33Dentre todos esses fatores citados acima, as doenças infecciosas, dissemina<strong>da</strong>s nosrebanhos parecem ser as principais causas que levam a utilização de antimicrobianos norebanho leiteiro, podendo ser resultantes dos seguintes fatores: alta densi<strong>da</strong>de de animais empequenos espaços, introdução de animais novos no rebanho sem respeitar o período dequarentena, deficiência nutricional, introdução de raças pouco a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong>s ao clima <strong>da</strong> região,falhas de higienização no ambiente e na ordenha, sistema de confinamento intensificado,utensílios contaminados e doenças do rebanho e do homem. Esses fatores podem apresentarimpacto negativo so<strong>br</strong>e a saúde dos animais, so<strong>br</strong>etudo <strong>da</strong> glândula mamária (SOUZA &BENEDET, 1988).Apesar <strong>da</strong> rustici<strong>da</strong>de e capaci<strong>da</strong>de de a<strong>da</strong>ptação dos caprinos a uma ampla varie<strong>da</strong>dede condições climáticas, o desenvolvimento <strong>da</strong> caprinocultura leiteira tem levado a umaumento na incidência e na severi<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s patologias <strong>da</strong> glândula mamária, especialmente asmastites (TONIN, 2003). A intensificação do manejo de rebanhos caprinos aumenta aincidência <strong>da</strong> mastite, enfermi<strong>da</strong>de que afeta tanto os rebanhos leiteiros como os de corte. E omanejo sanitário do rebanho realizado de maneira inconstante, incide de maneira indireta nabaixa produtivi<strong>da</strong>de devido à mastite. Por outro lado, um manejo eficiente combinado comseleção de animais, minimiza o impacto <strong>da</strong> mesma (CLAVIJO, 2002).Para Cerqueira (2003), a mastite é responsável por 80 a 90% <strong>da</strong> presença de resíduosde antimicrobianos no leite. As razões para a presença de resíduos incluem: não observânciado período de carência do antimicrobiano; mistura acidental do leite de animais não tratadoscom o leite de animais tratados; excreção mais prolonga<strong>da</strong> do antibiótico do que a indica<strong>da</strong>pela bula; parições antes do período esperado; equipamentos de ordenha contaminados; alémde mitos por parte dos produtores, de que, se diluir o leite de animais tratados no tanquecontendo um maior volume, não haverá riscos.A mastite, inflamação <strong>da</strong> glândula mamária, que se apresenta na forma agu<strong>da</strong>,subagu<strong>da</strong> e crônica, é considera<strong>da</strong> a mais onerosa <strong>da</strong>s enfermi<strong>da</strong>des que acomete os rebanhoscaprinos leiteiros, por aumentar os custos de produção e diminuir a produtivi<strong>da</strong>de. Osprincipais efeitos na quali<strong>da</strong>de do leite são o abaixamento <strong>da</strong> concentração de gordura, lactosee caseína, e aumento do teor cloretos.Enfermi<strong>da</strong>de complexa, na maioria <strong>da</strong>s vezes, resultante <strong>da</strong> interação entre o animal eo ambiente, associa<strong>da</strong> à presença de microrganismos na maioria dos casos, tornando-se um
34grave problema, tanto por aumentar os custos <strong>da</strong> produção quanto pelos riscos à saúde pública.Apresenta-se nas formas, clínica e subclínica, podendo ser de origem traumática, metabólica,alérgica, fisiológica, além dos diversos agentes patogênicos que podem ser isolados naglândula mamária com mastite, dentre eles, destacam-se os Staphylococcus coagulase positivae negativa, Actynomices pyogenes, Streptococcus agalactiae, Escherichia coli, Pasteurella sp.,Clostridium sp., Pseudomonas sp., Mycoplasma sp., Micrococcus spp., e fungos comoCândi<strong>da</strong>, Criptococcus sp., Aspergillus fumigatus; além de vírus como o <strong>da</strong> fe<strong>br</strong>e aftosa e <strong>da</strong>artrite encefalite caprina (MOTA, 1999; ANDRADE, 2002; CLAVIJO, et al., 2002; TONIN,2003).Mishra et al. (1996), conduziram estudo bacteriológico e fúngico de 44 amostras deleite de ca<strong>br</strong>a, encontraram: Staphylococcus aureus, 22,7% cepas coagulase positivos e betahemolíticose 11,36% cepas coagulase negativa, seguido por Escherichia coli 18,2%,Pseudomonas Pyogenes 11,36%, Bacillus spp. 9,09%, Klebsiella pneumoniae e Streptococcusspp. 6,8%, o fungo Aspergillus niger 4,54% e estirpes <strong>da</strong> lev<strong>edu</strong>ra Candi<strong>da</strong> albicans em2,27%.As principais bactérias patogênicas isola<strong>da</strong>s de rebanhos caprino leiteiro na Etiópia deanimais com mastite clínica e subclínica foram: Staphylococcus aureus 12,8%,Staphylococcus coagulase negativa (SCN) 9,6% e Corynebacterium 10,9% spp. Outrasbactérias isola<strong>da</strong>s incluem Streptococcus Agalactiae, Streptococcus dysgalactiae, Klebsiellapneumoniae, Enterobacter aerogenes, Escherichia coli, Pasteurella haemolytica eMicrococcus spp (WAKWOYA et al., 2006).Apesar <strong>da</strong> grande varie<strong>da</strong>de de microrganismos que podem ser isolados a partir <strong>da</strong>glândula mamária, existem alguns patógenos que, invariavelmente, são predominantes, sendorelatados isolamentos destes em rebanhos de todo mundo.Como é o caso dos Staphylococcus coagulase negativa (SCN), isolados com maiorfreqüência nas mastites subclínicas, inclusive de amostras de leite de fêmeas caprinas. Dentreas espécies de SCN podemos citar algumas mais comumente isola<strong>da</strong>s em leite caprino, tais como S. epidermididis, S. xylosus, S. simulans, S. hyicus, S. caprae, S. hominis e S. lugdunensis.Mas o Staphylococcus aureus é o estafilococo mais patogênico para a glândula mamária <strong>da</strong>ca<strong>br</strong>a, tanto sob a forma de enfermi<strong>da</strong>de subclínica quanto clínica, <strong>da</strong> mesma forma que paraos bovinos. E na espécie caprina, o S. aureus é o principal agente envolvido na etiologia <strong>da</strong>s
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