Ari Francisco de Araujo Junior, Cláudio Djissey Shikida3 RESULTADOSOs resulta<strong>do</strong>s das regressões são apresenta<strong>do</strong>s na Tabela 1. Na coluna I são apresenta<strong>do</strong>sos resulta<strong>do</strong>s estima<strong>do</strong>s para a equação <strong>do</strong>s crimes contra a propriedade enquanto nacoluna II temos aqueles para os crimes contra a pessoa. Vale ressaltar que, em ambos os casos,os testes de Sargan e de correlação serial não rejeitam a hipótese nula de especificação adequada<strong>do</strong>s modelos.TABELA 1 - IMPACTO DE RECESSÕES E RECUPERAÇÕES SOBRE AS TAXAS DE CRIME (PAINELMUNICIPAL MG)GMM(instrumentos: primeiras defasagens)Crimes contra a Propriedade(estatística z)ICrimes contra a Pessoa(estatística z)IIRecessões (LMO + )0,00145***(1,80)-0,00017(-0,25)Recuperações (LMO - )População Idade 18_24 (%)Urbanização (%)Gasto em Segurança (%)VDDConstante0,00180**(2,27)-0,00006(-0,11)0,00359**(2,16)-0,00681(1,50)0,10412*(3,38)0,06549*(11,80)-0,00024(-0,36)-0,00040***(-1,74)0.00157(1,01)0,00557(1,28)0,01323*(3,00)0,01323*(3,00)Teste Sargan (p-valor) 0,0000 0,0213Teste Correlação Serial 1ª ordem(p-valor)0,0000 0,0000No. Observações 3192 3731NOTAS: VDD: Variável dependente defasada.* Se variável for significativa a 1%, ** se variável for significativa a 5% e *** se variável for significativa a 10%.Podemos notar (coluna I) que, no caso <strong>do</strong>s crimes contra a propriedade, uma elevaçãode 1% no desemprego municipal está associada a um aumento de 0,145% na taxa de crimescontra a propriedade (efeito significativo ao nível de 10%). Por outro la<strong>do</strong>, uma redução de 1%na taxa de desemprego levaria a uma redução na taxa de crimes contra a propriedade de 0,18%(efeito significativo ao nível de 5%). Ou seja, de fato, o efeito de alterações nas condições <strong>do</strong>merca<strong>do</strong> de trabalho é assimétrico sobre a taxa de crime contra o patrimônio. Interessantenotar que, para o caso <strong>do</strong>s municípios mineiros, os resulta<strong>do</strong>s contrariam o efeito de histerese50<strong>Economia</strong> & <strong>Tecnologia</strong> - Ano 06, Vol. 22 - Julho/Setembro de 2010
Recessões e recuperações na atividade econômica: mesmo efeito sobre a criminalidade?tradicional suposto por Mocan, Billups & Overland (2005). Os resulta<strong>do</strong>s encontra<strong>do</strong>s para oscrimes contra a pessoa sugerem que não há nenhuma reação da taxa de crime a mudanças nataxa de desemprego, pois ambos os coeficientes não são estatisticamente significativos (LMO +e LMO - ).Estes resulta<strong>do</strong>s podem ser explica<strong>do</strong>s se considerarmos que crimes contra o patrimôniopossuem um valor líqui<strong>do</strong> espera<strong>do</strong> maior - já que geralmente resulta de um planejamentomais cuida<strong>do</strong>so - relativamente aos crimes contra as pessoas. Além disso, a motivação econômicapara crimes contra o patrimônio é mais clara <strong>do</strong> que nos crimes contras as pessoas.Vale comentar sobre a magnitude da inércia criminal. O coeficiente estima<strong>do</strong> foi de0,10412 e 0,09183 para os casos <strong>do</strong>s crimes contra a propriedade e contra a pessoa, respectivamente(ambos os parâmetros significativos ao nível de 1%). Estes resulta<strong>do</strong>s sugerem queas elasticidades de longo prazo de todas as variáveis (significativas) <strong>do</strong>s modelos seriam 11,6(crimes contra a propriedade) e 10,1% (crimes contra a pessoa) maiores que as elasticidades decurto prazo. Do ponto de vista da persistência <strong>do</strong>s choques, isso implica que o tempo necessáriopara que o sistema percorra metade <strong>do</strong> caminho até o eventual equilíbrio em resposta a umchoque é de cerca de 0,30 ano.4 CONCLUSÃOEvidências sobre a economia <strong>do</strong> crime mostram que o ambiente socioeconômico éum importante determinante das atividades criminosas. A maneira como se dá esta influência éalvo de várias hipóteses na literatura.Neste artigo, toma-se como base a hipótese de que existem assimetrias na criminalidadeconforme as fases <strong>do</strong> ciclo econômico segun<strong>do</strong> Mocan & Bali (2007), porém com umméto<strong>do</strong> de estimação mais adequa<strong>do</strong>, consideran<strong>do</strong>-se possíveis problemas de en<strong>do</strong>geneidadee também a necessidade de inclusão de efeitos fixos (painel dinâmico).Considerou-se <strong>do</strong>is tipos de crimes: contra a pessoa e contra o patrimônio, em umpainel de municípios mineiros no perío<strong>do</strong> 2000-2007. Embora a literatura use o modelo beckerianocomo base teórica para a análise empírica de ambos, parece-nos mais correto que amotivação econômica seja mais presente em crimes contra o patrimônio.Os resulta<strong>do</strong>s indicam a existência de assimetria no ciclo econômico apenas no casodeste último tipo de crime, de forma que, aumentos no desemprego municipal geram um aumentono crime municipal menor que as quedas no mesmo quan<strong>do</strong> da redução <strong>do</strong> desemprego.Em outras palavras, ao contrário <strong>do</strong> encontra<strong>do</strong> por Mocan & Bali (2007), para nossa amostra,criminosos envolvi<strong>do</strong>s em crimes contra o patrimônio têm mais facilidade a voltar ao merca<strong>do</strong><strong>Economia</strong> & <strong>Tecnologia</strong> - Ano 06, Vol. 22 - Julho/Setembro de 201051
- Page 3 and 4:
ECONOMIA & TECNOLOGIAPublicação d
- Page 5 and 6: ECONOMIA & TECNOLOGIAPublicação d
- Page 7 and 8: Índice............................
- Page 9 and 10: EditorialCom grande satisfação, c
- Page 11 and 12: IN MEMORIAM DE FRANCISCO MAGALHÃES
- Page 13 and 14: Agentes Sociais no Paraná †Franc
- Page 15 and 16: Agentes Sociais no Paranáprimeiro
- Page 17 and 18: Agentes Sociais no Paranáoperária
- Page 19 and 20: Agentes Sociais no Paranácontínua
- Page 21 and 22: Agentes Sociais no Paranálo e, con
- Page 23 and 24: Agentes Sociais no Paranásendo fei
- Page 25 and 26: Agentes Sociais no Paranáem parte
- Page 27 and 28: Agentes Sociais no Paranáram os co
- Page 29 and 30: Agentes Sociais no ParanáNo plano
- Page 31 and 32: Agentes Sociais no ParanáEssas con
- Page 33 and 34: Agentes Sociais no Paranátornarão
- Page 35 and 36: Agentes Sociais no Paranáexportado
- Page 37 and 38: Agentes Sociais no Paranádos forte
- Page 39: Agentes Sociais no ParanáMAGALHÃE
- Page 42 and 43: Igor Zanoni Constant Carneiro Leão
- Page 45 and 46: MACROECONOMIA E CONJUNTURADéficits
- Page 47: Déficits, câmbio e crescimento: u
- Page 50 and 51: Luiz Carlos Bresser-Pereira1994-199
- Page 53 and 54: Recessões e recuperações na ativ
- Page 55: Recessões e recuperações na ativ
- Page 59 and 60: A teoria e a prática dos regimes c
- Page 61 and 62: A teoria e a prática dos regimes c
- Page 63 and 64: A teoria e a prática dos regimes c
- Page 65 and 66: A teoria e a prática dos regimes c
- Page 67 and 68: A teoria e a prática dos regimes c
- Page 69 and 70: A teoria e a prática dos regimes c
- Page 71 and 72: A teoria e a prática dos regimes c
- Page 73 and 74: A teoria e a prática dos regimes c
- Page 75: A teoria e a prática dos regimes c
- Page 78 and 79: Luma de Oliveira, Marina Silva da C
- Page 80 and 81: Luma de Oliveira, Marina Silva da C
- Page 82 and 83: Luma de Oliveira, Marina Silva da C
- Page 85 and 86: Relações entre câmbio e mudança
- Page 87 and 88: Relações entre câmbio e mudança
- Page 89 and 90: Relações entre câmbio e mudança
- Page 91 and 92: Relações entre câmbio e mudança
- Page 93 and 94: Relações entre câmbio e mudança
- Page 95 and 96: DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E REGION
- Page 97 and 98: Felicidade, casamento e choques pos
- Page 99 and 100: Felicidade, casamento e choques pos
- Page 101 and 102: Felicidade, casamento e choques pos
- Page 103 and 104: Felicidade, casamento e choques pos
- Page 105 and 106: Felicidade, casamento e choques pos
- Page 107:
Felicidade, casamento e choques pos
- Page 110 and 111:
Irineu de Carvalho Filho, Renato Pe
- Page 112 and 113:
Irineu de Carvalho Filho, Renato Pe
- Page 114 and 115:
Irineu de Carvalho Filho, Renato Pe
- Page 117 and 118:
Impactos da inflação sobre a desi
- Page 119 and 120:
Impactos da inflação sobre a desi
- Page 121 and 122:
Impactos da inflação sobre a desi
- Page 123 and 124:
Impactos da inflação sobre a desi
- Page 125:
Impactos da inflação sobre a desi
- Page 128 and 129:
Maria Dolores Montoya Diazexemplo,
- Page 130 and 131:
Maria Dolores Montoya DiazOnde corr
- Page 132 and 133:
Maria Dolores Montoya Diazrealizada
- Page 134 and 135:
Maria Dolores Montoya DiazFERREIRA,
- Page 136 and 137:
Igor Zanoni Constant Carneiro Leão
- Page 138 and 139:
Igor Zanoni Constant Carneiro Leão
- Page 140 and 141:
Igor Zanoni Constant Carneiro Leão
- Page 142 and 143:
Igor Zanoni Constant Carneiro Leão
- Page 144 and 145:
Marcos Paulo Fuck, Maria Beatriz Bo
- Page 146 and 147:
Marcos Paulo Fuck, Maria Beatriz Bo
- Page 148 and 149:
Marcos Paulo Fuck, Maria Beatriz Bo
- Page 150 and 151:
Marcos Paulo Fuck, Maria Beatriz Bo
- Page 152 and 153:
Marcos Paulo Fuck, Maria Beatriz Bo
- Page 154 and 155:
Carlos Roberto Alves de Queiroz, Fe
- Page 156 and 157:
Carlos Roberto Alves de Queiroz, Fe
- Page 158 and 159:
Carlos Roberto Alves de Queiroz, Fe
- Page 160 and 161:
Carlos Roberto Alves de Queiroz, Fe
- Page 163 and 164:
O perfil tecnológico das exportaç
- Page 165 and 166:
O perfil tecnológico das exportaç
- Page 167 and 168:
O perfil tecnológico das exportaç
- Page 169 and 170:
O perfil tecnológico das exportaç
- Page 171 and 172:
O perfil tecnológico das exportaç
- Page 173 and 174:
O perfil tecnológico das exportaç
- Page 175 and 176:
O perfil tecnológico das exportaç
- Page 177:
O perfil tecnológico das exportaç
- Page 180 and 181:
Armando Dalla Costa, Elson Rodrigo
- Page 182 and 183:
Armando Dalla Costa, Elson Rodrigo
- Page 184 and 185:
Armando Dalla Costa, Elson Rodrigo
- Page 186 and 187:
Armando Dalla Costa, Elson Rodrigo
- Page 188 and 189:
Armando Dalla Costa, Elson Rodrigo
- Page 191 and 192:
OPINIÃOBrasil vive desindustrializ
- Page 193 and 194:
Fazer melhor, e não menos †David
- Page 195:
Fazer melhor, e não menosveiculado
- Page 198 and 199:
Demian Castroto maior do que é obt
- Page 200 and 201:
Demian Castroeventos nos obrigarão
- Page 202 and 203:
Índices de PreçosIGP-MIGP-DIPerí
- Page 204 and 205:
Índice do Volume de Vendas Reais n
- Page 206 and 207:
Finanças PúblicasDescrição 2004
- Page 208 and 209:
Consumo de EnergiaCarga de energia
- Page 210 and 211:
Taxa de Juros e Reservas Internacio
- Page 212 and 213:
Taxa de CâmbioPeríodoTaxa de câm
- Page 216:
ECONOMIA & TECNOLOGIAPublicação d