13.07.2015 Views

Responsabilidade Social e Diversidade - BNDES

Responsabilidade Social e Diversidade - BNDES

Responsabilidade Social e Diversidade - BNDES

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

a ver as esquinas de Copacabana tomadas informalmente por camelôs.Quando isso aconteceu, estavam todos mortos.Pedro se rendeu à cadeira de rodas porque seu irmão, tendo reveladoos sintomas da doença muito mais tarde do que ele, sofreu em casauma fratura de fêmur num acidente como o do pai. “Estava na janelaolhando a rua e levou um tombo de nada, mas quebrou a perna. Foium pânico total na família. Parecia que a história iria se repetir. Juntamostodas as economias, pedimos dinheiro emprestado e mandamosmeu irmão para um hospital particular. Ele se recuperou. Mas era umapessoa que andava e, depois daquela fratura, passou a ser umcadeirante. Aí eu pensei: ‘se ele, que andava melhor do que eu, estáusando cadeira, por que eu não vou usar?’”A decisão mudou sua vida. E surpreendentemente, depois de tantosanos de resistência, mudou-a para melhor. Na cadeira, em vez de sesentir preso, sentiu-se liberto. “Antes, na hora do almoço, ficava sozinhona sala de aula e pedia a um colega de turma que me trouxesseum sanduíche e um suco quando voltasse do intervalo. Depois, passeia sair do Bloco A e atravessar o campus do Fundão para ir comer,como todo mundo, no restaurante do outro lado.” Teve, afirma, umaadaptação “quase instantânea à cadeira de rodas”. Pior foi vencer aaversão psicológica. “A pessoa prefere andar se arrastando mas ficarde pé para não se sentir diferente dos outros”, diz ele. “O olhar quese dirige a uma pessoa em cadeira de rodas é sempre diferente doolhar para uma pessoa que anda mal, mas anda. E todo mundo fogedesse olhar.”Quatro anos atrás, Pedro descobriu coisa melhor: a cadeira motorizada.Deve a descoberta à professora Maria Clara Migowski Pinto, queconheceu através de uma enfermeira, durante uma crise de pancreatite.A amizade feita no hospital virou uma aliança permanente. Juntos elesfundaram há quatro anos a Associação Carioca dos Portadores deDistrofia Muscular que, além de brigar pelos direitos dos deficientesfísicos, serve para aproximar pessoas capazes de entender umas àsoutras. “Foi assim que acabei entrando em contato com um movi-62

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!