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LANAGRO-MG: EXCELÊNCIA E VALORIZAÇÃO DA ... - CRMV-MG

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1- IntroduçãoA Leishmaniose Visceral Canina (LVC), segundo o Ministérioda Saúde, é uma doença sistêmica grave, de curso lentoe crônico, de difícil diagnóstico e cura, causada principalmenteem nosso meio, por um protozoário flagelado, aLeishmania chagasi. A LVC está amplamente difundida pelomundo, ocorrendo em vastas áreas tropicais e subtropicais.A Leishmaniose Visceral Humana é atualmente reconhecidapela Organização Mundial de Saúde (OMS)como uma das mais importantes Zoonoses.O cão, como hospedeiro doméstico, é considerado o principalreservatório da infecção para o homem, entretanto,sabe-se hoje que os gatos podem ser portadores deste protozoárioe são considerados potenciais portadores secundários.A transmissão desta doença é feita através da picadado flebótomo infectado da espécie Lutzomyia longipalpis,popularmente conhecido como "mosquito-palha".As manifestações clínicas clássicas da leishmaniose caninasão: linfoadenomegalia, caquexia, lesões cutâneas, como:alopecia periocular, desqueratinização, hiperqueratoses,úlceras com aspecto de queimaduras, nódulos subcutâneose erosões (mais freqüentes na ponta da orelha e focinho),onicogrifose, anemia, hepato e esplenomegalia, aplasiade medula óssea, trombose, epistaxe, lesões oculares epoliartrites. A leishmaniose pode causar também dermatitedescamativa e seborréica, pneumonia, colite e doença renalcrônica. Aproximadamente 50% a 60% dos cães infectadossão assintomáticos, o que sugere a existência de animaisresistentes ou com infecção recente. Cães infectados,mesmo assintomáticos, podem apresentar grande quantidadede parasitos na pele, o que favorece a infecção doinseto vetor, permanecendo no ciclo biológico da doença.A OMS recomenda como medidas de controle da doença,o diagnóstico precoce e tratamento dos casos humanos,diagnóstico e sacrifício dos animais soropositivos e a identificaçãoe eliminação do vetor. No Brasil, o decreto vigentenúmero 51.838, de 14 de março de 1963, preconizaa notificação obrigatória e a eliminação compulsória doscães infectados. Os cães são considerados infectados ao a-presentar resultados positivos em testes sorológicos, ELI-SA e RIFI, conforme preconizado no Programa Nacional deControle de Leishmaniose Visceral no Brasil.Em recente portaria o MS estabeleceu que a LeishmanioseVisceral é doença de notificação compulsória, sendo quepara canídeos, esta notificação somente deve ser feita quandodo primeiro registro da doença em cães em áreas indene,confirmado por meio de identificação laboratorial daespécie Leishmania chagasi (Portaria nº 2.472, de agostode 2010).O tratamento de LVC com produtos de uso humano ou nãoregistrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento(MAPA) é contra-indicado pelo Ministério daSaúde, que prega que o uso rotineiro das drogas induz aremissão temporária dos sinais clínicos, não previne recidivase leva ao risco de selecionar parasitos resistentes, interferindono tratamento humano. (Portaria InterministerialNº 1.426 de 11 de julho de 2008).Dentro deste contexto de inexistência de um tratamentolegal e efetivo para a cura total da doença canina e a polêmicade eliminar indiscriminadamente os animais, a vacinaçãocontra leishmaniose surge como alternativa de profilaxiada doença. Modelos matemáticos usados para comparara efetividade dos métodos de controle da Leishmaniose(Dice C., Am. J. Trop. Med. Hyg, 55: 125-30, 1996) sugeremque a vacinação de cães pode ser uma alternativa maisefetiva e prática. Segundo Gradoni et al. (Vaccine, 23: 5245-51, 2005) o desenvolvimento de vacinas capazes de protegeros canídeos da LVC e/ou de prevenir a progressão dadoença em animais infectados é altamente desejável paraa implantação de programas de controle desta doença.Apesar destas afirmações, a vacinação contra LVC quepromete ser promissora, ainda levanta muitos questionamentosquanto à eficiência das vacinas disponíveis atualmenteno mercado.2- Imunoprofilaxia na Leishmanioseno BrasilAs atuais estratégias utilizadas para o controle da leishmaniosevisceral (LV) consistem na detecção dos cães infectados,seguida do seu sacrifício, no controle do vetor eno tratamento dos casos humanos. Entretanto, tais medidasnão têm se mostrado eficazes. Dessa forma, o desenvolvimentoda vacina canina surge como uma estratégiaimportante no controle da doença. A vacinação tem comoobjetivo proteger o animal da doença e impedir que se torneum reservatório potencial do parasita, servindo comofonte de infecção dos vetores, interrompendo assim o ciclobiológico da doença.Os Ministérios da Saúde (MS) e da Agricultura Pecuáriae Abastecimento (MAPA) esclarecem que as vacinas atualmentedisponíveis no mercado brasileiro (Leishmune®e Leish-Tec®) já tiveram os ensaios em animais de laboratório(testes pré-clínicos) e estudos de Fase I e II completados,estando os estudos de fase III em andamento. Osresultados dos estudos de fase I e II das vacinas Leishmune®e Leish-Tec® permitiram, em 2003 e 2007, respectivamente,o registro desses produtos no MAPA, pois atendiamaos critérios estabelecidos na legislação vigente, àépoca.Em 2007, após consulta pública, o MAPA e o MS publicarama Instrução Normativa nº 31 regulamentando apesquisa, desenvolvimento, produção, avaliação, registroe renovação de licenças, comercialização e uso de vacinasARTIGO TÉCNICO 2V&Z EM MINAS15

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