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i seminário do npgau - Escola de Arquitetura - UFMG

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programa <strong>de</strong> pós-graduação em arquitetura e urbanismo da ufmg (org.)quem representam. As leis prevalecem na base <strong>do</strong> “tu<strong>do</strong> po<strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que não afronte as áreasvalorizadas pelo merca<strong>do</strong>”. Construtores cinicamente ameaçam ir embora da cida<strong>de</strong> eespalham, nas pessoas menos esclarecidas, o me<strong>do</strong> <strong>de</strong> que a imposição <strong>de</strong> regras po<strong>de</strong>rá gerar<strong>de</strong>semprego. Tal ameaça não se concretizará porque a <strong>de</strong>manda persistirá e os lucros sãoenormes.isbn: 978-85-98261-08-9Com a certeza <strong>de</strong> que a população continuará a crescer, há <strong>de</strong> se ocupar, <strong>de</strong>ntro da legislação e<strong>de</strong> forma sustentável, os muitos vazios urbanos, muitos próximos à área central, cerca<strong>do</strong>s <strong>de</strong>infraestrutura. Essas proprieda<strong>de</strong>s não cumprem sua função social e se <strong>de</strong>stinam à especulaçãoimobiliária. Não houve prefeito com coragem <strong>de</strong> cobrar <strong>de</strong> muitos proprietários ocumprimento da função social da proprieda<strong>de</strong>. A construção civil po<strong>de</strong>, como felizmente écomprovada por alguns empresários, conviver com o respeito às leis, continuar a lucrar muito eempregar muita gente. A cida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> crescer <strong>de</strong> forma mais harmoniosa, não como um tumormaligno.Houve poucas melhorias como resulta<strong>do</strong> da legislação, pois elas só começaram a surgir há unscinco anos nas tipologias das edificações. A produção e reprodução <strong>de</strong> espaços urbanoscontinuam <strong>do</strong>minadas pela forte ação <strong>do</strong> setor imobiliário. O meio ambiente foi fortementeagredi<strong>do</strong> e molda<strong>do</strong> <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com interesses <strong>do</strong> setor. Há um gran<strong>de</strong> estrago já feito porconta da invasão das margens <strong>do</strong>s cursos d’água e das irregularida<strong>de</strong>s espalhas pelo teci<strong>do</strong>urbano, inclusive nas periferias.Há, no entanto, alguns sinais <strong>de</strong> que algo po<strong>de</strong> estar mudan<strong>do</strong> na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Viçosa. Emboratar<strong>de</strong>, mas não tar<strong>de</strong> <strong>de</strong>mais, a firmeza <strong>do</strong> Ministério Público na cobrança pela aplicação dalegislação ambiental vem confirmar que Viçosa está crescen<strong>do</strong> <strong>de</strong> forma errada e ilegal e quealgo precisa ser feito. As últimas <strong>de</strong>cisões quanto à negação da permissão para se construir<strong>de</strong>ntro das áreas não edificantes provarão estar corretas e contribuirão <strong>de</strong>cisivamente paraalterar o <strong>de</strong>stino da insustentável forma <strong>de</strong> crescimento que a cida<strong>de</strong> tomou nas últimasdécadas. Agora, a preocupação com o <strong>de</strong>stino <strong>do</strong> meio ambiente parece encontrar<strong>de</strong>cisivamente o seu amparo legal.Este texto é um alerta. Tem‐se <strong>de</strong> pensar num futuro em que não persistirão as aberraçõespermitidas e construídas em cima <strong>de</strong> interesse, privilégio, irresponsabilida<strong>de</strong>, ameaça eimpunida<strong>de</strong>. Um dia, não importa em quantas décadas ou qual geração que nos suce<strong>de</strong>rá, oserros <strong>de</strong>verão ser repara<strong>do</strong>s. É certo que nossa atual geração po<strong>de</strong>rá ser lembrada comomesquinha e inconsequente, mas a nós po<strong>de</strong>rá também ser atribuí<strong>do</strong> o reconhecimento <strong>do</strong>serros e o crédito <strong>do</strong> marco inicial da mudança.476 REFERÊNCIASBASSUL, José Roberto. “Reforma urbana e Estatuto da Cida<strong>de</strong>”. EURE. Santiago, v. 28, n. 84, set. 2002. Disponível em: . Acesso em 15<strong>de</strong>z 2010.BORDIEU, Pierre. A Miséria <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997.BRASIL. Lei 10.257, <strong>de</strong> 10 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2001. Estatuto da Cida<strong>de</strong>. Brasília: Câmara <strong>do</strong>s Deputa<strong>do</strong>s, 2001.CARVALHO, Pélmio. “Bizantinismo e tombamentos”. Folha da Mata no 2165, Viçosa, MG 10 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2010. P. 2

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