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110Foi mapeado um conjunto de práticas adotadas na condução dos rebanhos de cabras,relacionadas, principalmente, ao manejo sanitário coletivo (cuidados gerais com a saúde dosanimais) e individual (cuidados com a cabra durante a ordenha). A síntese das práticaspermitiu identificar fatores críticos e de risco para a multiplicação de agentes infecciososcausadores de doenças nos animais.Existe uma grande diversidade de estratégias na condução dos rebanhos. Porém aprática de confinar as cabras que estão em lactação é comum entre a maioria dos produtores.Prática que se acentua no período seco do ano, quando as pastagens nativas estão escassas e osanimais necessitam receber, muitas vezes, 100% da alimentação no cocho. Neste estudoidentificou-se que 25% dos produtores mantêm seus rebanhos confinados durante todo o ano.Tal situação cria um ambiente favorável à multiplicação e disseminação demicrorganismos causadores de doenças, esta última, principalmente pela proximidade físicaentre os animais. Lima Júnior et al. (1995) observaram o efeito do confinamento e aprevalência da mastite em rebanhos de cabras leiteiras no Rio de Janeiro. Eles observaramque, onde era empregado o sistema intensivo de criação em confinamento, com elevadadensidade de animais por unidade de área existia uma maior prevalência da mastite.A aquisição de animais para ampliação e/ou, como dizem os produtores, melhoriagenética dos rebanhos é uma prática corriqueira. Animais adquiridos em feiras agropecuárias,feiras regionais e/ou de vizinhos entram e saem constantemente dos rebanhos. Na circulaçãode animais existe, por parte dos compradores e vendedores, pouca, ou nenhuma, preocupaçãocom a possibilidade dos animais serem portadores de agentes infecciosos. Nesta condição emtorno de 70% dos produtores afirmaram não fazer quarentena com os animais recémcomprados, fato que eleva o risco de entrada de doenças infecto-contagiosas nos rebanhos,como por exemplo, a Agalaxia Contagiosa dos Ovinos e Caprinos, encontrada neste estudo.Algumas pesquisas evidenciam a correlação entre a prevalência da mastite emrebanhos caprinos leiteiros e as práticas de higiene adotadas antes, durante e depois daordenha. Lima Júnior et al. (1995) realizaram esse tipo de pesquisa e perceberam uma menorprevalência de mastite sub-clínica em propriedades que utilizavam práticas higiênicasanitáriasna ordenha, enquanto aquelas que falharam nestas práticas tiveram maioresproblemas com a mastite.