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i seminário do npgau - Escola de Arquitetura - UFMG

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programa <strong>de</strong> pós-graduação em arquitetura e urbanismo da ufmg (org.)isbn: 978-85-98261-08-9Esses melhoramentos, que incluíam a implantação <strong>do</strong>s gran<strong>de</strong>s equipamentos, nunca seefetivaram, pois, além <strong>de</strong> se mostrarem superdimensiona<strong>do</strong>s, revelaram‐se incompatíveiscom as novas posturas <strong>de</strong> proteção da natureza esperadas <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r público. Isso porque,na década <strong>de</strong> 1990, já se discutia a criação <strong>do</strong> Sistema Nacional <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>Conservação da Natureza – Snuc 9 –, que distinguia as categorias que <strong>de</strong>veriam primarpela proteção da biodiversida<strong>de</strong>, com usos rigidamente controla<strong>do</strong>s, como os parques,daquelas on<strong>de</strong> quais po<strong>de</strong>ria haver uso extensivo das áreas, como as Áreas <strong>de</strong> ProteçãoAmbiental – APAs.A categoria APA, instituída oficialmente em 1981 a partir da influência <strong>do</strong>s parquesnaturais portugueses, teve como principal diferencial a permissão da manutenção daproprieda<strong>de</strong> privada da terra e das ativida<strong>de</strong>s econômicas, que <strong>de</strong>veriam ser pactuadas<strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a assegurar funções ecológicas como a conectivida<strong>de</strong> e o amortecimento. Essascaracterísticas levaram à escolha da categoria por um conjunto <strong>de</strong> associações <strong>de</strong>mora<strong>do</strong>res <strong>de</strong> con<strong>do</strong>mínios <strong>de</strong> Nova Lima e Brumadinho, que no final da década <strong>de</strong> 1980e início da <strong>de</strong> 1990, propôs ao po<strong>de</strong>r público a criação <strong>de</strong> uma unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conservaçãopara tentar conter o avanço da mineração na região.3.4 APA Sul da RMBH“Era uma proposta que (...) ia causar um certo alvoroço, porque pegava toda a área <strong>de</strong> mineração.(...) E realmente o IBRAM [Instituto Brasileiro <strong>de</strong> Mineração] achou que aquilo seria um empecilhoàs ativida<strong>de</strong>s minera<strong>do</strong>ras. Nesse momento, as várias associações <strong>de</strong> con<strong>do</strong>mínios se uniram paraabarcar a proposta que inicialmente era técnica e mais ampla. O processo ficou em <strong>de</strong>bate poraproximadamente <strong>do</strong>is anos” (Relato <strong>de</strong> uma técnica da Fundação Estadual <strong>de</strong> Meio Ambiente –Feam –, referin<strong>do</strong>‐se ao momento da criação da área protegida) 10 .Nos anos 1980, fatores como os gran<strong>de</strong>s projetos <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimentista, aimplantação <strong>de</strong> uma complexa estrutura industrial no país, a recuperação <strong>do</strong>s preçosinternacionais <strong>do</strong> aço, a melhora das condições financeiras das si<strong>de</strong>rúrgicas, a saída <strong>de</strong>merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> importantes empresas internacionais, além <strong>de</strong> eventos que diminuíram aoferta <strong>do</strong> produto, culminaram num momento muito favorável à indústria <strong>do</strong> minério <strong>de</strong>ferro (FERREIRA, 2001). Ao sul da capital, no Quadrilátero Ferrífero, esse momentoprovocou a notável expansão da mineração, exemplificada a partir da produção daempresa Minerações Brasileiras Reunidas – MBR –, que, entre os anos <strong>de</strong> 1989 e 1999,cresceu 70% para aten<strong>de</strong>r ao merca<strong>do</strong> interno e 25% para a exportação 11 (PINHEIRO,2000 apud FREITAS, 2004, p. 59).Então, enquanto nos bairros situa<strong>do</strong>s nos limites entre Belo Horizonte e Nova Lima tinhainício o processo <strong>de</strong> verticalização, ao longo <strong>do</strong>s vales das Serras <strong>do</strong> Rola Moça e daMoeda principiava o processo <strong>de</strong> conversão <strong>do</strong>s sítios <strong>de</strong> recreio em residênciasprincipais, ocorren<strong>do</strong> também um importante aumento na produção <strong>de</strong> con<strong>do</strong>mínios, emespecial os com apelos relaciona<strong>do</strong>s ao “contato com a natureza”, à “qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida” eà fuga da metrópole. Entre o final <strong>do</strong>s anos 1980 e início <strong>do</strong>s 1990, preocupa<strong>do</strong>s com operceptível avanço da mineração – em especial com a ampliação das ativida<strong>de</strong>s da MBRno vale <strong>do</strong> Córrego Mutuca –, esses novos mora<strong>do</strong>res da região começaram a se articularpara reivindicar medidas normatiza<strong>do</strong>ras <strong>do</strong> uso e da ocupação <strong>do</strong> solo.21

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