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126Marback EF, Freitas MS, Spínola FT, Fonseca Junior LEINTRODUÇÃOCom a popularização <strong>da</strong> capsulorrexe como capsulotomia<strong>de</strong> preferência para a cirurgia <strong>da</strong> catarata, começaram asurgir relatos do sinal <strong>de</strong> capsulorrexe <strong>em</strong> duplo anel(CDA). (1-3) Alguns autores questionam se tais pacientes são portadores<strong>de</strong> estágio subclínico <strong>de</strong> exfoliação ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira <strong>da</strong> cápsulae se a CDA seria um possível sinal <strong>de</strong> fragili<strong>da</strong><strong>de</strong> capsular compossíveis complicações cirúrgicas relaciona<strong>da</strong>s. (2-4)Apresentamos um caso <strong>de</strong> CDA, incluído seus aspectosclínicos e estudo anatomopatológico.Relato do casoPaciente f<strong>em</strong>inina, 81 anos, dona <strong>de</strong> casa, queixava-se <strong>de</strong>piora progressiva <strong>da</strong> visão <strong>em</strong> ambos os olhos (AO). Ao exameapresentava melhor acui<strong>da</strong><strong>de</strong> visual corrigi<strong>da</strong> igual a visão <strong>de</strong>vultos <strong>em</strong> olho direito (OD) e 20/100 <strong>em</strong> olho esquerdo (OE). Àbiomicroscopia revelou catarata nuclear ++/IV <strong>em</strong> AO.Mapeamento <strong>de</strong> retina evi<strong>de</strong>nciando <strong>de</strong>generação macular relaciona<strong>da</strong>à i<strong>da</strong><strong>de</strong> do tipo não exsu<strong>da</strong>tiva <strong>em</strong> AO, mais avança<strong>da</strong><strong>em</strong> OD. Foi submeti<strong>da</strong> à faco<strong>em</strong>ulsificação com implante <strong>de</strong> lenteintraocular <strong>em</strong> OD s<strong>em</strong> intercorrências, com melhora <strong>da</strong>acui<strong>da</strong><strong>de</strong> visual para 20/400. Na cirurgia do OE foi nota<strong>da</strong> ocorrência<strong>de</strong> duplo anel durante a confecção <strong>da</strong>capsulorrexe,iniciando-se no meridiano <strong>da</strong>s 10horas (Figura 1).Ao perceber a presença do segundo anel, foi tomado o cui<strong>da</strong>dopara manter a integri<strong>da</strong><strong>de</strong> e continui<strong>da</strong><strong>de</strong> dos dois “flaps”, quevoltaram a unir-se no meridiano <strong>da</strong>s 03 horas. A porção excisa<strong>da</strong><strong>da</strong> cápsula anterior foi fixa<strong>da</strong> <strong>em</strong> fomal<strong>de</strong>ído a 10% e envia<strong>da</strong>para estudo anatomopatológico. O restante <strong>da</strong> cirurgia transcorreus<strong>em</strong> complicações, com lente intraocular b<strong>em</strong> posiciona<strong>da</strong><strong>de</strong>ntro do saco capsular ao final. A acui<strong>da</strong><strong>de</strong> visual pós-operatóriamelhorou para 20/50.O estudo anatomopatológico do fragmento <strong>de</strong> cápsula anteriorrevelou a presença <strong>de</strong> <strong>de</strong>laminação superficial <strong>em</strong> extr<strong>em</strong>i<strong>da</strong><strong>de</strong>s,presença <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> rarefação do epitélio capsular epresença <strong>de</strong> vacúolos intraepiteliais (Figura 2), achados análogosàqueles encontrados na exfoliação ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira <strong>da</strong> cápsula docristalino, caracterizando do ponto <strong>de</strong> vista anatomopatológicoa situação conheci<strong>da</strong> como CDA.DISCUSSÃOA incidência <strong>de</strong> CDA não é b<strong>em</strong> conheci<strong>da</strong>. Existe gran<strong>de</strong>divergência na literatura com números que variam entre 5 até40% <strong>da</strong>s cirurgias <strong>de</strong> catarata. (2,3) Acreditamos que esta variaçãotão gran<strong>de</strong> talvez aconteça pelo <strong>de</strong>sconhecimento <strong>de</strong> algunscirurgiões sobre a existência <strong>de</strong> CDA, uma vez que está não éfacilmente i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong> <strong>em</strong> pequenos aumentos, especialmentese não foi utilizado corante vital, como o azul tripan, para realçara cápsula anterior.Alguns autores consi<strong>de</strong>ram a CDA como estágio subclínico<strong>da</strong> exfoliação ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira <strong>da</strong> cápsula. (1-3) Tal afirmação é fun<strong>da</strong>menta<strong>da</strong>no aspecto anatomopatológico indistinto entre as duascondições. (1-5) Apesar <strong>de</strong>ssa s<strong>em</strong>elhança, Yamamoto et al.,avaliando um grupo <strong>de</strong> 13 olhos com exfoliação capsularver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira e 11 com CDA, argumentaram que a CDA seria umaiatrogênia causa<strong>da</strong> pela ação mecânica do manuseio sobreestrutura lamelar <strong>da</strong> cápsula do cristalino. (5) Como reforço a essepensamento, os autores comentam a apresentação <strong>de</strong> casos <strong>de</strong><strong>de</strong>laminação capsular induzi<strong>da</strong> pela injeção <strong>de</strong> substânciaviscoelástica na câmara anterior. (6) Além disso, ao examinar<strong>em</strong>uma série <strong>de</strong> cápsulas <strong>de</strong> pacientes s<strong>em</strong> CDA os autoresencontraram vacúolos no epitélio capsular e consi<strong>de</strong>raram apresença <strong>de</strong> fen<strong>da</strong>s na estrutura capsular e áreas <strong>de</strong> rarefaçãoepitelial como artefatos <strong>de</strong> fixação. (5)Embora não exista um fator <strong>de</strong> risco ambiental conhecidoque predisponha a ocorrência <strong>da</strong> CDA, como a exposição a altast<strong>em</strong>peraturas predispõe a exfoliação ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira, os pacientesrelatados com CDA habitualmente são idosos com mais <strong>de</strong> 80anos. (1-6) Nesta faixa etária a exfoliação ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira chega a acometer3,6% dos indivíduos, sendo relata<strong>da</strong> ain<strong>da</strong> uma maior ocorrência<strong>de</strong> pseudoexfoliação capsular e fragili<strong>da</strong><strong>de</strong> zonular nosmesmos pacientes. (5)A <strong>de</strong>speito <strong>da</strong> dúvi<strong>da</strong> sobre a natureza <strong>da</strong> CDA como precursoraou não <strong>da</strong> exfoliação ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira, o estudoanatomopatológico <strong>de</strong>ste e <strong>de</strong> outros casos <strong>de</strong> CDA não <strong>de</strong>ixadúvi<strong>da</strong>s quanto à presença <strong>de</strong> fragilização capsular. (1-3,5) Estafragilização, por redução <strong>da</strong> espessura <strong>da</strong> cápsula anterior r<strong>em</strong>anescenteapós a ocorrência <strong>da</strong> <strong>de</strong>laminação, justifica a argumentaçãopara a execução <strong>de</strong> uma capsulorrexe contínua nosdois anéis. (1-3) Em nosso caso, o duplo anel não foi completo, eFigura 1: Aspecto transoperatório - A) Evidência <strong>da</strong> capsulorrexe <strong>em</strong> duplo anel durante sua execução; Folheto interno (seta branca); folhetoexterno (seta negra); B) capsulorrexe completa; notar o início do duplo anel (seta branca) e fim do duplo anel com fusão dos folhetos (setanegra) e limites do duplo anel (setas cinza)Rev Bras Oftalmol. 2013; 72 (2): 125-7

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