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130Moraes FS, Santos WEM, Salomão GHFigura 2: Exames <strong>de</strong> RNM <strong>de</strong> crânio <strong>em</strong> T2 e flair, d<strong>em</strong>onstrando imag<strong>em</strong> <strong>de</strong> massa <strong>em</strong> topografia <strong>de</strong> quiasma óptico compatível com gliomaa localização <strong>da</strong> lesão supr<strong>aqui</strong>asmática observa<strong>da</strong> na RNMcranioencefálica, s<strong>em</strong> sinais <strong>de</strong> piora quando comparados aosprimeiros exames realizados.Tomografia <strong>de</strong> coerência óptica (OCT) s<strong>em</strong> alterações,sendo que a ressonância nuclear magnética (RNM)cranioencefálica apresentava uma massa com envolvimento doquiasma óptico e hipotálamo, com hipersinal nas imagenspon<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s <strong>em</strong> T2 e flair medindo 1,4 x 1,4 cm <strong>em</strong> seus maiorescontrastes paramagnéticos, s<strong>em</strong> efeito <strong>de</strong> massa sobre asestruturas adjacentes (Figura 2).O paciente continua <strong>em</strong> acompanhamento <strong>em</strong> nosso serviçotanto no setor <strong>de</strong> oftalmologia quanto <strong>de</strong> neurologia para realização<strong>de</strong> campos visuais seriados e acompanhamento tumoralcom exames <strong>de</strong> RNM <strong>de</strong> crânio.DISCUSSÃOA neurofibromatose tipo I é uma doença genética que secaracteriza por envolvimento sistêmico e progressivo, manifestando-sepor alterações físicas, neurológicas e envolvimento ocular.(3,4) A doença possui herança autossômica dominante e o genepara NF1 t<strong>em</strong> a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> sofrer mutações as quais, confer<strong>em</strong>à doença a peculiari<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> apresentar certa variabili<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> expressões clínicas entre os portadores. (1,2)O diagnóstico <strong>da</strong> neurofibromatose tipo I <strong>de</strong>ve ser realizadoo mais precoc<strong>em</strong>ente possível, por meio <strong>de</strong> exames clínicos ehistória familiar. (4) No caso <strong>de</strong>scrito, o paciente apresenta forteherança familiar, apresentando avó materna e mãe com diagnóstico<strong>de</strong> NF1 e irmã <strong>em</strong> investigação para a doença.Erros refracionais pod<strong>em</strong> vir associados ao quadro sendofrequente encontrarmos anisometropia, astigmatismo eambliopia. Para prevenção <strong>da</strong> ambliopia e correção precoce <strong>de</strong>ssasalterações refracionais, presume-se a realização <strong>de</strong> um bomscreening <strong>de</strong>sses pacientes antes dos 3 anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>. (5) No casoreportado nesse artigo, a acui<strong>da</strong><strong>de</strong> visual do paciente apresentava-se<strong>de</strong> 20/32 <strong>em</strong> ambos os olhos, com baixa hipermetropia noolho direito e discreto astigmatismo <strong>em</strong> ambos os olhos.As manifestações oculares mais frequentes <strong>de</strong>ssa doençainclu<strong>em</strong>: nódulos <strong>de</strong> Lisch, hipertelorismo, <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>ns bulbomotoras,<strong>de</strong>sor<strong>de</strong>ns do nervo ótico e glioma. O nódulo <strong>de</strong> Lisch éa <strong>de</strong>sord<strong>em</strong> ocular <strong>de</strong> maior incidência, correspon<strong>de</strong>ndo a aproxima<strong>da</strong>mente75% <strong>da</strong>s manifestações oculares nestes pacientese com localização predominante <strong>em</strong> topografia inferior <strong>de</strong>íris. (2,6) O paciente <strong>de</strong>scrito, apresenta nódulos <strong>de</strong> Lisch <strong>em</strong> ambosos olhos, pali<strong>de</strong>z t<strong>em</strong>poral discreta <strong>de</strong> nervo ótico e alteraçõesevi<strong>de</strong>ncia<strong>da</strong>s <strong>em</strong> RNM <strong>de</strong> crânio compatíveis com glioma.O glioma óptico, apesar <strong>de</strong> benigno, po<strong>de</strong> apresentar-se <strong>de</strong>forma agressiva <strong>em</strong> crianças. O crescimento tumoral éimprevisível e variável principalmente nos mais jovens. (7) Umseguimento clínico neuroftalmológico com exames <strong>de</strong> imagensseria<strong>da</strong>s é o primeiro passo recomen<strong>da</strong>do para acompanhamentodo crescimento <strong>da</strong> lesão <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> paciente individualmente.Opotencial evocado visual d<strong>em</strong>onstrou po<strong>de</strong>r ser utilizado comoum método <strong>de</strong> screening não invasivo para <strong>de</strong>tecção precoce <strong>de</strong>glioma <strong>em</strong> pacientes com NF1 e acui<strong>da</strong><strong>de</strong> visual normal. (8,9)Em pacientes pediátricos com NF1 e glioma óptico, a per<strong>da</strong>visual é <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> extensão e localização do tumor evi<strong>de</strong>ncia<strong>da</strong>na RNM <strong>de</strong> crânio e, particularmente, com oenvolvimento <strong>de</strong> estruturas pós-quiasmáticas. (10)Tipicamente, apenas casos <strong>de</strong> gliomas ópticos sintomáticose com expansão documenta<strong>da</strong> <strong>em</strong> exames <strong>de</strong> imag<strong>em</strong> necessitam<strong>de</strong> tratamento. Tanto a quimioterapia quanto a radioterapiapod<strong>em</strong> estabilizar o crescimento e, até mesmo, diminuir o tamanho<strong>da</strong> lesão. Para pacientes mais jovens, a quimioterapia t<strong>em</strong> s<strong>em</strong>ostrado a primeira linha <strong>de</strong> tratamento já que mostrou melhoresefeitos sobre a tumoração quando comparado àradioterapia. (8,11) A ressecção po<strong>de</strong> ser uma opção <strong>de</strong> tratamentopara o tumor localizado <strong>em</strong> nervo óptico, porém reservadoàqueles pacientes s<strong>em</strong> função visual ou com proptose severacausando dor ou ceratopatia <strong>de</strong> exposição <strong>de</strong> um olho com funçãovisual perdi<strong>da</strong>. (8,12)Po<strong>de</strong> haver regressão espontânea do tumor d<strong>em</strong>onstra<strong>da</strong>pela diminuição <strong>de</strong> seu tamanho <strong>em</strong> exames <strong>de</strong> imag<strong>em</strong> <strong>de</strong> RNM<strong>de</strong> crânio e com o <strong>de</strong>saparecimento dos sintomas clínicos. Essapossibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> regressão <strong>de</strong>ve ser coloca<strong>da</strong> <strong>em</strong> discussão quandose está <strong>de</strong>cidindo o plano <strong>de</strong> tratamento para a tumoração. (13)A localização do tumor <strong>de</strong>fine o prognóstico. Gliomas localizadosno nervo óptico possu<strong>em</strong> menor índice <strong>de</strong> complicaçõese mortes quando comparados àqueles localizados <strong>em</strong> topografia<strong>de</strong> quiasma, principalmente aqueles envolvendo estruturaspós-quiasmáticas. (10)No presente caso, o paciente apresenta exame <strong>de</strong> RNM<strong>de</strong> crânio compatível com tumoração localiza<strong>da</strong> <strong>em</strong> região <strong>de</strong>quiasma óptico. Apresenta, ain<strong>da</strong>, alteração <strong>em</strong> campo visual comRev Bras Oftalmol. 2013; 72 (2): 128-31

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