109foram observados por Marinho et al. (2008) em rebanhos caprinos leiteiros na região do CaririParaibano, onde puderam estu<strong>da</strong>r 106 animais com sintomatologia de agalaxia contagiosa eisolar o Mycoplasma agalactiae, de secreções <strong>da</strong> glândula mamária.De acordo com as observações colhi<strong>da</strong>s nas visitas às proprie<strong>da</strong>des, percebeu-se quetraumatismo na glândula mamária foi à segun<strong>da</strong> causa <strong>da</strong> incidência de mastite nos rebanhosestu<strong>da</strong>dos. O aparecimento de ferimentos no úbere <strong>da</strong>s ca<strong>br</strong>as é comum acontecer, devido aotipo de vegetação com espinho predominante na região. Porém, quando estes ferimentos nãosão tratados rapi<strong>da</strong>mente, ou quando manejados sem o mínimo de higiene possível, elesservem de porta de entra<strong>da</strong> para microrganismos altamente patogênicos como o Mycoplasmasp., entre outros.Os <strong>da</strong>dos acima evidenciam que o uso de antimicrobianos em sistemas de produção deleite de ca<strong>br</strong>a está associado, principalmente à presença de mastite, confirmados pelasconversas com os produtores que afirmaram usar no tratamento <strong>da</strong> Agalaxia Contagiosa emastite traumática.Trabalhos semelhantes em outras regiões do Brasil também identificaram a associaçãodo uso de antibiótico com a prevalência de mastite no rebanho, como o estudo realizado porAlves et al. (2006), que analisaram os resultados percentuais <strong>da</strong> ocorrência de resíduos deinibidores microbianos, no leite cru refrigerado, produzido na região metropolitana de BeloHorizonte, por estação do ano e encontraram resíduos somente nas estações de primavera everão. Período <strong>da</strong>s chuvas e de maior ocorrência de casos de mastite nos rebanhos 7,6% e8,1% na primavera e verão. Com isso os autores concluíram que a presença de resíduosantimicrobianos no leite estava associa<strong>da</strong> à maior ocorrência de mastite.Nardelli et al. (2006) estu<strong>da</strong>ndo a presença de resíduos de antibióticos, do grupo betalactâmicos,em leite de ca<strong>br</strong>a sugeriu que haveria uma relação entre as práticas de manejo, aincidência pluviométrica e a presença de mastite. Relações que não puderam ser observa<strong>da</strong>sneste estudo, devido à ocorrência de uma situação não prevista, surto de Agalaxia Contagiosados Ovinos e Caprinos, que embora possa ter uma relação com o clima, não foi possívelinvestigar neste momento. No entanto, a identificação <strong>da</strong>s práticas de manejo pode aju<strong>da</strong>r aexplicar este surto e o uso de antimicrobianos.As práticas de manejo dos animais
110Foi mapeado um conjunto de práticas adota<strong>da</strong>s na condução dos rebanhos de ca<strong>br</strong>as,relaciona<strong>da</strong>s, principalmente, ao manejo sanitário coletivo (cui<strong>da</strong>dos gerais com a saúde dosanimais) e individual (cui<strong>da</strong>dos com a ca<strong>br</strong>a durante a ordenha). A síntese <strong>da</strong>s práticaspermitiu identificar fatores críticos e de risco para a multiplicação de agentes infecciososcausadores de doenças nos animais.Existe uma grande diversi<strong>da</strong>de de estratégias na condução dos rebanhos. Porém aprática de confinar as ca<strong>br</strong>as que estão em lactação é comum entre a maioria dos produtores.Prática que se acentua no período seco do ano, quando as pastagens nativas estão escassas e osanimais necessitam receber, muitas vezes, 100% <strong>da</strong> alimentação no cocho. Neste estudoidentificou-se que 25% dos produtores mantêm seus rebanhos confinados durante todo o ano.Tal situação cria um ambiente favorável à multiplicação e disseminação demicrorganismos causadores de doenças, esta última, principalmente pela proximi<strong>da</strong>de físicaentre os animais. Lima Júnior et al. (1995) observaram o efeito do confinamento e aprevalência <strong>da</strong> mastite em rebanhos de ca<strong>br</strong>as leiteiras no Rio de Janeiro. Eles observaramque, onde era empregado o sistema intensivo de criação em confinamento, com eleva<strong>da</strong>densi<strong>da</strong>de de animais por uni<strong>da</strong>de de área existia uma maior prevalência <strong>da</strong> mastite.A aquisição de animais para ampliação e/ou, como dizem os produtores, melhoriagenética dos rebanhos é uma prática corriqueira. Animais adquiridos em feiras agropecuárias,feiras regionais e/ou de vizinhos entram e saem constantemente dos rebanhos. Na circulaçãode animais existe, por parte dos compradores e vendedores, pouca, ou nenhuma, preocupaçãocom a possibili<strong>da</strong>de dos animais serem portadores de agentes infecciosos. Nesta condição emtorno de 70% dos produtores afirmaram não fazer quarentena com os animais recémcomprados, fato que eleva o risco de entra<strong>da</strong> de doenças infecto-contagiosas nos rebanhos,como por exemplo, a Agalaxia Contagiosa dos Ovinos e Caprinos, encontra<strong>da</strong> neste estudo.Algumas pesquisas evidenciam a correlação entre a prevalência <strong>da</strong> mastite emrebanhos caprinos leiteiros e as práticas de higiene adota<strong>da</strong>s antes, durante e depois <strong>da</strong>ordenha. Lima Júnior et al. (1995) realizaram esse tipo de pesquisa e perceberam uma menorprevalência de mastite sub-clínica em proprie<strong>da</strong>des que utilizavam práticas higiênicasanitáriasna ordenha, enquanto aquelas que falharam nestas práticas tiveram maioresproblemas com a mastite.
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