasetambém nos eritrócitos (Andrade, 2008).Tanto os carbamatos quanto os organofosforados exercemsua toxicidade principal por meio da inibição da atividadeda acetilcolinesterase presente nas sinapses colinérgicas,resultando no acúmulo do neurotransmissor acetilcolina e,conseqüentemente, na estimulação excessiva dos receptoresmuscarínicos e nicotínicos. A ligação do praguicida coma acetilcolinesterase resulta na fosforilação da enzima noscasos de organofosforados, ou carbamilação, no caso doscarbamatos (Andrade, 2008).Organofosforados ligam-se aos dois tipos de colinestaresde maneira covalente no sítio de ligação aniônico. A ligaçãoé irreversível, exceto caso haja intervenção farmacológicaprecoce e leva ao acúmulo de acetilcolina nas sinapses,com estimulação excessiva e subseqüente interrupçãona transmissão de impulsos nervosos tanto para o sistemanervoso periférico quanto para o sistema nervoso central(Hatch, 1992). A acetilcolinesterase fosforilada é relativamenteestável e sua hidrólise é lenta, de forma que o comprometimentoda enzima tenha caráter duradouro. Na ausênciade tratamento específico, ocorre envelhecimento daenzima fosforilada pela perda de grupamentos alquila,tornando a ligação irreversível (Andrade, 2008).Os carbamatos se ligam a ambos os locais ativos da enzima.Após sua carbamilação, a enzima pode ser rápida e espontaneamentehidrolisada na sua forma original, com prontarecuperação da atividade enzimática após doses subagudas,sem a ocorrência de intoxicação acumulativa (Andrade,2008).2.1.2- CUMARÍNICOSOs fatores II, VII, IX e X são produzidos no fígado em formainativa. O passo final da ativação (etapa de carboxilação)antes da liberação como fatores de coagulação ativos requercomo co-fator fundamental a vitamina K1 hidroquinonaativa. A vitamina K1 hidroquinona é convertida em formainativa por essa etapa e é então reconvertida à formaativa pelo sistema vitamina K epóxido redutase. Anticoa-20 V&Z EM MINAS

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