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Orientações para o professor - Editora FTD

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Mirna LimaHistória2 o . ano • 1 ạ sérieOrientações <strong>para</strong> o <strong>professor</strong>1


APRESENTAÇÃOQue temas e conceitos de História podem ser trabalhados em uma coleçãodidática destinada a alunos dos cinco anos iniciais do Ensino Fundamental?O que oferecer aos <strong>professor</strong>es que vão trabalhar com esses alunos e que,na maioria das vezes, não são especialistas da área na qual vão atuar?Como interagir com esses leitores – alunos e <strong>professor</strong>es – que serão nossosparceiros nesta obra?Essas e outras questões serviram como pontos de reflexão e motivação,além de nos orientar na construção deste projeto. Reunindo-as em algunspontos básicos, podemos dizer que este trabalho se propõe a:• tornar atraente o conhecimento de procedimentos e conteúdos deHistória no ambiente escolar, partindo do pressuposto de que os alunos,eles próprios, são seus autores e construtores;• apresentar em uma linguagem simples, preocupada com a exatidão dasinformações e dos conceitos empregados, os conteúdos e os procedimentosque são esperados de um aluno <strong>para</strong> que ele seja capaz de construir noçõesde tempo, espaço, transformação, simultaneidade e permanência;• sugerir atividades práticas, acessíveis e possíveis de ser plenamenterealizadas pelos alunos;• transformar em objeto de estudo questionamentos, dúvidas e fenômenosque afetaram e ainda afetam as pessoas em épocas passadas e no presente,em lugares próximos e distantes.Este trabalho também tem em vista oferecer ao <strong>professor</strong> um materialversátil, adequado aos seus objetivos em sala de aula, assim como complementarprojetos destinados a contemplar as particularidades de sua clientela.Finalmente, estamos felizes por partilhar com nossos colegas todaexperiência que adquirimos como educadores ativos em sala de aula e comocoordenadores de grupos de trabalho e de <strong>professor</strong>es.2


ESTRUTURA DA COLEÇÃOEsta coleção foi organizada em cinco volumes, destinados a alunos do 1º- ao 5º- ano do EnsinoFundamental. Compõe-se de livro-texto <strong>para</strong> uso do aluno e de versão <strong>para</strong> uso exclusivo do <strong>professor</strong>,em que são apresentados os objetivos aplicados ao ensino de História, metodologia de trabalho,textos que dão suporte à abordagem realizada em sala de aula, considerações sobre critériosde avaliação, sugestões e orientações complementares por unidade, bibliografia geral e sugestõesde leituras que contribuem <strong>para</strong> a formação e a atualização do <strong>professor</strong>.O manual do <strong>professor</strong> também apresenta respostas às atividades propostas e/ou discussõesrelacionadas a elas, a fim de orientar tanto o <strong>professor</strong> quanto os alunos em sala de aula.Os conteúdos estão distribuídos em quatro grandes unidades temáticas, cada uma organizadacom base em um questionamento inicial, seguido do desenvolvimento dos conteúdos respectivos.■ ABERTURA DA UNIDADEOrganizada <strong>para</strong> introduzir o tema que será estudado, tem a intenção de despertar no alunoseus conhecimentos sobre o assunto. O trabalho de toda a unidade está orientado, então, a partirdessa diagnose inicial. Programada visualmente com diferenças em relação ao conjunto seguinte,distingue-se como um desafio <strong>para</strong> a discussão dos assuntos definidos <strong>para</strong> cada conjuntotemático.■ DESENVOLVIMENTO DA UNIDADEOs conteúdos, as indagações e os desafios propostos aprofundam o tema da unidade, funcionandocomo um suporte <strong>para</strong> o diálogo entre os alunos e destes com o <strong>professor</strong> e <strong>para</strong> a reflexão,além de apresentar informações específicas relativas ao conteúdo temático abordado. Também sefazem presentes fotografias, desenhos, obras de arte, registros de época, enfim, os mais variadosdocumentos <strong>para</strong> que o aluno possa ler, observar, analisar e refletir sobre os assuntos estudados.Os conteúdos também estão apresentados em seções especiais, destinadas a tratar de suas particularidades.As principais são:Nessa seção são tratados alguns conteúdos explicativos breves e concisos,que esclarecem situações desencadeadas pelo conteúdo abordado na unidade.Essa seção é incluída sempre que o texto apresentar palavrasou expressões que dificultem a compreensão do aluno.Essa seção destina-se a trabalhos construídos coletivamente,estudos do meio, pesquisas etc. <strong>para</strong> ampliare aprofundar as situações vinculadas à realidadede cada um.3


As atividades foram organizadas e nominadas de forma que resgatem a compreensão dos alunosem relação ao tema, sirvam de registro de suas experiências pessoais e os desafiem em suascapacidades investigativa e reflexiva.Direcionadas, na maior parte do tempo, à realização de pesquisas, com<strong>para</strong>ções, interpretações,quadros de síntese e conclusões individuais e coletivas, as atividades têm a intenção de garantir aoaluno a construção de um conhecimento sólido e significativo. Elas ainda contemplam um aspectogeral e um particular, pois estão sempre voltadas ao resgate do universo de cada aluno.Nessa seção, os alunos terão a oportunidade de realizarentrevistas e desenvolver noções sobre o que sãodocumentos orais.Trabalhar os conteúdos de História inclui ainda vínculos diretos com a literatura e os textosjornalísticos. Para atender a diversidade de textos recolhidos das mais variadas fontes, foramcriadas duas seções:Aqui, os alunos têm a oportunidade de entrar em contato com a leitura de textosliterários, em poesia e prosa, informativos e históricos.Nessa seção, são apresentadas sinopses de livros queabordam o conteúdo central da unidade. As capas doslivros citados também são reproduzidas com o intuito dedespertar ainda mais o interesse pela leitura.Para retomar o trabalho desenvolvido e o conteúdo tratado em toda a unidade,apresentamos no final de cada uma, a título de reflexão e síntese, umconjunto de questões e/ou afirmações intitulado Vamos lembrar.A retomada dos assuntos tratados na unidade pretende resgatar as hipóteses e as conclusõesdos alunos, pre<strong>para</strong>ndo-os <strong>para</strong> a sedimentação dos conceitos trabalhados.OBJETIVOS EDUCACIONAIS EPEDAGÓGICOSCom a implementação da proposta pedagógica desta coleção, espera-se que os educandos, aofinal dos anos iniciais do Ensino Fundamental, sejam capazes de:• informar-se sobre as diferenças culturais, étnicas, de idade, religião, costumes, sistemas econômicos,bem como sobre as lutas e as conquistas políticas travadas por indivíduos, classes emovimentos sociais;• refletir sobre juízos de valor que demonstrem e/ou incentivem discriminações e/ou preconceitos;• encontrar possíveis semelhanças e diferenças sociais, econômicas e culturais, de dimensãocotidiana, existentes em seu grupo familiar, escolar e na sua localidade;4


• reconhecer algumas relações sociais, econômicas, políticas e culturais que sua coletividadeestabelece ou estabeleceu com outras localidades, no presente e no passado;• evidenciar permanências e transformações sociais, econômicas e culturais nas vivências cotidianasdas famílias, da escola e da coletividade no tempo, no mesmo espaço de convivência;• encontrar as ascendências e as descendências das pessoas que pertencem à sua família e à sualocalidade em relação a nacionalidade, etnia, língua, religião e costumes, contextualizandoseus deslocamentos e confrontos culturais, em diversos momentos históricos nacionais;• identificar diferentes tipos de fontes, sabendo reconhecer algumas de suas funções;• tomar contato com documentos históricos, registrados sob formas variadas e recolhidos dediferentes tipos de fontes, analisando sua natureza e as informações que transmitem;• com<strong>para</strong>r informações em documentos de diferentes naturezas, sobre um mesmo acontecimento,fato ou tema histórico, formulando hipóteses;• reconhecer a presença de elementos do passado no presente, projetando sua realidade emuma dimensão histórica e identificando, na dinâmica da vida atual, a participação de diferentessujeitos, obras e acontecimentos de outros tempos.CONTEÚDOS E NOÇÕESNossa opção, nesta coleção, foi pelo trabalho voltado ao estudo de grandes eixos temáticos, queprivilegiam as questões locais, inserindo-as em espaços e tempos mais amplos, promovendo umdiálogo entre passado e presente e entre próximo e distante.Veja como os conteúdos abordados nos cinco volumes da coleção foram organizados.1º- ano:Noções preliminares das categorias referentes a tempo e espaço, aplicadas em situações devivência do aluno.2º- ano:Leitura de tempos diferentes no tempo presente, em um determinado espaço, e leitura desse mesmoespaço em tempos passados, com base em documentos orais, escritos, materiais e iconográficos.3º- ano:Estudo da história do aluno, do seu grupo familiar e do lugar onde vive, no tempo presente eno passado, apoiado em documentos escritos, iconográficos, orais (depoimentos) e materiais.4º- ano:Estudo da vida em diferentes tempos e lugares do Brasil, destacando a história das paisagens urbanase rurais, apoiado em documentos escritos, iconográficos, orais (depoimentos) e materiais.5º- ano:Estudo da ocupação histórica do espaço brasileiro e da sua organização, apoiado em documentaçãoescrita, iconográfica, oral e material.O trabalho com esses conteúdos de História também prioriza as experiências de cada um emrelação às noções de tempo e de espaço.O que as pessoas respondem às perguntas: O que é simultaneidade? Como se percebe, em umacontecimento histórico, as permanências e as mudanças e o tempo de curta ou de longa duração?Em função da complexidade desses conceitos, foi definido como pressuposto básico transpor o atode meramente conceituar <strong>para</strong> levar o aluno a descobrir e compreender a história que ele constróicomo ser social.5


SUGESTÕES DE TRABALHOS COMDOCUMENTOSFotosDescrição do documento: Quem é o autor da foto? Qual é a data da foto? A que ela se refere? Oque ela registra? Onde foi tirada? Com que finalidade? O que e quem aparecem nela? (Descrição deelementos da paisagem e de traços físicos das pessoas, bem como dos costumes revelados.)Com<strong>para</strong>ção da foto com outro documento da mesma época, ou que registre o mesmoacontecimento, ou com documento da época contemporânea, mostrando as transformaçõesocorridas.Reconstrução dos registros históricos da foto: lugar, hábitos e costumes (vestimentas, porexemplo).“Ler” uma foto também pode permitir considerações sobre as intencionalidades do fotógrafo esobre as perspectivas do lugar fotografado: O que aparece em primeiro plano? E em segundo e terceiroplanos? De que ponto de observação a foto foi tirada: visão frontal, oblíqua ou vertical? Quaisas intenções da pessoa que fotografou? (Elas podem ser claramente percebidas ou não? Podem serinferidas?)Gravuras ou pinturasDescrição do documento: Quem é o autor do documento? Qual é a data em que foi feito? O quea legenda esclarece sobre ele? O que está sendo representado? Onde? Que elemento aparece emdestaque? Por quê? Que cor(es) foi (foram) usada(s) <strong>para</strong> representar o ambiente ou personagens?Interpretação do documento: Qual a finalidade do documento: oficial ou particular? Que registrosde época podem ser percebidos? Em que medida a visão do autor interfere na elaboração dotrabalho (emoções, costumes, interpretações de mundo etc.)?ObjetosDescrição do documento: A quem pertence (ou pertenceu) o objeto? O que a legenda sugere deinformações: data, tipo de objeto, utilidade, função etc.?Interpretação do documento: Que informações o documento pode oferecer ao estudo de História?Onde e como ele está sendo conservado? Qual a função ou utilidade do objeto? (É possíveldeterminar? Como?)DepoimentosOs documentos orais constituem um precioso recurso <strong>para</strong> os trabalhos com a História, emespecial a História oral.Registro dos acontecimentos: Normalmente, <strong>para</strong> fins escolares, os depoimentos são obtidospor meio de entrevistas. No entanto, também podemos trabalhar com depoimentos que tenhamsido preservados em gravações de áudio e/ou vídeo ou em documentos escritos. Nesse sentido, éimportante que seja pre<strong>para</strong>do um questionário objetivo, adequado ao fim a que se propõe. Detalhesimportantes permitem obter bons resultados e merecem ser observados quando da seleçãodo material: Quem prestou o depoimento? Com que finalidade? Que nível de detalhamento foipossível obter? Que lembranças pareceram mais significativas <strong>para</strong> o entrevistado?7


Interpretação do documento: Que relação é possível estabelecer entre a vida pessoal do entrevistadoe os acontecimentos da época? Quais crenças são expressas nas palavras do entrevistado?Qual a visão de mundo do entrevistado? Como a pessoa entrevistada narrou os acontecimentos?Que prioridades ela estabeleceu em relação a eles (vida familiar, vida profissional, acontecimentosdo mundo etc.)?O trabalho com documentos possibilita tratar noções de: autoria (os registros são feitos poralguém, portanto, expressam a visão do autor sobre o acontecimento); datação (os acontecimentosocorreram em uma determinada data); duração (os acontecimentos têm uma duração, isto é, elesocorreram em um determinado momento e muitos são duráveis no tempo); simultaneidade (osacontecimentos podem ocorrer em um mesmo momento, em lugares diversos, com pessoas diferentes);contemporaneidade (alguns acontecimentos pertencem a um mesmo período de tempo,embora tenham ocorrido em lugares diferentes); passado, presente, futuro (entender que as coisas,os objetos, as pessoas sofrem transformações no tempo); continuidade e descontinuidade (algunsvalores e testemunhos do passado continuam a ser observados no presente ou já se perderam notempo). Esse trabalho ainda permite concluir que os documentos são importantes <strong>para</strong> a reconstruçãohistórica, pois, a partir de um documento, é possível reconstruir parte dos acontecimentose da história de um lugar ou de um período.Desenvolvendo noções de tempo históricoTrabalhar com linhas de tempo cronológico é um recurso importante que auxilia no desenvolvimentodas noções de tempo histórico. Essa linha pode ser construída com objetos reais, fotografias,gravuras ou somente com datas e textos explicativos. Alguns temas que permitem explorara linha de tempo são: registro da história de vida do aluno, desde o nascimento até a data atual,montada com diferentes documentos; rotinas diárias, semanais, mensais e anual da escola; acontecimentosocorridos no bairro, na cidade, no estado e no país; evolução histórica de um objeto,de um lugar, de um costume. A interpretação da linha de tempo sugere a aproximação com asnoções de permanências e mudanças, continuidades e descontinuidades, tempo e espaço, passado,presente e futuro, ritmos e transformações, que são fundamentais <strong>para</strong> a percepção das variadasdurações que caracterizam diferentes tempos históricos. Elas podem ser empregadas tanto <strong>para</strong> otratamento dos conteúdos de História quanto <strong>para</strong> os de Geografia, bem como Língua Portuguesa(linha de tempo da vida de um autor, das manifestações artísticas de diferentes fases e épocas) eArte (permanências e mudanças nas formas de manifestação artística).As linhas de tempo podem ser organizadas também com as caixas de tempo. São materiaisreunidos em forma de caixas, nos quais estão guardados diferentes tipos de documento relativos àdata que se determinou <strong>para</strong> arranjar cada uma delas. Não se trata de substituir as linhas de tempo,mas de ajustá-las com materiais variados, datados por períodos.Estudando bens culturaisO que é um bem cultural?Considera-se um “bem cultural” toda produção humana, de ordem emocional, intelectuale material, independentemente da sua origem, época ou aspecto formal, quepropicie o conhecimento e a consciência do homem sobre si mesmo e sobre o mundo queo rodeia.Godoy, M. do Carmo. Patrimônio cultural: conceituação e subsídios <strong>para</strong> uma política. Anais do encontroestadual de História, 4. Belo Horizonte, 1985. In: Bittencourt, Circe (org.). O saber histórico na sala de aula.São Paulo: Contexto, 1997. p. 128-47.8


Bem cultural é a nova terminologia usada <strong>para</strong> referir-se ao patrimônio histórico e artístico,dividido em três grandes elementos: os bens pertencentes à natureza, as técnicas empregadas(aquilo que as pessoas utilizam <strong>para</strong> sua sobrevivência e <strong>para</strong> transformar o meio em seu proveito)e os bens culturais propriamente ditos, que podem se relacionar tanto à cultura material quantoimaterial (valores, tradições etc.).Para estudar os bens culturais, os alunos precisam ser estimulados a realizar visitas, a reconhecermonumentos de valor arquitetônico (que podem ser edificações, achados arqueológicos, obrastecnológicas e artísticas etc.) que existem na localidade onde vivem, bem como a se utilizar de bensdocumentais, guardados nos museus e nos arquivos.Estudos da história africanaEm 9 de janeiro de 2003, o presidente da República assinou a lei nº- 10.639, que estabeleceu aobrigatoriedade do ensino sobre a cultura afro-brasileira em todas as escolas oficiais e particularesdo ensino fundamental e médio. Nesse estudo inclui-se o ensino da História da África e dos africanos,a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedadenacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentesà História do Brasil. Nessa mesma lei define-se que o calendário escolar incluirá o dia 20 denovembro como “Dia Nacional da Consciência Negra”.Os estudos da História Africana estão contemplados no conjunto da Coleção Porta AbertaHistória, em todos os volumes, não só atendendo às exigências da lei, mas também em função doprojeto pedagógico, que, entre outras categorias, trabalha com a alteridade e a diversidade.O conjunto de informações sobre a história, a cultura e as contribuições desse grupo da sociedadebrasileira sempre fizeram parte de todo o nosso modo de pensar a história do povo brasileiro,pensamento esse transferido <strong>para</strong> a criação e escrita desta obra.A realidade nos levou também a refletir sobre as questões do racismo, da discriminação e dainteração dos grupos africanos na sociedade brasileira, e sobretudo a afirmação da identidadeétnica dentro desse próprio grupo. Para isso, realizamos leituras que nortearam nosso tratamentodado ao tema, de onde recolhemos contribuições <strong>para</strong> reflexões. Entre os estudos feitos, estimamosmuito as conclusões realizadas por Ana Cristina Conceição dos Santos, em tese de mestrado naUniversidade Federal de Alagoas, intitulada Escola, família e comunidade quilombola na afirmação daidentidade étnica da criança negra (Alagoas, 2008), de onde recolhemos algumas citações bastantesignificativas que orientaram nossas análises e fortaleceram nossos escritos e convicções.Uma criança, ao entrar e frequentar a escola, já traz consigo uma série de vivências que sãoresponsáveis pela sua identidade pessoal. No caso das crianças descendentes de africanos essaidentidade vem já carregada por um conjunto de referências que lhe reforçam ou comprometem arelação com seu grupo de origem.Segundo Santos,A construção da identidade é uma referência em torno da qual a pessoa se constitui e éfeita a partir de modelos como a família, grupos de amigos, comunidade, escola, religião,mídia, entre outros. Então, não é algo construído de dentro <strong>para</strong> fora.Os modelos e experiências encontrados desde o nascimento e durante toda a vida irãodiminuir ou elevar a autoestima. O fato de ser considerado e se achar inferior dificultaa formação sócio-psicológica de negras e de negros, pois deixa de inserir a valorização9


intrapessoal tão necessária à formação de qualquer pessoa; pois a construção de umaidentidade étnica perpassa pela aceitação positiva que o indivíduo tem de si.Escola, família e comunidade quilombola na afirmação da identidade étnica da criançanegra. Alagoas: 2008, p. 34.O que é identidade étnica?A autora incorpora, de outros escritos, a definição de identidade étnica:“sentimento de pertencimento a um grupo racial ou étnico, decorrente de construçãosocial, cultural e política. Ou seja, tem a ver com a história de vida (socialização/educação)e a consciência adquirida diante das prescrições sociais ou étnicas, racistas ou não, deuma dada cultura.”OLIVEIRA, Fátima. Ser negro no Brasil: alcances e limites. Estudos Avançados,volume 18, nº 50, p. 57-60, 2004.Segundo Santos, a questão do racismo sempre acompanhou de perto a construção da identidadedo negro na sociedade brasileira hoje. Essa construção foi sempre subordinada a um padrãobranco e sua raiz histórica.[...]A visão de mundo será fundamental <strong>para</strong> a autoestima da criança, tanto positivamentecomo negativamente, e isso dependerá da maneira na qual é repassada a imagemde seus semelhantes. Uma imagem negativa ocasionará o distanciamento do seu grupode origem racial querendo se parecer com o outro (modelo branco); entretanto essa novaidentidade desejada nunca será alcançada e a sua verdadeira identidade continuará sendonegada.”Escola, família e comunidade quilombola na afirmação da identidade étnica da criançanegra. Alagoas: 2008, p. 4.O que nos compete, então, ao traduzirmos toda essa construção social <strong>para</strong> o livro didático?Essencialmente valorizar a identidade racial dos alunos descendentes de africanos, a partir da valorizaçãodele próprio, valorização essa entendida de dentro <strong>para</strong> fora, como também evidenciar oprocesso civilizatório do africano, sua cultura, costumes e características determinantes de povo.AVALIAÇÃO10Algumas considerações fundamentais ao estudo de História dizem respeito aos critérios definidos<strong>para</strong> uma avaliação. Entre esses critérios, destacam-se:1. A avaliação é um processo ininterrupto que envolve alunos e <strong>professor</strong>es.2. A construção do conhecimento se faz por etapas de crescimento da criança; portanto, aavaliação não tem qualquer relação com modelos apoiados somente em provas, arguições,competições em equipes e outros instrumentos pontuais de simples aferição de rendimentoescolar imediato.


3. Avaliar significa identificar se a criança está em um processo de crescimento e quais níveisde desenvolvimento cognitivo e de conhecimentos ela está atingindo no trabalho que estásendo realizado.4. A avaliação deve ser feita de maneira constante, em todas as atividades e situações a que acriança é submetida, ou seja, deve ser realizada de forma processual e diagnóstica.A opção por uma avaliação processual diagnóstica está relacionada ao que concebemos comoprocessos de ensino e de aprendizagem.Na avaliação processual e diagnóstica, o importante a ser considerado é a experiência adquiridapelo educando, sujeito de sua própria aprendizagem, ao contrário da avaliação classificatória,que sobrevaloriza os acertos, desprezando a caminhada que se percorreu <strong>para</strong> acertar e até <strong>para</strong>errar. Segundo Vygotsky, todo indivíduo é capaz de adquirir sozinho determinados conhecimentos,como também é potencialmente dotado da capacidade de aprender. Entre os dois níveis estáa zona de desenvolvimento proximal, isto é, tudo o que podemos fazer com a ajuda de um outroser com maiores conhecimentos e competências. O <strong>professor</strong> aparece, então, como aquele que ofereceoportunidades e experiências desafiadoras, seu saber acumulado, sua vivência e as hipótesesque já construiu. Nesse movimento, a avaliação é um processo entre seres diferentes, dotados deexperiências diferentes, que se reúnem <strong>para</strong> pensar e interagir. Excluem-se, em tal caso, padrõespreestabelecidos quantitativamente e incluem-se constantes reformulações por parte de educadorese educandos.Também é importante destacar que, <strong>para</strong> se realizar o diagnóstico e acompanhar o processode desenvolvimento dos educandos, é necessário que se faça uso de instrumentos de registro adequadosa tais processos, ou seja, instrumentos de registro qualitativos e não meramente pontuaise quantitativos, como se observa de forma geral no uso exclusivo, e ainda recorrente, dos “diáriosde classe” convencionais.SUGESTÕES DE TEXTOSPARA LEITURA DO PROFESSOROs textos a seguir foram escritos por especialistas sobre temas referentes aos estudos de História.■ CONCEITOS FUNDAMENTAIS PARA O ENSINODE HISTÓRIA NA ESCOLARIDADE BÁSICA[...]Alguns conceitos fazem parte do arcabouço que foi se constituindo através dos tempos, pelaprática dos historiadores. Construiu-se uma “lógica da História”, que pode ser concebida como umconjunto de procedimentos e conceitos em torno dos quais devem girar as preocupações dos historiadores.Independentemente das mais variadas concepções de mundo, posicionamentos ideológicosou proposições de ordem metodológica, não há como não trabalhar com esses conceitos,ou pelo menos com uma parte importante deles. As propostas pedagógicas, sejam elas quais forem,têm um compromisso implícito com essas práticas historiográficas ao produzirem o conhecimentohistórico escolar com suas especificidades e particularidades. O que diferencia as diversas concepçõesde História é a forma como esses conceitos e procedimentos são entendidos e trabalhados.11


12Importa tentar perceber quais são os conceitos que são imprescindíveis <strong>para</strong> que os alunossaídos da escola básica tenham uma formação histórica que os auxilie em sua vivência como cidadãos.A título de sugestão e como início de discussão, propõe-se uma reflexão sobre alguns conceitosconsiderados fundamentais e sobre os desdobramentos contidos em sua abrangência.HistóriaO objetivo primeiro do conhecimento histórico é a compreensão dos processos e dos sujeitoshistóricos, o desvendamento das relações que se estabelecem entre os grupos humanos em diferentestempos e espaços. Os historiadores estão atentos às diferentes e múltiplas possibilidades ealternativas apresentadas nas sociedades, tanto nas de hoje quanto nas do passado, que emergiramda ação consciente ou inconsciente dos homens; procuram apontar <strong>para</strong> os desdobramentos quese impuseram com o desenrolar das ações desses sujeitos.A aprendizagem de metodologias apropriadas <strong>para</strong> a construção do conhecimento histórico,seja no âmbito da pesquisa científica seja no do saber histórico escolar, torna-se um mecanismoessencial <strong>para</strong> que o aluno possa apropriar-se de um olhar consciente <strong>para</strong> sua própria sociedadee <strong>para</strong> si mesmo. Ciente de que o conhecimento é provisório, o aluno terá condições de exercitarnos procedimentos próprios da História: problematização das questões propostas, delimitação doobjeto, exame do estado da questão, busca de informações, levantamento e tratamento adequadodas fontes, percepção dos sujeitos históricos envolvidos (indivíduos, grupos sociais), estratégias deverificação e comprovação de hipóteses, organização dos dados coletados, refinamento dos conceitos(historicidade), proposta de explicação <strong>para</strong> os fenômenos estudados, elaboração da exposição,redação de textos. Dada a complexidade do objeto de conhecimento, é imprescindível que sejaincentivada a prática interdisciplinar.Faz parte da construção do conhecimento histórico, no âmbito dos procedimentos que lhe sãopróprios, a ampliação do conceito de fontes históricas, que podem ser trabalhadas pelos alunos:documentos oficiais, textos de época e atuais, mapas, ilustrações, gravuras, imagens de heróisde histórias em quadrinhos, poemas, letras de música, literatura, manifestos, relatos de viajantes,panfletos, caricaturas, pinturas, fotos, rádio, televisão etc. O importante é que se alerte <strong>para</strong>a necessidade de que as fontes recebam um tratamento adequado, de acordo com sua natureza.É preciso deixar claro, porém, que não é proposta do ensino básico a formação de pequenoshistoriadores. O que importa é que a organização dos conteúdos e a articulação das estratégias<strong>para</strong> trabalhar com eles levem em conta esses procedimentos <strong>para</strong> a produção do conhecimentohistórico. Com isso, evita-se passar <strong>para</strong> o educando a falsa sensação de que os conhecimentoshistóricos existem de forma acabada, e assim são transmitidos.Processo históricoPara além da descrição factual e linear, a História busca explicar tanto as uniformidades e asregularidades das formações sociais quanto as rupturas e diferenças que se constituem no embatedas ações humanas. Na verdade, o passado humano não é uma agregação de ações se<strong>para</strong>das, masum conjunto de comportamentos intimamente interligados, que têm uma razão de ser, ainda quena maioria das vezes imperceptível <strong>para</strong> nossos olhos. O processo histórico constitui-se dessas práticas,ordenadas e estruturadas de maneiras racionais. São os problemas colocados constantementena indeterminação do social que fazem com que os homens se definam pelos caminhos possíveise desenhem os acontecimentos que passam a ser registrados. Os registros ou as evidências da lutados agentes históricos são o ponto de partida <strong>para</strong> entendermos os processos históricos.Deve-se ressaltar, igualmente, que o conceito de processo histórico supõe que sua enunciaçãoresulta de uma construção cognitiva dos estudiosos. No entanto, embora os processos não exis-


tiram exatamente como estão sendo descritos, eles têm uma sedimentação na realidade social.Pode-se dizer que o status ontológico do passado garante a compreensibilidade do processo. Adimensão de elaboração, de construção cognitiva, nos leva a entender a possibilidade das diversasinterpretações do passado histórico, dependentes de posicionamentos teóricos e metodológicosdiferenciados.Assim, a História, concebida como processo, busca aprimorar o exercício da problematizaçãoda vida social, como ponto de partida <strong>para</strong> a investigação produtiva e criativa, buscando identificaras relações sociais de grupos locais, regionais, nacionais e de outros povos; perceber as diferençase semelhanças, os conflitos/contradições e as solidariedades, igualdades e desigualdades existentesnas sociedades; com<strong>para</strong>r problemáticas atuais e de outros momentos, posicionar-se de formacrítica no seu presente e buscar as relações possíveis com o passado.Nesse quadro conceitual de processo, se dimensiona a compreensão do conceito de “fato histórico”,de “acontecimento”, que têm sua importância como ponto referencial das relações sociais, nocotidiano da História; no entanto, o sentido pleno dos acontecimentos, em sua dimensão micro, seresolve quando remetido aos processos que lhes emprestam as possibilidades explicativas. Enfim,o fato histórico toma sentido se considerado como constitutivo dos processos históricos, e nessaescala deve ser considerado.Tempo (temporalidades históricas)A dimensão da temporalidade é considerada uma das categorias centrais do conhecimentohistórico. Não se trata de insistir nas definições dos diversos significados de tempo, mas de levar oaluno a perceber as diversas temporalidades no decorrer da História e ter claro sua importância nasformas de organização social e seus conflitos. Sendo um produto cultural forjado pelas necessidadesconcretas das sociedades, historicamente situadas, o tempo representa um conjunto complexode vivências humanas. Daí a necessidade de relativizar as diferentes concepções de tempo e as periodizaçõespropostas; de situar os acontecimentos históricos nos seus respectivos tempos. O conceitode tempo supõe também que se estabeleçam relações entre continuidade e ruptura, permanênciase mudanças/transformações, sucessão e simultaneidade, o antes-agora-depois. Leva-nos aestar atentos e fazer ver a importância de se considerarem os diversificados ritmos do tempo históricoquando o situamos na duração dos fenômenos sociais e naturais. É justamente a compreensãodos fenômenos sociais na duração temporal que permite o exercício explicativo das periodizações,que são frutos de concepções de mundo, de metodologias e até mesmo de ideologias diferenciadas.As considerações sobre a riqueza e complexidade do conceito de tempo são imprescindíveis<strong>para</strong> que sejam evitados os anacronismos, não tão raros nas explicações históricas. O anacronismoconsiste em atribuir a determinadas sociedades do passado nossos próprios sentimentos ou razões,e assim interpretar suas ações; ou aplicar critérios e conceitos que foram elaborados <strong>para</strong> uma determinadaépoca, em circunstâncias específicas, <strong>para</strong> outras épocas com características diferentes.Sujeito históricoPerceber a complexidade das relações sociais presentes no cotidiano e na organização socialmais ampla implica indagar qual o lugar que o indivíduo ocupa na trama da História e como sãoconstruídas as identidades pessoais e as sociais, em dimensão temporal. O sujeito histórico, quese configura na inter-relação complexa, duradoura e contraditória entre as identidades sociais eas pessoais, é o verdadeiro construtor da História. Assim, é necessário acentuar que a trama daHistória não é o resultado apenas da ação de figuras de destaque, consagradas pelos interessesexplicativos de grupos, mas sim a construção consciente/inconsciente, paulatina e imperceptívelde todos os agentes sociais, individuais ou coletivos.13


14Conceber a História como o resultado de sujeitos históricos implica não atribuir o desenrolardo processo como sendo ação da vontade de instituições, como o estado, os países, a escola etc.,ou resultante do jogo de categorias de análise (ou conceitos), como sistemas, capitalismo, socialismoetc. Perceber que a trama histórica não se localiza nas ações individuais, mas no embate dasrelações sociais, no tempo.CulturaA ampliação do conceito de cultura, fruto da aproximação entre História e Antropologia, enriqueceo âmbito das análises, caminhando de forma positiva <strong>para</strong> a abertura do campo científicoda História Cultural. As representações sociais dão unidade a todas as manifestações da vida, querindividual, quer social. Cultura não é apenas o conjunto de manifestações artísticas. Envolve asformas de organização do trabalho, da casa, da família, do cotidiano das pessoas, dos ritos, dasreligiões, das festas etc. Assim, o estudo das identidades sociais, no âmbito das representações culturais,adquire significado e importância <strong>para</strong> a caracterização de grupos sociais e de povos.Historicidade dos conceitosOs conceitos históricos somente podem ser entendidos na sua historicidade. Isso quer dizerque os conceitos criados <strong>para</strong> explicar certas realidades históricas têm seu significado voltado <strong>para</strong>essas realidades, não sendo possível empregá-los indistintamente <strong>para</strong> toda e qualquer situaçãosemelhante. Dessa forma, os conceitos, quando tomados em sua acepção mais ampla, não podemser utilizados como modelos, mas apenas como indicadores de expectativas analíticas. Ajudam--nos e facilitam o trabalho a ser realizado no processo de conhecimento, na indagação das fontes ena compreensão de realidades históricas específicas.Registre-se que é possível distinguir os conceitos, na escala de sua compreensão, entre aquelesque são mais abrangentes e os que se referem a realidades mais especificamente determinadas.Quando o conceito tem uma compreensão geral, que se aplica a realidades histórico-sociais semelhantes,pode receber a denominação de “categoria”. Por exemplo, a categoria trabalho, homem,continente, revolução etc. Nesse sentido, os conceitos ou categorias são abertos, são vetores à esperade concretizações com base na elaboração de conhecimentos específicos, de acordo com osprocedimentos próprios da disciplina História. No momento em que se atribui a essas categoriasas determinações históricas e suas especificidades, como trabalho assalariado, trabalho servil, trabalhoescravo, por exemplo, já estamos lidando com conceitos que, por sua vez, poderão receberainda mais especificações, como trabalho servil na Germânia, na Francônia e assim por diante;a revolução socialista, a revolução industrial etc. Não há uma “democracia” considerada em suaessência, mas democracias: na Grécia, no século XIX, a democracia liberal, a socialista, a atual brasileiraetc. (...) Seriam, então, os conceitos propriamente ditos, considerados como representaçõesde um objeto ou fenômeno histórico, por meio de suas características.Para efeito dessa análise, estamos empregando a denominação “conceito” na acepção mais amplae abrangente.CidadaniaO conjunto de preocupações que informam o conhecimento histórico e suas relações com oensino vivenciado na escola levam ao aprimoramento de atitudes e valores imprescindíveis <strong>para</strong> oexercício pleno da cidadania, como exercício do conhecimento autônomo e crítico; valorização desi mesmo como sujeito responsável da História; respeito às diferenças culturais, étnicas, religiosas,políticas, evitando qualquer tipo de discriminação; busca de soluções possíveis <strong>para</strong> os problemas


detectados em sua comunidade, de forma individual e coletiva; atuação firme e consciente contraqualquer tipo de injustiça e mentiras sociais; valorização do patrimônio sociocultural, próprio ede outros povos, incentivando o respeito à diversidade; valorização dos direitos conquistados pelacidadania plena, aí incluídos os correspondentes deveres, sejam dos indivíduos, dos grupos e dospovos, na busca da consolidação da democracia.ConclusãoAo desenvolver a discussão sobre algumas das questões básicas que se colocam <strong>para</strong> o ensinode História, optamos por sugerir uma série de considerações a respeito de dois blocos de questões:os conteúdos e os conceitos. Com certeza, não são questões consensuais entre historiadorese <strong>professor</strong>es de História. Não foi intenção definir conceitos ou sugerir os conteúdos que os alunosdeverão dominar no transcorrer da escolaridade básica. Mas, sim, a de constatar aquilo que estámais consolidado na área, tanto em relação à necessidade de se realizarem seleções de conteúdos– o que já é feito de forma concreta e diversificada na prática da organização escolar – quanto emrelação às considerações sobre os conceitos mais usuais na área de História. A partir dessas consideraçõesé possível iniciar um debate construtivo <strong>para</strong> corrigir, confirmar, ampliar e sugerir outraspossibilidades.Bezerra, Holien Gonçalves. “Ensino de História: conteúdos e conceitos básicos”. In: Karnal, Leandro (org.).História na sala de aula: conceitos, práticas e propostas. São Paulo: Contexto, 2005. p. 41-8.■■Miscigenação e cultura mestiçaNossas confusões em torno da questão do negro estão na base das nossas confusões sobre anossa própria identidade como povo. Nossas misturas raciais foram invocadas, por muito tempo,como motivo de pessimismo em relação ao país. Uma visão positiva do Brasil como sociedademestiça só começou a conquistar os intelectuais nas primeiras décadas do século XX. Pode-se reconheceralgumas antecipações em Lima Barreto, mas, ainda assim, em determinados momentos,este mestiço talentosíssimo foi levado a ver, no mulato em geral, alguém condenado ao fracasso. Oreconhecimento do Brasil como país plurirracial, com um vigoroso processo de miscigenação, sócomeçou nos anos 20, com o movimento modernista, em especial com o grande talento de Máriode Andrade, ele próprio um mestiço, e, pouco depois, com Gilberto Freyre. Não será demais lembrarque os anos 20 e 30 são também os da afirmação do samba como música nacional, de todo opaís, não só dos morros do Rio.Com Mário e Gilberto, começávamos a perceber que estávamos nos tornando uma sociedadenão apenas racialmente miscigenada, mas também culturalmente mestiça. Uma sociedade onde amatriz negra é fundamental. Descobríamos também o sentido nacional do barroco que, como observaFernando Henrique Cardoso, “fez ver que a nação híbrida que se gestava nos trópicos já erasuficientemente madura <strong>para</strong> produzir soluções autóctones, <strong>para</strong> dialogar com diferentes matrizesestéticas”. Criação de negros e mestiços geniais, como o Aleijadinho e o Mestre Valentim, o barroco“antecipou no plano artístico a maioridade do Brasil”.O <strong>para</strong>digma da sociedade branca durou em nosso imaginário mais do que merecia sua históricainverossimilhança. Embora nosso catolicismo consagre imagens de santos negros e, em muitoslugares do Brasil, os orixás se liguem aos santos da Igreja, predominou em nosso imaginário o<strong>para</strong>digma da sociedade branca importado por uma elite que se envergonhava de um povo em quenegros, mulatos e cafuzos eram maioria. Uma elite que se envergonhava, sobretudo, de não ser, elaprópria, tão branca quanto gostaria.15


16Talvez por isso – ou seja, talvez porque na própria elite havia, e há, muitos mestiços – algunsacham que não temos um racismo no país. Por isso também, e apesar do fascínio da brancura, nuncativeram maior verossimilhança no Brasil as estúpidas crenças que sustentam o racismo em outrospaíses, da existência de uma raça branca pura e superior. Nem no povo nem na elite, nunca tivemoscomo sustentar tais crenças. Somos desde sempre plurais e misturados, e por isso os que chicotearamo negro ou execraram o mestiço também ofendiam a si próprios. Seu racismo não tinha como ir muitolonge. Mesmo nos momentos de maior paixão pela brancura, sempre houve quem se lembrasse dasflechas e das marimbas dos nossos avós. Ou, como dizia o intelectual abolicionista negro Luís Gama,retrucando aos que o insultavam como “bode”: “Aqui, nesta boa terra, marram todos, tudo berra”.[...]Uma conquista a realizar.O reconhecimento do Brasil mestiço, iniciado pelos intelectuais a partir dos anos 20, é aindauma conquista a ser realizada por parte da elite e, talvez, pela maioria do povo. Diz, por exemplo,um testemunho registrado em A mão afro-brasileira: “A minha cor é pálida e o meu cabelo, quandodeixo crescer, dá <strong>para</strong> pentear. Da Bahia pra cima e da classe média pra baixo, posso dizer quesou branco”. Palavras bem humoradas que dão, porém, a medida da nossa confusão de identidade.Temos estatísticas, baseadas em critérios de autoclassificação, que dizem que 54% dos brasileirosse veem como brancos, 39,5% como pardos e 5,7% como negros. Seríamos tantos os brancos?Seríamos tantos os pardos, seja lá o que esta palavra signifique? Seríamos tão poucos os negros?Assim como temos progressos na cultura, também os temos na política, embora sejam muitorecentes as instituições de Estado que se ocupam dos negros. É certo que já nos anos 30, MãeAninha, fundadora do Opô Afonjá, conseguiu que Getúlio Vargas abolisse leis que consideravamcrime o candomblé. Mas foi só em 1976 que o governo da Bahia derrogou dispositivos que exigiampermissão da polícia <strong>para</strong> a prática do culto. Em todo caso, a conquista de Mãe Aninha pode serconsiderada como precursora da lei Afonso Arinos, de 1951. Mas foi só em 1988 que conseguimosaprovar o princípio constitucional segundo o qual as terras dos quilombos pertencem a seus descendentes.É do mesmo momento a Lei Caó, contra o racismo, e a criação da Fundação Palmares,junto ao Ministério da Cultura.De 1995 <strong>para</strong> cá, vamos ganhando terreno, desde que foi criado, pelo presidente FernandoHenrique Cardoso, o Grupo Interministerial <strong>para</strong> a Valorização da População Negra. Regulamentadaa Lei dos Quilombolas em 1999, a Fundação Palmares já outorgou títulos de posse a dezenasde comunidades, abrindo caminho <strong>para</strong> resgatarmos um significado fundamental de nossa história.Não se subestime, portanto, a inscrição, em 1996, do nome de Zumbi junto ao de Tiradentes,no Livro dos Heróis da Pátria. É o início de um reconhecimento que já não pode ficar restrito aoshistoriadores, mas que há de estender-se a todo o povo. Zumbi é o nosso maior herói negro; não,porém, o único. Nem é Palmares o nosso único quilombo. Como explicar as centenas de remanescentesdos quilombos de que temos registro no país, se ignorarmos as lutas dos negros <strong>para</strong> criá-los?Eis o maior perigo do branqueamento: limita o papel do negro na história à condição de força detrabalho, ignora suas lutas sociais e seu papel na cultura. Branqueando as imagens dos negros, branqueamostambém a história do país. Esquecemo-nos, às vezes, de que antes da Lei Áurea já houveraa libertação dos escravos no Amazonas, no Rio Grande do Norte e no Ceará, como resultado daslutas de brancos e negros, entre as quais a “greve dos jangadeiros” de 1880, em Fortaleza. Não apenasos de cima, também os de baixo, fazem a história da Pátria. E já que menciono os jangadeiros,há que lembrar, 22 anos depois, João Cândido, [...] “o marinheiro negro” que, como diz o samba,“tem por monumento as pedras pisadas do cais”. Maiores ou menores, os espaços de liberdade conquistadospelos negros custaram-lhes séculos de sofrimento e luta. Luta que ainda hoje continua.Weffort, Francisco. Cultura brasileira, cultura mestiça. In: Araújo, Emanoel (coord.). Para nunca esquecer:negras memórias, memórias de negros. Brasília: Ministério de Cultura, 2001.


OrientaçõeS <strong>para</strong> OprOfeSSOr 2 ọ anOA seguir, será descrito mais detalhadamente o trabalho a ser orientado em sala de aula com as unidades apresentadasna obra.Esse roteiro inclui a relação dos objetivos e das competências, bem como a listagem do conteúdo tratado, deorientações complementares <strong>para</strong> as atividades e das sugestões de trabalhos complementares.Os objetivos que aparecem nesse roteiro também foram listados junto às unidades do livro-texto com a intençãode evidenciar, de forma mais imediata, o que se pretende atingir em cada conjunto de conteúdos.Unidade1Nós, as criançasObjetivos Competências Conteúdos• Identificar valores, comportamentos, desejos, modosde viver próprios da sua idade.• Reconhecer, com base no estudo da própria história devida, os procedimentos da investigação e da escrita daciência histórica.• Identificar diferentes fontes usadas na construção dahistória pessoal.• Perceber os efeitos do passar do tempo na nossa vida,reconhecendo permanências e mudanças.• Interpretar documentos da história pessoal,completando informações.• Recuperar a própria história recorrendo a diferentesdocumentos: escritos, materiais, sonoros, iconográficos.• Observar e analisar(imagens, objetos edocumentos).• Registrar fatos(oralmente, pordesenho ou porescrito).• Coletar dados(pesquisando,entrevistando ouobservando) e registrar(desenhando, porescrito, gravando oufilmando).• Construção daidentidade a partir dahistória pessoal: Quemsou eu?• Os diferentes tipos dedocumentos históricos.• Os direitos das criançase o Estatuto da Criançae do Adolescente.■ Sugestões e orientações complementares• Fazer a apresentação do livro que será trabalhado durante todo o ano com os alunos, além de explorar a capa e osaspectos técnicos dele.– Quem é a autora.– Quem são os ilustradores.– Qual é a editora.– Onde a editora se localiza.– Exploração dos dados da ficha catalográfica do livro.• Além de um maior envolvimento com o livro, a criança já inicia, assim, contato com as referências bibliográficas ecomeça a perceber, por intermédio do <strong>professor</strong>, que quanto mais informações ela tiver a respeito da obra, mais rico,compreensível e prazeroso será seu trabalho.Páginas 8 e 9 – Nós, as crianças• Propor aos alunos que façam seus autorretratos em uma folha de papel sulfite e que escrevam duas ou três frases oupalavras sobre seus gostos: “Gosto de ler.”, “Sou corintiano.”, “Odeio cenoura.”, “Sei surfar.”. É importante que nãoescrevam o nome, mas apenas o título Quem sou eu?, e que não o mostrem aos colegas. Recolher as produções emostrá-las ao grupo no mural, no varalzinho ou em roda de conversa. Ao ler cada um dos autorretratos, aguardar amanifestação da classe, que tentará adivinhar quem é o autor do trabalho.Página 10 – As crianças são assim• Propor que os alunos listem algumas características de crianças e justifiquem os motivos de elas serem típicas dessafase da vida.17


Páginas 10 a 13 – Meus estudos, minhas conclusões• Orientar a leitura dos textos e a discussão sobre as características pessoais de cada personagem, destacando a importânciade cada um ser diferente do outro.Página 14 – Você é o artista• Nessa seção o aluno mobilizará os conteúdos trabalhados no capítulo por meio de representações visuais. O alunousará materiais e técnicas variadas, de acordo com a disponibilidade, <strong>para</strong> desenhar, pintar, fazer colagens sobre otema proposto.• Incentivar os alunos a usarem diferentes materiais nos seus trabalhos. Destacar a importância do uso das cores, jáque elas podem simbolizar humores, sentimentos etc.Página 15 – Nossa vida, nossa história• Conversar com os alunos sobre as possibilidades de se resgatar a história pessoal e a importância dos registros <strong>para</strong>essa tarefa.Páginas 15 a 21 – Meus estudos, minhas conclusões• Organizar com os alunos a elaboração de um Álbum de Recordações.• Esse álbum servirá <strong>para</strong> arquivar, durante todo o ano letivo, relatos, desenhos, fotos, mensagens, textos gerais quecontêm a rotina, as preferências, as opiniões, os desejos e os dissabores de cada aluno. Tais registros devem ser feitospor meio de desenhos e pequenos comentários. No final do ano, os alunos terão a sua história pessoal documentadado ano em que cursaram o segundo ano do Ensino Fundamental.• Os registros podem ser semanais ou quinzenais, alguns podem ser selecionados <strong>para</strong> exposição no mural, outros <strong>para</strong>serem expostos em um varal ou simplesmente arquivados no Álbum de Recordações.Etapas <strong>para</strong> a realização do Álbum de Recordações:• Recortar uma cartolina branca ao meio, transformando-a em pasta classificatória.• Organizar uma pasta <strong>para</strong> cada aluno.• Explicar que a função da pasta é arquivar os registros.• Pedir aos alunos que ilustrem a capa com muito capricho.• Reunir todos os registros na pasta de cada aluno.• Dar título <strong>para</strong> o álbum. Por exemplo: A minha história, Memórias de (nome do aluno), Autobiografia, Aventurasde um(a) menino(a) etc.■■Sugestões de títulos <strong>para</strong> as páginas internas doÁlbum de Recordações:1. Quem sou eu2. Um documento pessoal3. Meu pé4. Minha mão5. Minha altura (medir com barbante ou lã,enrolar e colar com fita adesiva nafolha de papel sulfite)6. Minha comida preferida7. Do que eu tenho medo8. Eu fico bravo quando...9. O dia do meu aniversário10. Eu fico feliz quando...11. Eu fico triste quando...18• Nas próximas unidades, serão contempladas as etapas seguintes <strong>para</strong> a realização do Álbum de Recordações.


Página 22 – Os documentos da nossa história• Antes da leitura e a exploração das páginas seguintes, levantar com os alunos o que eles entendem por documento.• Pedir que citem alguns documentos que possuem.Página 22 – Documentos escritos• Comentar com os alunos o fato de que por muito tempo os documentos escritos foram considerados a única forma deregistro da história. Atualmente, considera-se documento todos os registros produzidos pelas pessoas que forneçaminformações sobre a história de um grupo social em determinada época.Páginas 22 a 26 – Meus estudos, minhas conclusões• Comentar os primeiros documentos de uma pessoa, como o carimbo do pezinho de uma criança.• Na página 23, levantar as informações contidas em uma certidão de nascimento, considerada o primeiro documentode validade jurídica de uma pessoa.• Na página 26, comentar o carimbo na carteira de identidade: NÃO ALFABETIZADO.• Perguntar: Por que o menino não escreveu seu nome no lugar do carimbo? Que idade ele deve ter?• Ler <strong>para</strong> o grupo a data de nascimento e calcular a idade do menino.• Perguntar se alguém já possui carteira de identidade; caso tenha, perguntar como ela é.• Questionar com o grupo como seria a carteira deles: carimbo ou assinatura (o portador assinaria o próprio nome esobrenome no documento)? Por quê?• Finalizar a atividade mostrando outros documentos que as pessoas possuem e comentar <strong>para</strong> que eles são usados:passaporte (<strong>para</strong> viagens internacionais), título de eleitor (<strong>para</strong> votar em eleições municipais, estaduais e federal),carteira de habilitação (<strong>para</strong> a condução de veículos), certidão de casamento (<strong>para</strong> oficializar casamentos) etc.• Comentar que a criança que viaja <strong>para</strong> o exterior, mesmo quando recém-nascida e acompanhada pelos pais, tambémprecisa de passaporte <strong>para</strong> sair do Brasil e <strong>para</strong> entrar em outro país.Página 27 – Fique sabendo• Salientar a importância da certidão de nascimento na vida de uma pessoa.Página 28 – Documentos orais• Comentar a importância da tradição oral nas sociedades sem escrita.• Salientar que os depoimentos são testemunhos de acontecimentos, de acordo com o ponto de vista de quem conta.Página 29 – Documentos materiais• Comentar que os objetos são portadores de informações sobre o modo de vida de uma sociedade em determinadaépoca, pois revelam técnicas usadas, materiais disponíveis, costumes e valores, necessidades etc. Eles são vestígiosda produção cultural de um grupo no seu tempo.• Antes da atividade, discutir com os alunos os objetos mostrados nas imagens da página 29. O que eles nos revelam?Páginas 29 a 31 – Meus estudos, minhas conclusões• Explorar os brinquedos como documentos históricos, como produtos de uma determinada época e sociedade.Páginas 32 e 33 – Histórias de vida• Antes de ler o texto, perguntar aos alunos como eles imaginam ser as brincadeiras e os brinquedos em outras épocas.19


Página 34 – Documentos iconográficos• Contar aos alunos que, na história da humanidade, os registros visuais foram feitos antes dos registros escritos. Aspinturas rupestres já registravam aspectos do cotidiano milhares de anos antes de povos criarem a escrita.• Comentar a variedade de imagens produzidas pelas pessoas (desenhos, pinturas, fotografias etc.).Páginas 34 e 35 – Meus estudos, minhas conclusões• Salientar aos alunos que as fotografias registram um instante da realidade e que elas são feitas por um fotógrafo, queescolhe como registrar a cena. Portanto, a foto não é a realidade, mas um recorte do real de acordo com o ponto devista de quem fotografa.• Orientar individualmente as atividades dessas páginas e mediar o registro das opiniões dos alunos.Página 36 – As crianças e seus direitos• Antes de os alunos iniciarem a atividade, fazer uma lista do que consideram direito das crianças. Discutir com ogrupo a diferença entre direito e capricho. Registrar na lousa alguns direitos citados.• Pedir exemplos de um e de outro: direito – ter um prato de comida saudável em todas as refeições; capricho – sócomer macarrão, porque é a comida de que eu mais gosto.Páginas 36 a 39 – Meus estudos, minhas conclusões• Discutir com o grupo o que é ter direitos e por que eles precisam ser cumpridos.Página 37• Orientar a leitura do Estatuto da Criança e do Adolescente, trabalhando o vocabulário desconhecido e a consulta aominiglossário.Páginas 38 e 39• Leitura compartilhada dos textos. Discutir coletivamente o modo como são tratadas as crianças Suruí e a “criança--caranguejo”. Registrar a opinião do grupo na lousa <strong>para</strong> que os alunos escrevam as conclusões no caderno.Página 40 – Todos juntos!• Depois de a classe ler os artigos selecionados do Estatuto da Criança e do Adolescente, dividi-la em dez grupos e pedirque cada grupo ilustre um dos artigos da lista. Expor as ilustrações no mural.• Depois de pronto o cartaz, sortear algumas crianças <strong>para</strong> ilustrá-lo, relacionando a imagem com a lista de direitos edeveres da classe.• Pedir aos alunos que justifiquem oralmente o porquê da escolha daquele direito.20O mundo das crianças• Propor aos alunos a montagem de um painel com imagens relacionadas aos direitos das crianças. O painel terá aforma circular – como um globo terrestre – e dentro dele serão coladas as imagens selecionadas.Primeira etapa – os direitos das crianças• Mobilizar a discussão sobre os direitos das crianças, organizados no ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente.Reler o documento e ouvir a opinião deles.• Discutir a letra da música Criança Não Trabalha, composição de Arnaldo Antunes e Paulo Tatit, interpretada pelogrupo Palavra Cantada. Se possível, tocar a música <strong>para</strong> os alunos cantarem juntos.


Criança Não TrabalhaLápis, caderno, chiclete, peãoSol, bicicleta, skate, calçãoEsconderijo, avião, correria,Tambor, gritaria, jardim, confusãoGiz, merthiolate, band aid, sabãoTênis, cadarço, almofada, colchãoQuebra-cabeça, boneca, peteca,Botão, pega-pega, papel papelãoBola, pelúcia, merenda, crayonBanho de rio, banho de mar,Pula sela, bombomTanque de areia, gnomo, sereia,Pirata, baleia, manteiga no pãoCriança não trabalhaCriança dá trabalhoCriança não trabalha1, 2 feijão com arroz3, 4 feijão no prato5, 6 tudo outra vez(Música que integra o CD Canções Curiosas, de 1998,produzido por Sandra Peres e Paulo Tatit, do selo Palavra Cantada)• Se possível, mostrar animação feita em uma oficina com crianças e jovens a partir dessa música (disponível no site:http://www.f7.com.br/oda41.htm)• Evidenciar <strong>para</strong> as crianças a relação entre algumas palavras dos versos da música e os artigos do ECA. Por exemplo:direito à alimentação (manteiga no pão, merenda, feijão com arroz); direito ao lazer (bola, pelúcia, tanque de areia);direito à assistência médica (merthiolate, band-aid); direito à educação (lápis, caderno, crayon) etc.Segunda etapa – colagem do painel:• Em uma folha de papel grande (cartolina, cartão, kraft etc.), desenhar no centro um grande círculo, representandoum globo terrestre.• Pesquisar e selecionar em revistas e jornais imagens de crianças em situações que representem a garantia de seusdireitos. Para isso, os alunos precisam reler o ECA, identificar os direitos e traduzi-los em imagens.• Recortar as várias imagens e colar no interior do círculo.• Solicitar uma foto 3x4 de cada um dos alunos. Essas fotos serão os rostos das crianças desenhadas ao redor docírculo, como se estivessem em roda. A ideia é criar uma cumplicidade dos alunos com as propostas defendidas erepresentadas no interior do círculo (globo terrestre).• Expor, no mural da sala de aula ou da escola, o painel Em Defesa dos Direitos das Crianças.Unidade2O tempo da nossa vidaObjetivos Competências Conteúdos• Trabalhar com as noções de ritmo, velocidade detempo, sucessão, ordenação, duração e simultaneidade.• Organizar gráficos de atividades diárias e semanais,com base em períodos e horas do dia e dos dias dasemana, realizando cálculos <strong>para</strong> interpretá-los.• Ler um calendário dos meses do ano <strong>para</strong> realizarregistros temporais.• Interpretar texto <strong>para</strong> informar-se sobre o dia-a-dia navida de uma classe, estabelecendo com<strong>para</strong>ção com asua própria rotina.• Entender como se organiza uma linha de tempo.• Estabelecer relações passado/presente, empregandocronologia e registrando fatos pessoais.• Registrar (preenchendográfico, desenhando oupor escrito).• Construir conceitosrelativos à medida dotempo (dia, semana, mês,ano).• Interpretar (gráficos ecalendários).• Com<strong>para</strong>r (rotinas emodos de vida).• Tempo cronológico.• Medidas de tempo.• Organização decalendário e linhado tempo.21


22■■Sugestões e orientações complementaresPágina 44 – O passar do tempo• Discutir com os alunos as imagens e as diferentes maneiras de marcar o tempo. Conhecem outras formas? Quais?Páginas 44 a 46 – Meus estudos, minhas conclusões• Antes de iniciar a atividade 1, pedir aos alunos que registrem em uma folha de papel sulfite a lista das atividadesque eles fazem de manhã: escovar os dentes, tomar café, fazer lição de casa, ir à aula de natação, brincar na casa doamigo, ver TV, ir à casa da avó, tomar banho, almoçar, ir <strong>para</strong> a escola etc. Arquivar a lista de atividades no Álbumde Registros.Página 47 - O dia• Propor oralmente os desafios abaixo <strong>para</strong> o grupo.– Quantos dias têm as férias do meio do ano (julho/um mês)?– Quanto tempo falta <strong>para</strong> chegar as férias de julho?– Quanto tempo leva <strong>para</strong> ir da sua casa até a escola? (resposta pessoal)– Quanto tempo dura o recreio?– Quanto tempo falta <strong>para</strong> chegar o aniversário de cada um? (resposta pessoal)– Quantos meses faltam <strong>para</strong> acabar o ano?Páginas 47 a 50 – Meus estudos, minhas conclusões• Após terminar os exercícios sobre horários dos alunos e de seus pais ou responsáveis, pedir ao grupo que faça umgráfico registrando quanto tempo eles ficam acordados por dia. Ajudá-los a verificar se a soma das horas de sonocom as horas em que ficam acordados dá 24 horas.Página 51 – Hoje, ontem e amanhã• Antes da atividade, pedir que registrem no caderno uma atividade realizada ontem, uma que fizeram hoje e uma quepretendem fazer amanhã. Ler <strong>para</strong> a sala.Página 54 – O presente, o passado e o futuro• Comentar com os alunos os diferentes tempos e a relação entre eles.Páginas 55 e 56 – Meus estudos, minhas conclusões• Comentar a relação entre o passado, o presente e o futuro na vida das pessoas. Dar exemplos de causa e consequência.Trabalhar com projeções <strong>para</strong> o futuro com base em informações do presente.Página 57 – Dois tempos diferentes• Comentar as mudanças entre as atitudes e os comportamentos das pessoas no passado e perceber as mudanças emrelação ao modo de vida no presente.Página 58 – Neste momento• Antes da atividade, pedir que observem as imagens. Há semelhanças? Qual o horário marcado?Página 59 – A semana, o mês, o ano• Comentar as medidas de tempo criadas pelo ser humano e como usamos diferentes medidas de tempo no nossocotidiano.• Comentar que os nomes dos meses do ano (substantivos comuns) são escritos com letra minúscula, exceto em começode frase.


Páginas 60 e 61 – Meus estudos, minhas conclusões• Perguntar sobre a função do calendário e da agenda na organização das nossas atividades cotidianas.Página 62 - Uma tabela• Trem cronológico (dia e mês)– Distribuir <strong>para</strong> o grupo tiras de papel em branco e pedir a cada um que escreva a data de seu aniversário (dia emês). Fazer um trem no chão da classe com as datas de aniversário de quem faz primeiro até chegar a quem fazpor último. Depois de pronto o trem, fazer um quadro de aniversários.– Preencher o quadro de aniversários da classe <strong>para</strong> ficar no mural.• Para fazer o quadro de aniversários:– Pegar uma folha de cartolina.– Dividir em 12 partes iguais (verticais).– Colocar o nome de cada mês na parte superior, respeitando a ordem cronológica.– Dividir em 31 partes iguais (horizontais).– Colocar os números de 1 a 31, respeitando o número de dias de cada mês do ano.– Registrar o nome dos aniversariantes da classe, preenchendo o quadro.Página 63 – Ação!• Para trabalhar o tempo cronológico e a identidade do grupo (escolar e social), ampliar a atividade da seção Ação<strong>para</strong> um calendário mensal, no qual serão registrados acontecimentos significativos <strong>para</strong> o grupo, tanto na rotinaescolar da classe como fora dela. Por exemplo: Não tivemos aula de Educação Física. Fizemos objetos de argila naaula de artes. Aprendemos a fazer adição etc.• Como fazer o calendário mensal– Pegar uma cartolina colorida.– Dividir em 30 ou 31 partes iguais (verticais).– Colocar os números de 1 a 31 (dependendo do mês).– Escrever o nome do mês.– Explicar que a função do calendário é registrar acontecimentos importantes <strong>para</strong> o grupo.• Como fazer os registros– Uma vez por semana levantar com a classe os fatos importantes da semana anterior, o dia em que ocorreram, eregistrá-los na lousa: 1 ọ de maio – Dez anos da morte de Ayrton Senna. 1 ọ de maio – Dia do Trabalho. 6 de maio– Não tivemos aula de Educação Física etc.– Cortar pequenos retângulos de uma folha de cartolina branca (8 cm x 4 cm).– Escrever o dia e o acontecimento no retângulo, como um título.– Pedir a um aluno que faça o registro, desenhando o fato no pequeno retângulo. Cada acontecimento deverá terseu registro feito em um retângulo de cartolina.– Colar o registro feito no calendário mensal (cartolina).– Fazer um traço ligando o dia do mês, escrito na parte superior da cartolina, com o retângulo no qual está registradoo acontecimento, este também colado na mesma cartolina.• Tal calendário deverá ser mensal e guardado todos os meses. No final do ano, dividir a classe em grupos, conforme osmeses que tiverem sido feitos. Distribuir um calendário <strong>para</strong> cada grupo e pedir aos grupos que façam um pequenotexto relatando os fatos ocorridos naquele mês. No final da atividade o grupo terá a história da classe registrada, e oscalendários poderão, então, ser sorteados entre os alunos.Página 64 – A história de um dia-a-dia• Ler em voz alta e comentar com a classe o texto da página 64.23


Páginas 65 a 68 – Meus estudos, minhas conclusões• Levantar com o grupo o dia-a-dia de Mariana e registrar os fatos na lousa.• Esperar que os alunos registrem individualmente a própria rotina.• Ouvir os registros de alguns alunos e comentar com o grupo as respostas.• Orientar individualmente as conclusões da atividade do livro-texto.• Explicar <strong>para</strong> a classe os gráficos da página 66, orientar individualmente a realização das atividades do exercício 2.Página 69 – A linha de tempo• Explicar que a linha de tempo é uma representação visual (gráfica) do tempo, organizado cronologicamente, isto é,do mais antigo <strong>para</strong> o mais recente.• Antes de os alunos começarem a fazer a linha de tempo da vida deles, dar alguns exemplos: 1 ano: nasceu meu primeirodente; comecei a frequentar o berçário. 2 anos: aprendi a andar; machuquei o queixo. 3 anos: entrei no maternal;nasceu meu irmão. 4 anos: mudei de casa. 5 anos: aprendi a escrever meu nome. 6 anos: entrei no primeiroano. 7 anos: caiu meu primeiro dente; aprendi a ler. 8 anos: caiu meu segundo dente; aprendi a andar de bicicleta.Páginas 69 a 71 – Meus estudos, minhas conclusões• Observação: Na realização da atividade 1, é necessária a ajuda da família tanto <strong>para</strong> selecionar os acontecimentossignificativos da vida do aluno quanto <strong>para</strong> datá-los.Página 73 – Vamos lembrar• Depois de estudarem e elaborarem uma linha de tempo, pedir aos alunos que desenhem em uma folha de papelsulfite o acontecimento significativo escolhido <strong>para</strong> cada ano de vida.• Arquivar os desenhos no Álbum de Recordações sugerido na Unidade 1.■■ Sugestões de títulos <strong>para</strong> as páginas internas doÁlbum de Recordações: (continuação da Unidade 1)12. O que eu quero ser quando crescer13. O que eu faço de manhã14. O que eu faço à tarde15. O que eu faço nos finais de semana16. O que eu gosto em mim17. O que eu não gosto em mim18. Meu esporte preferido19. Meu animal preferido20. Meu ídolo (ou herói)21. Meu melhor amigo22. O que fiz nas férias passadas23. O que quero fazer nas próximas férias• Para trabalhar a noção de diferentes calendários e ampliar a noção de tempo cronológico, apresente outras possibilidadesde organização do tempo, como o calendário astrológico ocidental.• Durante séculos os calendários astrológicos se basearam na observação dos astros e no registro de seus movimentos.Mais recentemente os astrólogos têm usado dados coletados pelos astrônomos e organizados em tabelas chamadasefemérides, que mostram as posições dos corpos celestes. A determinação do signo de uma pessoa está relacionadaà posição das constelações em relação à Terra na data do seu nascimento (por isso, a carta natal ou mapa astral).• Levantar com os alunos a relação entre os calendários e a observação dos movimentos da natureza e dos corposcelestes, existente em diferentes culturas e épocas.– Escrever na lousa ou em um pedaço de cartolina o calendário astrológico ocidental e deixar que os alunos descubramo próprio signo e o dos colegas, ampliando assim a noção de tempo cronológico que eles possuem.24


Áries: 21 de março a 20 de abril.Touro: 21 de abril a 20 de maio.Gêmeos: 21 de maio a 20 de junho.Câncer: 21 de junho a 21 de julho.Leão: 22 de julho a 22 de agosto.Virgem: 23 de agosto a 22 de setembro.Libra: 23 de setembro a 22 de outubro.Escorpião: 23 de outubro a 21 de novembro.Sagitário: 22 de novembro a 21 de dezembro.Capricórnio: 22 de dezembro a 20 de janeiro.Aquário: 21 de janeiro a 19 de fevereiro.Peixes: 20 de fevereiro a 20 de março.– Introduzir também outra possibilidade de calendário, com outra divisão e organização do tempo – o calendáriochinês. Diferente do calendário astrológico ocidental, o chinês é dividido em 12 animais, que se repetem acada doze anos. Conta a lenda que Buda, próximo da morte, chamou os animais <strong>para</strong> se despedir e somente 12vieram. Foram esses animais que deram origem aos anos da Astrologia Chinesa, conhecida muito tempo antesdo calendário astrológico ocidental. Como esse calendário é organizado de acordo com o ano de nascimento, amaioria dos alunos deve ser do mesmo signo chinês. É importante que eles localizem o ano e vejam o signo correspondenteno horóscopo chinês.– Tabela dos anos e signos no horóscopo chinês:Boi 1901 1913 1925 1937 1949 1961 1973 1985 1997 2009Tigre 1902 1914 1926 1938 1950 1962 1974 1986 1998 2010coelho 1903 1915 1927 1939 1951 1963 1975 1987 1999 2011dragão 1904 1916 1928 1940 1952 1964 1976 1988 2000 2012serpente 1905 1917 1929 1941 1953 1965 1977 1989 2001 1013cavalo 1906 1918 1930 1942 1954 1966 1978 1990 2002 2014carneiro 1907 1919 1931 1943 1955 1967 1979 1991 2003 2015macaco 1908 1920 1932 1944 1956 1968 1980 1992 2004 2016Galo 1909 1921 1933 1945 1957 1969 1981 1993 2005 2017cachorro 1910 1922 1934 1946 1958 1970 1982 1994 2006 2018Porco 1911 1923 1935 1947 1959 1971 1983 1995 2007 2019Rato 1912 1924 1936 1948 1960 1972 1984 1996 2008 2020• Após as duas etapas, com<strong>para</strong>r os diferentes calendários astrológicos e a diversidade dos resultados na sala. Paravizualizar melhor, construir uma tabela com os signos (nos dois calendários) e registrar o nome dos alunos de cadaum deles.ÁriesTouroGêmeosCâncerLeãoVirgemLibraEscorpiãoSagitárioCapricórnioAquárioPeixessiGnOnOmE dOs aLunOs• E no calendário chinês:anO dEnascimEnTOsiGnOcHinÊsnOmE dOsaLunOs• Colar as tabelas ao lado da Tabela de Aniversários,no mural da sala de aula.25


Página 94 – Meus estudos, minhas conclusões• Orientar os alunos na organização dos dados sobre a sua família. Nas atividades 2 e 3, os familiares devem colaborarcom dados.Página 99 – Viver e aprender com a família• Discutir com os alunos a importância dos familiares no aprendizado das crianças. O que se aprende com a família?Listar na lousa os comentários.• Ler e discutir o texto O nosso jeito de ensinar é assim com o grupo. Comentar a palavra do miniglossário.Páginas 100 e 101 – Meus estudos, minhas conclusões• Antes de iniciar a atividade, comentar com os alunos as seguintes questões:– O que aprendemos sozinhos?– O que nossos pais nos ensinam?– O que os <strong>professor</strong>es nos ensinam?– Com quem mais podemos aprender?Páginas 102 e 103 – Viver sem a família• Ler os textos das páginas 102 e 103. Abrir discussão sobre o tema. Acolher as questões e opiniões dos alunos.Página 104 – Meus estudos, minhas conclusões• Propor que as questões 2 e 3 sejam discutidas e respondidas em dupla.Página 105 – Outras leituras• Propor a leitura dos livros indicados <strong>para</strong> ampliar as discussões sobre o tema.• Estimular os alunos a trabalhar com documentos visuais, especialmente fotografias que registrem diferentes momentosda sua história pessoal e familiar. As fotos devem ser seguidas de uma pequena frase (legenda) identificando,além do personagem central, o local e a data, sempre que possível.■■Sugestões de títulos <strong>para</strong> as páginas internas doÁlbum de Recordações: (continuação da Unidade 2)24. Minha foto preferida25. Minha mãe26. Meu pai27. Com quem eu moro28. Minha família29. Meus avósExposição fotográfica30. Minha casa31. Minha escola32. Minha brincadeira preferida33. Meu passeio preferido34. O que eu aprendi nas férias• Pedir aos alunos que pesquisem em casa e tragam fotos atuais (em que eles apareçam com suas famílias) e fotosantigas (da época em que os pais eram crianças e os avós eram moços, ou fotos dos bisavós, quem as tiver).• Para montar a exposição:1. Recolher e guardar as fotos dos alunos até o dia da exposição (em uma etiqueta adesiva, identificar no verso de cadafoto o nome do aluno, turma, sala etc., além de acondicionar as fotos em envelopes, <strong>para</strong> que não se extraviem).2. Para a exposição das imagens, organizar blocos cronológicos, se<strong>para</strong>dos por décadas: de 1931 a 1940: década de30; de 1941 a 1950: década de 40; e assim por diante, até os dias atuais.3. Como as fotos não poderão ser coladas ou pregadas, <strong>para</strong> não serem danificadas, buscar soluções <strong>para</strong> a suaexposição. Solicitar ajuda dos alunos nas ideias e conversar com o <strong>professor</strong> de Artes, <strong>para</strong> uma alternativa expositiva.De preferência, dispor as fotos sobre as carteiras ou criar molduras com papel-cartão <strong>para</strong> colar as fotosem um cartaz.27


28Objetivos da exposição:• Observar as fotos trazidas pelos alunos.• Identificar as mudanças e as permanências no modo de vida entre o “tempo” dos alunos, dos pais, dos avôs e dosbisavôs.• Trabalhar o conceito de fotografia como registro de época.• Verificar o que se pode “ler” no registro fotográfico.• Explicar aos alunos o critério de organização da exposição (décadas: dez em dez anos).• Durante a exposição, os alunos deverão observar os detalhes nas fotos expostas e refletir sobre as questões:Moradia• Aparecem construções nas fotos?• Como são essas construções?• As paisagens que aparecem nas fotos expostas se modificaram?• Você reconhece algum dos lugares que aparecem nas fotos?Meios de transporte• Aparece algum meio de transporte nas fotos? Quais?• Dos que aparecem, o que mudou em relação aos meios de transporte atuais (metrô, automóveis, aviões, bicicletas,ônibus, barcos)?Vestuário• Como as mulheres costumavam se vestir nas primeiras décadas do século XX?• Nessa mesma época, como eram as vestimentas das crianças?• E os homens, como costumavam se vestir?• Quando as mulheres começaram a aparecer com calças compridas nas fotos?• No nosso modo de vida, como as pessoas –– crianças, homens e mulheres –– se vestem neste início do séculoXXI?Objetos e acessórios (no vestuário)• Como as mulheres se penteavam?• As mulheres usavam chapéus?• E os homens, usavam chapéus?• As crianças usavam algum adorno na cabeça?• Nas fotos aparecem objetos como: leques, bengalas, óculos, sombrinhas, colares, luvas? Descreva-os.Objetos domésticos• Aparecem objetos domésticos nas fotos antigas? Quais?• E nas fotos atuais, mostram-se objetos domésticos? Caso sim, quais?Meios de comunicação• Quais eram os meios de comunicação nas primeiras décadas do século XX?• Eles aparecem nas fotos dessa época?• E hoje, é comum aparecer algum meio de comunicação nas fotos? Quais?Festas• Aparece alguma festa nas fotos de antigamente?• Você tem alguma foto antiga tirada em uma festa popular (de rua) como o Carnaval e a Festa Junina, por exemplo?• E hoje em dia, as festas são fotografadas?Observação:• Antes de terminar a exposição de fotos, fazer oralmente as perguntas abaixo <strong>para</strong> o grupo, em uma roda de conversa.– Como são as fotos mais antigas da exposição?– De que década elas são?– Por que antigamente as pessoas costumavam posar <strong>para</strong> tirar fotografia?– Que roupas as pessoas costumavam vestir <strong>para</strong> tirar fotografia?


– Em que lugares as pessoas eram fotografadas?– Quem tirava as fotos?– Como eram as máquinas fotográficas daquele tempo?– Em que década começaram a aparecer fotografias coloridas?– E hoje, como são as fotos?– Quem tira fotos hoje em dia?– Como as pessoas aparecem nas fotos de hoje?– Com que roupas as pessoas aparecem nas fotos atualmente?– E em que lugares as pessoas são fotografadas hoje?– Como são as atuais máquinas fotográficas?• Durante a exposição, os alunos podem ser divididos em pequenos grupos <strong>para</strong> fazer registros de observações porescrito (rascunho) de temas específicos. Assim, um grupo observará as fotos e anotará as respostas <strong>para</strong> as perguntassobre a moradia, outro grupo sobre as vestimentas, outro sobre os transportes, e assim por diante.• Na aula seguinte, comentar e discutir coletivamente essas observações. Socializar as anotações dos diversos grupossobre os temas escolhidos. Trabalhar o conceito de foto como registro de uma época.• Produzir um texto coletivo, na lousa ou em cartolina, com o título: As fotografias mostram as muitas diferenças nomodo de vida?• Cada aluno deve escrever o texto no próprio caderno.Unidade4Tempos diferentes, histórias diferentesObjetivos Competências Conteúdos• Registrar as mudanças que ocorrem nas pessoas eno seu modo de vida.• Compreender que as mudanças ocorridas afetamseus costumes e o seu modo de viver.• Resgatar informações de diferentes documentos ecompará-las <strong>para</strong> interpretar costumes, hábitos eprocedimentos em épocas diferentes.• Identificar semelhanças e diferenças entre épocasdiferentes.• Com<strong>para</strong>r situações que envolvam fatos dopresente e do passado.• Encontrar semelhanças e diferenças entrebrincadeiras, vida escolar, meios de transporte dopresente e do passado.• Informar-se sobre meios de transporte utilizadosno passado.• Recolher testemunhos de pessoas que viveram emépocas diferentes da sua.• Trabalhar o conceito demodo de vida explorandomudanças e permanênciasem diferentes temposhistóricos.• Com<strong>para</strong>r diferenças esemelhanças no modo devida em diferentes temposhistóricos.• Resgatar informações dediferentes documentos.■■Sugestões de trabalhos complementaresPáginas 108 e 109 – Brincadeiras de hoje e de antes• Tempo histórico(mudança social).• Mudanças epermanências.• Ler e discutir com os alunos o texto das páginas 108 e 109, destacando as informações que o depoente revela sobrecostumes na sua época.Páginas 109 a 113 – Meus estudos, minhas conclusões• Orientar na organização das respostas e das conclusões sobre as mudanças ocorridas.• Depois de feitas as entrevistas, abrir a roda de conversa <strong>para</strong> comentar e com<strong>para</strong>r as conclusões a que os alunoschegaram.29


30Página 114 – A escola de hoje e de antes• Ler e comentar o texto com a classe, destacando os costumes de outra época.• Aferir o conhecimento do grupo em relação aos hinos. Quais hinos eles conhecem? Em que situações eles são cantados?Página 115 – Meus estudos, minhas conclusões• Propor que essa atividade seja realizada em duplas ou trios.Página 116 – Viver em nosso tempo e em outros tempos• Antes da leitura do texto, perguntar aos alunos como eles imaginam ser a vida sem televisão. Como as pessoas sedivertiam? Como se informavam?• Orientar os alunos a ler e a reler o texto silenciosamente.• Discutir o texto coletivamente com a classe.Páginas 117 a 121 – Meus estudos, minhas conclusões• Orientar as respostas sobre o texto da página 116 e as imagens da página 118.• Auxiliar na com<strong>para</strong>ção e identificação de semelhanças e diferenças existentes nas imagens.• Depois de respondidas as questões, analisar com o grupo as respostas. Registrar as observações (semelhanças e diferenças)dos alunos na lousa e pedir que complementem suas respostas a partir das discussões.• Analisar com o grupo os seguintes aspectos das fotos da página 120:– Como eram os edifícios?– Que meios de transporte aparecem na foto?– Como eram os automóveis?– Como era o trânsito?– Você já viu um bonde?• Com<strong>para</strong>r as duas imagens levantando semelhanças e diferenças.Páginas 122 a 124 – Ação!• Sugerimos que a pesquisa seja ampliada <strong>para</strong> o modo de vida dos pais ou dos avós dos alunos. Conforme a realidadedo aluno, a pesquisa poderá ser feita com outras pessoas da família.Pesquisando o modo de vida de meus pais e avós• Diferentes aspectos revelam o modo de vida: meios de transporte, vestuário, moradia, objetos domésticos, meiosde comunicação, música, festas e rituais religiosos, e crenças. A partir dessa consideração, dividir a classe em cincogrupos e sortear os seguintes temas a respeito do modo de vida entre os grupos. Vestuário infantil, Moradia (jardinse quintais), Objetos domésticos (TV, videocassete, ventilador, ar-condicionado e máquinas fotográficas), Músicasde carnaval e Festas de aniversário.• Explicar as etapas da pesquisa <strong>para</strong> os alunos:1. Elaborar o roteiro de perguntas (ver sugestões a seguir) relativas ao tema <strong>para</strong> as entrevistas que serão feitas pelosalunos com os respectivos familiares.2. Recolher informações em casa entrevistando a família, conseguindo objetos, observando imagens e pesquisandoem livros.3. Trazer o material recolhido em casa <strong>para</strong> ser explorado e organizado pelo grupo em sala de aula, com a orientaçãodo <strong>professor</strong>.4. Registrar as informações que já foram organizadas anteriormente. Anotar as conclusões a que o grupo chegoucom orientação do <strong>professor</strong>.5. Entregar os registros e as conclusões ao <strong>professor</strong> (<strong>para</strong> serem corrigidos e, se possível, digitados por ele).6. Fazer um cartaz como produto final da pesquisa: o texto digitado pelo <strong>professor</strong> e as ilustrações e/ou as colagensdos cartazes feitos pelos alunos.7. Apresentar o trabalho do grupo <strong>para</strong> a classe, no dia marcado pelo <strong>professor</strong>.8. Após as apresentações dos grupos, expor os cartazes no mural da classe e, depois, fazer rodas de conversa, nasquais serão discutidas as diferenças e as semelhanças entre o modo de vida dos alunos e de seus pais e avós.


sugestões de roteiros <strong>para</strong> as entrevistasVestuário infantil• Como eram as roupas que o pai ou a mãe usava na infância?• Como eram as roupas que o avô ou a avó usava na infância?• Usava-se uniforme de escola? Como era?• Com que tipo de roupa o pai ou a mãe se vestia <strong>para</strong> brincar?• Com que tipo de roupa o avô ou a avó se vestia <strong>para</strong> brincar?• Com que tipo de roupa o pai ou a mãe se vestia <strong>para</strong> passear?• Com que tipo de roupa o avô ou a avó se vestia <strong>para</strong> passear?• Existem fotos com as informações acima?Moradia (jardins e quintais)• Como era a casa ou o apartamento em que os pais (pai ou mãe) moraram na infância?• A casa tinha jardim e/ou quintal?• Pedir que o pai ou a mãe descreva o local.• Pedir que o pai ou a mãe desenhe (de memória) o local.• Existem fotos desse local?• Como era a casa em que os avós (avô ou avó) moraram na infância?• Pedir que o avô ou a avó descreva o local.• Pedir que o avô ou a avó desenhe (de memória) o local.• Existem fotos desse local?• Se possível, com<strong>para</strong>r a foto com o desenho.Objetos domésticos (TV, freezer, ventilador, ar-condicionado, máquinas fotográficas...)• Alguns desses objetos existiam na infância dos avós? Quais?• Como eram? Descreva-os ou desenhe-os.• Quando os avós eram crianças, a família possuía algum deles em casa?• Alguns desses objetos existiam na infância dos pais? Quais?• Como eram? Descreva-os ou desenhe-os.• Quando os pais eram crianças, a família possuía algum deles em casa?Músicas de carnaval• Como eram as letras?• Como eram os ritmos?• Como eram os instrumentos?• Onde eram tocadas?• Quem cantava?Festas de aniversário• Falar sobre:– Local; – Decoração;– Horário; – Brincadeiras;– Convidados; – Comidas;– Presentes; – Bebidas.• Promover discussão em grupo e comentar as conclusões obtidas.Página 127 – Vamos lembrar• Propor que a atividade seja realizada individualmente.31


BiBLiOGrafia32A seguir, apresentamos, se<strong>para</strong>damente, as obras de leitura geral, seguidas pelas obras específicas da área de História.GERaLARNAY, J.; RODRIGO, M. J. (orgs.). Conhecimento cotidiano, escolar ecientífico: representação e mudança. São Paulo: Ática, 1998. (Aconstrução do conhecimento escolar 1).BRASIL. Coordenação Geral de Apoio às Escolas Indígenas. Geografiaindígena. Brasília: Instituto Socioambiental, 1996.. Ministério da Educação e do Desporto. Diretrizes CurricularesNacionais. Educação Básica. Brasília: Conselho Nacional deEducação/Inep, 2001.. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria da EducaçãoFundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. Apresentaçãodos temas transversais e Ética. Brasília: MEC/SEF, 1997.v. 8.. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria da EducaçãoFundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. Históriae Geografia. Brasília: MEC/SEF, 1997. v. 5.. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria da EducaçãoFundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. Pluralidadecultural e Orientação sexual. Brasília: MEC/SEF, 1997. v. 10.. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria da Educaçãoa Distância. Salto <strong>para</strong> o futuro: um olhar sobre a escola.Brasília: MEC/SEED, 2000.CASTORINA, José Antonio et al. Piaget - Vygotsky. Novas contribuições<strong>para</strong> o debate. São Paulo: Ática, 2000.COLL, C. Aprendizagem escolar e construção do conhecimento. Porto Alegre:Artes Médicas, 1994.. O construtivismo na sala de aula. São Paulo: Ática, 1999.; TEBEROSKY, A. Aprendendo história e geografia: conteúdosessenciais <strong>para</strong> o Ensino Fundamental de 1ª- a 4 ª- série. São Paulo:Ática, 2000.ESTEBAN, M. T. (org.). Avaliação: uma prática em busca de novossentidos. Rio de Janeiro: DP&A, 2001.PIAGET, J. A construção do real na criança. São Paulo: Ática, 1996.HisTóRiaABREU, A. A. et al. Dicionário histórico biográfico brasileiro. 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Rio de Janeiro: Zahar, 1993.REVISTAS E JORNAISImpresso no Parque Gráfico da <strong>Editora</strong> <strong>FTD</strong>Avenida Antonio Bardella, 300Fones: (0-XX-11) 2412-1905e (0-XX-11) 2412-809907220-020 GUARULHOS (SP)Revistas• Almanaque (publicação da TAM)• Caminhos da Terra (Abril)• Ciência Hoje das Crianças (publicação da Sociedade Brasileira <strong>para</strong> oProgresso da Ciência)• Lição de Casa (publicação semanal do jornal O Estado de S. Paulo)• Nova Escola (Abril)• Superinteressante (Abril)• Veja (Abril)Jornais• Folha de S.Paulo• O GloboSITESwww.cimi.org.br, do Conselho Indigenista Missionáriowww.funarte.gov.br, da Fundação Nacional de Arte, do Ministério daCulturawww.futuro.usp.br, da Escola do Futuro, da Universidade de São Paulowww.ibama.gov.br, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dosRecursos Naturais Renováveiswww.ibge.gov.br, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticawww.mec.gov.br, do Ministério da Educaçãohttp://revistaescola.abril.com.br/home/home.shtml, da Revista NovaEscola

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