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EDITORIAL83A escolha a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> do t<strong>em</strong>a <strong>de</strong> um estudocientífico para publicaçãoChoosing the subject of a scientific study for publicationEstimulados, <strong>em</strong> gran<strong>de</strong> parte, pela visibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s revistas científicas nos meios leigos e profissionais, <strong>de</strong>corrente<strong>da</strong> in<strong>de</strong>xação dos periódicos <strong>de</strong> boa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>em</strong> bases <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos eletrônicas e <strong>da</strong>s ferramentas <strong>de</strong>busca que permit<strong>em</strong> ao leitor (clientes ou colegas) encontrar publicações relaciona<strong>da</strong>s na internet e pelaabertura dos Programas <strong>de</strong> Pós-graduação (stricto sensu – mestrado e doutorado) <strong>da</strong>s principais universi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, alia<strong>da</strong>à necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> do jov<strong>em</strong> oftalmologista <strong>de</strong> se diferenciar por meio <strong>de</strong> títulos acadêmicos, muitos médicos sãomotivados a realizar estudos científicos visando à publicação (1,2).No meio acadêmico, costuma-se admitir que, <strong>em</strong> geral, 90% <strong>de</strong> um estudo científico correspon<strong>de</strong> à “inspiração”e somente 10% à “transpiração”, ou seja, a energia investi<strong>da</strong> na elaboração <strong>da</strong> estratégia do estudo é muito maior <strong>em</strong>ais relevante do que sua execução. A primeira etapa <strong>da</strong> elaboração <strong>de</strong> um estudo científico é, s<strong>em</strong> dúvi<strong>da</strong>, a maisimportante: a escolha do t<strong>em</strong>a a ser investigado.A pesquisa científica inicia-se por uma dúvi<strong>da</strong>, algo que, na opinião dos pesquisadores, po<strong>de</strong>ria ser diferente e,eventualmente, mais eficaz. O próximo passo seria, então, buscar na literatura, por meio <strong>da</strong> pesquisa bibliográfica <strong>em</strong>bases <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos eletrônicas, to<strong>da</strong> informação que já foi publica<strong>da</strong> sobre o assunto. Seria como perguntar ao restantedo mundo o que eles sab<strong>em</strong> a respeito <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminado t<strong>em</strong>a. Um dos objetivos <strong>da</strong> revisão bibliográfica é <strong>de</strong>scobrir sealguém, <strong>em</strong> alguma parte do mundo, já teve esta mesma dúvi<strong>da</strong> e também tentou solucioná-la (3).A revisão <strong>da</strong> literatura, selecionando e lendo os principais artigos relacionados ao assunto, permite compreen<strong>de</strong>r<strong>de</strong>talhes <strong>de</strong> um conteúdo que não estará disponível <strong>de</strong> forma atualiza<strong>da</strong> <strong>em</strong> livros-texto. Este estudo é a maneiramais eficaz e prática <strong>de</strong> se atualizar. Caso seja percebido que a dúvi<strong>da</strong> inicial já tenha sido esclareci<strong>da</strong> (publica<strong>da</strong>),a expertise agora adquiri<strong>da</strong> no assunto, <strong>em</strong> geral, permitirá <strong>de</strong>scobrir uma “brecha” no conhecimento, que ain<strong>da</strong>po<strong>de</strong>rá ser estu<strong>da</strong><strong>da</strong> <strong>de</strong> forma inédita. Por ex<strong>em</strong>plo, se a dúvi<strong>da</strong> original for a respeito <strong>da</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> a lenteintraocular asférica, ao melhorar a percepção visual <strong>de</strong> contraste, po<strong>de</strong>r influenciar nos exames diagnósticos queutiliz<strong>em</strong> a sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> ao contraste, e se esta dúvi<strong>da</strong> já tiver sido respondi<strong>da</strong> para o exame <strong>de</strong> campo visual azulamarelo,uma possível “brecha” que po<strong>de</strong> surgir seria questionar se os achados também seriam válidos para outrostipos <strong>de</strong> exames (FDT, por ex<strong>em</strong>plo) ou para outros mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> lentes asféricas (4,5).No caso <strong>de</strong> pesquisas epid<strong>em</strong>iológicas, a “brecha” no conhecimento po<strong>de</strong>ria ser, por ex<strong>em</strong>plo, estu<strong>da</strong>r variáveisjá pesquisa<strong>da</strong>s, porém <strong>em</strong> uma região com características d<strong>em</strong>ográficas diferentes. Assim sendo, característicasepid<strong>em</strong>iológicas e necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> pacientes com indicação <strong>de</strong> transplante <strong>de</strong> córnea, por ex<strong>em</strong>plo, não seriam necessariamenteas mesmas no su<strong>de</strong>ste e no nor<strong>de</strong>ste. Essa informação po<strong>de</strong>ria ser útil na elaboração <strong>de</strong> diretrizes <strong>em</strong>saú<strong>de</strong> pública (6,7).Um estudo científico não visa respon<strong>de</strong>r <strong>de</strong> forma generaliza<strong>da</strong> a to<strong>da</strong>s as dúvi<strong>da</strong>s existentes, esgotando, assim,o assunto. Os melhores estudos são aqueles elaborados para respon<strong>de</strong>r a uma única dúvi<strong>da</strong> específica, sendo que, namaioria <strong>da</strong>s vezes, idéias para estudos compl<strong>em</strong>entares adicionais são também sugeri<strong>da</strong>s. É assim que evolui o conhecimentomédico.Ao se realizar pesquisa bibliográfica <strong>em</strong> banco <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos eletrônicos para um trabalho científico, dúvi<strong>da</strong>s sobreo impacto <strong>de</strong> outros aspectos (variáveis), além <strong>da</strong>quele inicialmente formulado, <strong>em</strong> geral, irão aparecer, gerandoidéias para estudos adicionais sobre o mesmo t<strong>em</strong>a. Surgirá, então, uma linha <strong>de</strong> pesquisa, que confirmará a autori<strong>da</strong><strong>de</strong>dos autores no assunto.Uma vez <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> a dúvi<strong>da</strong> e confirmado o ineditismo, o passo seguinte é checar se a instituição <strong>em</strong> que o estudoserá conduzido possui todos os requisitos humanos e materiais para que a pesquisa seja realiza<strong>da</strong>. Seria, por ex<strong>em</strong>plo,um ótimo estudo avaliar a eficácia do laser <strong>de</strong> f<strong>em</strong>tosegundo para realização <strong>da</strong> capsulorrexe <strong>em</strong> cataratasintumescentes (8,9) , só que, primeiro, seria necessário ter o laser e os pacientes disponíveis para a pesquisa. No Brasil aescassez <strong>de</strong> recursos materiais é a principal limitação para realização <strong>de</strong> trabalhos científicos.Os pesquisadores também <strong>de</strong>v<strong>em</strong> verificar se o protocolo científico aten<strong>de</strong> às normas éticas <strong>da</strong> instituição,submetendo seus projetos à avaliação <strong>da</strong> Comissão <strong>de</strong> Ética <strong>em</strong> Pesquisa local.As pesquisas não precisam ser necessariamente inéditas, mas têm que proporcionar alguma contribuição aoconhecimento já existente. Assim, é possível publicar um estudo com <strong>de</strong>sfechos que já tenham sido <strong>de</strong>scritos. Porém, nestescasos, a casuística estu<strong>da</strong><strong>da</strong> teria <strong>de</strong> ser b<strong>em</strong> maior do que o estudo original e o objetivo seria confirmar a informaçãoanterior. Editores não quer<strong>em</strong> publicar (e leitores não quer<strong>em</strong> ler) estudos que simplesmente repitam o que já foi feitoRev Bras Oftalmol. 2013; 72 (2): 83-4

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