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Revista Economia & Tecnologia - Universidade Federal do Paraná

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Recessões e recuperações na atividade econômica: mesmo efeito sobre a criminalidade?tradicional suposto por Mocan, Billups & Overland (2005). Os resulta<strong>do</strong>s encontra<strong>do</strong>s para oscrimes contra a pessoa sugerem que não há nenhuma reação da taxa de crime a mudanças nataxa de desemprego, pois ambos os coeficientes não são estatisticamente significativos (LMO +e LMO - ).Estes resulta<strong>do</strong>s podem ser explica<strong>do</strong>s se considerarmos que crimes contra o patrimôniopossuem um valor líqui<strong>do</strong> espera<strong>do</strong> maior - já que geralmente resulta de um planejamentomais cuida<strong>do</strong>so - relativamente aos crimes contra as pessoas. Além disso, a motivação econômicapara crimes contra o patrimônio é mais clara <strong>do</strong> que nos crimes contras as pessoas.Vale comentar sobre a magnitude da inércia criminal. O coeficiente estima<strong>do</strong> foi de0,10412 e 0,09183 para os casos <strong>do</strong>s crimes contra a propriedade e contra a pessoa, respectivamente(ambos os parâmetros significativos ao nível de 1%). Estes resulta<strong>do</strong>s sugerem queas elasticidades de longo prazo de todas as variáveis (significativas) <strong>do</strong>s modelos seriam 11,6(crimes contra a propriedade) e 10,1% (crimes contra a pessoa) maiores que as elasticidades decurto prazo. Do ponto de vista da persistência <strong>do</strong>s choques, isso implica que o tempo necessáriopara que o sistema percorra metade <strong>do</strong> caminho até o eventual equilíbrio em resposta a umchoque é de cerca de 0,30 ano.4 CONCLUSÃOEvidências sobre a economia <strong>do</strong> crime mostram que o ambiente socioeconômico éum importante determinante das atividades criminosas. A maneira como se dá esta influência éalvo de várias hipóteses na literatura.Neste artigo, toma-se como base a hipótese de que existem assimetrias na criminalidadeconforme as fases <strong>do</strong> ciclo econômico segun<strong>do</strong> Mocan & Bali (2007), porém com umméto<strong>do</strong> de estimação mais adequa<strong>do</strong>, consideran<strong>do</strong>-se possíveis problemas de en<strong>do</strong>geneidadee também a necessidade de inclusão de efeitos fixos (painel dinâmico).Considerou-se <strong>do</strong>is tipos de crimes: contra a pessoa e contra o patrimônio, em umpainel de municípios mineiros no perío<strong>do</strong> 2000-2007. Embora a literatura use o modelo beckerianocomo base teórica para a análise empírica de ambos, parece-nos mais correto que amotivação econômica seja mais presente em crimes contra o patrimônio.Os resulta<strong>do</strong>s indicam a existência de assimetria no ciclo econômico apenas no casodeste último tipo de crime, de forma que, aumentos no desemprego municipal geram um aumentono crime municipal menor que as quedas no mesmo quan<strong>do</strong> da redução <strong>do</strong> desemprego.Em outras palavras, ao contrário <strong>do</strong> encontra<strong>do</strong> por Mocan & Bali (2007), para nossa amostra,criminosos envolvi<strong>do</strong>s em crimes contra o patrimônio têm mais facilidade a voltar ao merca<strong>do</strong><strong>Economia</strong> & <strong>Tecnologia</strong> - Ano 06, Vol. 22 - Julho/Setembro de 201051

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