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LANAGRO-MG: EXCELÊNCIA E VALORIZAÇÃO DA ... - CRMV-MG

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seminação artificial tanto pelo uso de sêmen contaminadorefrigerado, quanto pelo sêmen contaminado congelado.Essa forma tem pouca importância atualmente, já que osanimais mantidos em centrais de inseminação passam pormonitoramentos sanitários periódicos e rigorosos. A transmissãoentre fêmeas é rara, entretanto entre machos é bemmais frequente, especialmente quando esses são manejadosem grandes lotes, condição em que apresentam sodomiacom maior frequência. Também existem relatos datransmissão entre touros por meio da utilização de camascontaminadas (Schutte et al., 1994).O touro infectado possui maior importância na disseminaçãoda enfermidade, já que apenas um reprodutor cobreum grande número de matrizes com possibilidade, de até100%, de infectá-las em um único serviço. Além disso, ostouros infectados são assintomáticos e a qualidade dosêmen não é comprometida. O aumento da profundidadedas criptas epiteliais do pênis favorece as condições depermanência do agente e a ocorrência de portadores entreanimais com mais de cinco anos de idade que geralmentepermanecem cronicamente infectados, mesmo quando tratados.Touros jovens infectados adquirem a infecção porpouco tempo, recuperando-se espontaneamente em poucassemanas ou meses, desde que o agente não seja re-introduzidono prepúcio. O touro parece não desenvolver imunidadepermanente, nem de longa duração. Diante dessacondição é possível perceber que o sistema de empréstimode touros, frequentemente utilizado entre pequenas propriedadesrurais, representa um grande risco de difusão dadoença (Lage e Leite, 2000).No caso de fêmeas, as adultas são muito susceptíveisquando ainda não foram expostas ao agente da CGB, todaviaas fêmeas imaturas são refratárias. A infecção no tratofeminino pode causar lesões que vão desde uma inflamaçãocatarral leve, até abortamentos. A infertilidade estáassociada à repetição de cios em intervalos superiores a20 - 21 dias, especialmente em novilhas, e índices de abortamentosde aproximadamente 10% nas vacas infectadas.No começo da doença podem ocorrer casos de vaginite catarral.Alguns animais prenhes podem abortar, especialmenteas primíparas. Devido à predileção do microorganismopelo espaço corioendometrial, geralmente os abortamentosocorrem durante o 5º e 6º mês de gestação, ouaté mais (Eaglesom e Garcia, 1992). Outros sinais podemincluir: endometrites, salpingites e aumento dos ciclos estrais(acima de um mês). Novilhas e vacas doentes, geralmentenão permanecem inférteis, retornando a vida reprodutivanormal após 03 a 06 ciclos estrais ou pelo descansosexual de 120 a 180 dias, desde que não re-infectadas.Algumas vezes, o agente pode sobreviver, na cérvixe fundo de saco vaginal, durante todo o período de gestaçãoe, infectar, touros susceptíveis, no período de montasubseqüente (Gomes, 2009).A CGB geralmente apresenta uma rápida disseminaçãodentro dos rebanhos acometidos e que utilizam a montanatural. A morbidade observada nesses casos é elevada,assim como a mortalidade embrionária nas primeiras concepçõessubsequentes à infecção. A mortalidade de animaisadultos em virtude de complicações reprodutivas épraticamente nula.O C. fetus subsp. fetus causa aborto esporádico, em bovinose aborto epizoótico em ovinos. O organismo se localizanos placentomas, induzindo placentite necrótica e aborto,geralmente entre os 100º - 150º dias de gestação. Nos ovinos,o abortamento geralmente ocorre próximo a épocados partos (Gomes, 2009).5- PatogeniaOs aspectos conhecidos da patogenia do Campylobacterfetus estão relacionados basicamente com sua estruturaantigênica. O agente tem a capacidade de alterar, atravésde mecanismos de regulação genética, a estrutura de suasproteínas de parede no curso da infecção. O processo aindanão está bem elucidado, mas acredita-se que esta habilidadelhe permite escapar da ação dos anticorpos, o quepode explicar a ocorrência de vacas carreadoras. Os flagelos,que são estruturas que conferem mobilidade à bactéria,facilitam a ruptura do tampão mucoso da cérvix, possibilitandoa infecção uterina e a microcápsula de naturezaglicoprotéica que recobre a bactéria, confere resistência àfagocitose. Somente quando o sistema imune respondecom a formação de IgG específica contra este antígeno éque se verifica o processo de opsonização e a matriz tendea recuperar sua fertilidade. Estudos in vitro têm demonstradoque o Campylobacter fetus subsp. venerealis tem, ainda,a capacidade de inibir os movimentos ciliares e promovera perda de cílios nas tubas uterinas, o que tambémpode interferir na taxa de concepção.O agente da CGB, na infecção natural, geralmente é introduzidono trato genital feminino durante a fase ovulatóriado ciclo estral, quando neutrófilos estão abundantementepresentes nas secreções. A primeira alteração apresentadapelas matrizes acometidas é uma vaginite discretaem consequência da multiplicação do agente na vagina.Após a multiplicação inicial na vagina, o Campylobacterinvade a cérvix nos primeiros cinco dias, ocasionando cervicite.Cerca de 12 dias após a monta, o microorganismoalcança o útero, onde provoca endometrite ou até metritee aproximadamente 20 dias após a monta, o agente é encontradonas tubas, associado a um quadro de salpingite. Aendometrite que se verifica é geralmente subaguda e difusa,caracterizando-se por infiltração de linfócitos e de plasmócitos.As alterações fisiológicas nos animais infectados sãogeralmente discretas ou inexistentes, permitindo que a infecçãopossa estar presente numa propriedade ou região,V&Z EM MINASARTIGO TÉCNICO 749

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