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i seminário do npgau - Escola de Arquitetura - UFMG

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programa <strong>de</strong> pós-graduação em arquitetura e urbanismo da ufmg (org.)Nesse contexto teve origem o empreendimento imobiliário Vale <strong>do</strong>s Cristais que, àsemelhança <strong>do</strong> Con<strong>do</strong>mínio Alphaville Lagoa <strong>do</strong>s Ingleses, lança<strong>do</strong> em 1998, configurouum novo conceito <strong>de</strong> loteamentos na RMBH, no qual são ocupadas áreas extensas, comusos varia<strong>do</strong>s – resi<strong>de</strong>ncial, comercial e <strong>de</strong> serviços – e tipologias arquitetônicas diversas.Nesse caso, a produção <strong>do</strong> espaço se baseou em discursos <strong>de</strong> segurança, combinação <strong>de</strong>trabalho e moradia e proteção ambiental, expressos na ocupação <strong>de</strong> menores proporçõesda gleba (COSTA; MENDONÇA, 2009).O Vale <strong>do</strong>s Cristais é resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma articulação entre a minera<strong>do</strong>ra AngloGold, proprietária <strong>do</strong>sterrenos, e a construtora O<strong>de</strong>brecht Engenharia e Construções, responsável pelo projetoarquitetônico‐urbanístico e pela venda das unida<strong>de</strong>s, remuneran<strong>do</strong> a minera<strong>do</strong>ra com um percentualdas vendas (FREITAS, 2004). O empreendimento, em implantação <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início <strong>do</strong>s anos 2000, se<strong>de</strong>staca por ter incorpora<strong>do</strong> o discurso ambientalista como elemento estrutura<strong>do</strong>r <strong>do</strong> projeto, queprevê a constituição <strong>de</strong> uma Reserva Particular <strong>do</strong> Patrimônio Natural em seu interior.3.5 RPPN Vale <strong>do</strong>s Cristaisisbn: 978-85-98261-08-9uma proposta “para respon<strong>de</strong>r a diferentes <strong>de</strong>mandas e aspectos que dizem respeito ao empreendimento comoum to<strong>do</strong>, com <strong>de</strong>staque para a questão da sustentabilida<strong>de</strong> e <strong>do</strong>s benefícios ambientais, paisagísticos e comerciaisgera<strong>do</strong>s pela preservação <strong>de</strong> uma parcela significativa da proprieda<strong>de</strong>” (Relatório <strong>de</strong> Impacto Ambiental – Rima –<strong>do</strong> empreendimento Vale <strong>do</strong>s Cristais, 2002)A década <strong>de</strong> 1990 foi marcada pela disseminação da máxima <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sustentável 12 , quepermitiu a incorporação <strong>do</strong> <strong>de</strong>bate ecológico por Esta<strong>do</strong>s e empresas e a <strong>de</strong>spolitização <strong>do</strong> tema,caracterizan<strong>do</strong> o que Martin O´Connor (1993 apud ESCOBAR, 1996) caracterizou como a faseecológica <strong>do</strong> capitalismo 13 . O perío<strong>do</strong> coinci<strong>de</strong> com a re<strong>de</strong>mocratização brasileira – e com a elevaçãoda proteção ambiental a obrigação constitucional –, com a transição neoliberal <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e com os<strong>de</strong>bates sobre o Snuc no âmbito <strong>do</strong> Congresso Nacional. Antes da aprovação <strong>do</strong> sistema, contu<strong>do</strong>, foiinstituída a categoria RPPN, que representou o avanço <strong>de</strong> permitir e estimular a criação voluntária <strong>de</strong>áreas protegidas pela socieda<strong>de</strong> (MEDEIROS, 2006).As RPPNs são áreas privadas, gravadas com perpetuida<strong>de</strong> para fins <strong>de</strong> conservação da diversida<strong>de</strong>biológica. No interior das unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ssa categoria só po<strong>de</strong>m se realizar pesquisas científicas evisitação com objetivos turísticos, recreativos e educacionais, conforme previsão no termo <strong>de</strong>compromisso e no plano <strong>de</strong> manejo.A instituição <strong>de</strong> uma RPPN traz alguns benefícios ao proprietário, <strong>de</strong>ntre os quais se <strong>de</strong>stacam aexclusão da unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conservação da área tributável <strong>do</strong> imóvel para fins <strong>de</strong> cálculo <strong>do</strong> Impostosobre a Proprieda<strong>de</strong> Territorial Rural – ITR –, a priorida<strong>de</strong> em programas fe<strong>de</strong>rais <strong>de</strong> crédito rural –para RPPNs maiores que 50% da área <strong>de</strong> reserva legal exigida por lei, com plano <strong>de</strong> manejo aprova<strong>do</strong>–, e as restrições à <strong>de</strong>sapropriação para fins <strong>de</strong> reforma agrária, da<strong>do</strong> que a proteção ambientalconstitui função social da proprieda<strong>de</strong> (BRASIL, 2006). Além disso, as RPPNs têm si<strong>do</strong> utilizadas comoinstrumentos <strong>de</strong> marketing por empresas que buscam se fortalecer no merca<strong>do</strong> “ver<strong>de</strong>”, expressan<strong>do</strong>“responsabilida<strong>de</strong> ambiental” em suas ativida<strong>de</strong>s.A RPPN Vale <strong>do</strong>s Cristais integra o empreendimento – que, originalmente 14 , abrangia 587,5ha –composto por conjuntos <strong>de</strong> con<strong>do</strong>mínios, prédios, lotes, centro empresarial e área <strong>de</strong> comércio eserviços, projeta<strong>do</strong>s para conferir certa autossuficiência ao conjunto, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que os mora<strong>do</strong>respu<strong>de</strong>ssem realizar trabalho e consumo no interior <strong>do</strong> empreendimento.23

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