13.07.2015 Views

Revista Economia & Tecnologia - Universidade Federal do Paraná

Revista Economia & Tecnologia - Universidade Federal do Paraná

Revista Economia & Tecnologia - Universidade Federal do Paraná

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

João Basilio Pereima, Marcelo Cura<strong>do</strong>casos, de exaustão de regimes cambiais rígi<strong>do</strong>s. A percepção generalizada é de que, por fim ogigante Golias venceu o pequeno Davi.Mas em que pese estes razoáveis argumentos, e como muitas vezes ocorre na ciênciaeconômica, a realidade teima em desafiar a teoria e por vezes a contradiz, mesmo que parcialmente,obrigan<strong>do</strong>-a a um reexame. Um exame mais minucioso <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s sobre a evolução eprática <strong>do</strong>s regimes cambiais de diversos países parece indicar que estamos diante de um casodeste. Se isto for de fato verdade, voltamos ao ponto inicial. O pequeno Davi não foi derrota<strong>do</strong>e sua mira é mais certeira ainda. Os países de alguma forma estariam conseguin<strong>do</strong> administrarsuas taxas de câmbio, o que torna a discussão descritiva sobre regimes cambiais um problemapara os economistas e pesquisa<strong>do</strong>res e a discussão normativa um problema prático para ospolicy-makers e governos.A contribuição mais específica deste trabalho encontra-se no debate sobre a escolhade regimes cambiais e seus impactos sobre a economia. Em especial, o trabalho apresenta resulta<strong>do</strong>sempíricos que sugerem, particularmente a partir de 2003, a ampliação de facto <strong>do</strong>s regimesde administração da taxa de câmbio real. A tendência seguida imediatamente após as crisescambiais <strong>do</strong>s anos noventa nos países emergentes foi profundamente revertida. O que de factose observa é a migração <strong>do</strong>s países para regimes de tendência fixa a partir de 2003, elementoque fortalece os argumentos daqueles que defendem que de facto há uma preocupação das autoridadesmonetárias com o comportamento da taxa de câmbio real.Num cenário em que economias migram para regimes de tendência fixa, países quea<strong>do</strong>tam de facto regimes de tendência flutuante podem encontrar-se numa posição ruim quan<strong>do</strong>o regime flutuante tende a valorizar a moeda e os demais países com regimes fixos estabilizamsuas moedas em um nível desvaloriza<strong>do</strong>.A fim de expor to<strong>do</strong>s os argumentos, além desta breve introdução, o artigo apresentana seção <strong>do</strong>is a discussão sobre os regimes cambiais de jure e de facto. Na seção três apresenta asevidências empíricas da tendência recente de administração de facto da taxa de câmbio. Finalmente,na seção quatro apresenta as considerações finais <strong>do</strong> trabalho.2 Regimes Cambiais de Jure e de FactoA definição <strong>do</strong> regime cambial de facto de uma economia não é uma tarefa trivial. Paísesque declaram (regime de jure) a<strong>do</strong>ção de regime flutuante geralmente intervêm no merca<strong>do</strong>com o objetivo de evitar excesso de flutuação (fear of floating) e países que declaram regimesfixos permitem que a taxa de câmbio flutue dentro de certos limites (miragem), tornan<strong>do</strong> difícila classificação exata <strong>do</strong>s regimes reais nas formas teóricas puras de regime fixo e flutuante. A54<strong>Economia</strong> & <strong>Tecnologia</strong> - Ano 06, Vol. 22 - Julho/Setembro de 2010

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!