medalhas mas, quando volta, não tem nenhum trabalho nem qualquertipo de ajuda. É abandonado e, na maioria das vezes, precisa viver decaridade ou com subemprego. “É claro que a cabeça não agüenta”,diz. Para ajudar essas pessoas a enfrentar os altos e baixos da vida,Luis resolveu fazer Psicologia: “Ter uma profissão ajudaria tambémquando a carreira esportiva terminasse”, explica. Luis se especializouem Psicologia Desportiva: “É um ramo ainda pouco usado no Brasil. Épreciso entender que corpo e mente têm que trabalhar juntos, senão acabeça leva a uma somatização das situações que faz o atleta perdermesmo ganhando”.Na vida de Luis parece existir um círculo virtuoso. O acidente provocadopor um esporte o levou a uma internação, onde começou a lutarpelos direitos da pessoa com deficiência. A reabilitação o apresentou aum outro esporte e a convivência com este setor o levou à Psicologia,que intensificou a luta nos movimentos sociais, que acabou conduzindoà política, uma de suas paixões. “Embora exercendo pouco a profissãode psicólogo, eu pude me beneficiar muito dos ensinamentos acadêmicos.Primeiro, a gente fala muito da necessidade do indivíduo setornar cidadão, mas ele só consegue ser cidadão pleno quando consegue,ele próprio, custear sua vida. Para custear sua vida, ele precisa deemprego. E ele só pode trabalhar se puder ir e vir.” Para fazer valeresse direito, Luis se empenhou para garantir que o transporte públicofosse adaptado para a pessoa portadora de deficiência: “Tenho o maiororgulho de ter sido um dos responsáveis pela regulamentação da leimunicipal 1.058, de 1986, que garante que todo transporte público deveter acesso para deficientes”. Infelizmente, a lei não é respeitada no Rioe são apenas 14 ônibus que têm o elevador de acesso para cadeira derodas. Mas a idéia foi espalhada pelo país e hoje cidades como SãoPaulo e Curitiba, entre outras capitais, usam esse sistema em grandeparte de suas frotas.Luis atuou também na elaboração das cotas de deficientes para concursospúblicos e na elaboração de lei municipal e estadual que impedeo médico do trabalho de considerar a pessoa com deficiência apta ounão para o trabalho. A partir desta lei, o médico só classifica a deficiên-84
cia e a aptidão é verificada através de prova ou da formação acadêmicada pessoa. Foi, ainda, candidato a vereador e a deputado estadual,assessor parlamentar da Assembléia Legislativa e chefe de gabinete daComissão de Direitos Humanos da Câmara dos Vereadores de Niterói.Formular políticas públicas é mais que uma luta para Luis, é sua própriavida. Ele vê a questão do trabalho para o portador de deficiênciabastante avançada nos dias atuais, com empresas contratando deficientese uma diminuição do preconceito. “As instituições de luta passarama trabalhar com modelos de terceirização dos serviços, que foium estímulo para que as empresas passassem, elas mesmas, a contratar”,explica. Entretanto, ainda há muito que fazer: “A gente vivenum país enorme e não se percebe ainda a pessoa portadora de deficiênciaem todos os seus ângulos. Existe um mercado consumidor empotencial e de empresas para empregar deficientes,que tem que serincentivado”, diz. Ele é um entusiasta das cotas para deficientes, pelomenos até a questão ser totalmente absorvida pela sociedade. “A cotade 2% a 5% de deficientes para empresas com mais de 100 funcionáriosé uma forma de abrir esse mercado. No início, é sempre assim,tem que ser obrigatório. Depois, quando o mercado descobrir o potencialdo portador de deficiência, pode-se ir flexibilizando”, acredita.O trabalho com esporte é parte desse pensamento por políticas públicase, em qualquer conversa com Luis, percebe-se que seu raciocínio éconstruído em cima da coletividade. “O movimento dos portadores dedeficiência chegou num momento em que era preciso trazer para asociedade pessoas que estavam em casa, trancadas. O esporte podequebrar essa cerca de arame farpado. É uma prática saudável, todomundo se inspira nele. Aí, apresentamos o esporte para resgatar suacidadania ”.O fato de ter sido considerado “um caso perdido, impossível de reabilitação”,aos 16 anos, marcou profundamente a personalidade deLuis. Parece que ele volta no tempo, depois de tantas conquistas, paraexplicar esse resgate do deficiente para a vida e traça uma linha tênueentre a vida e a morte: “Quando uma pessoa morre, acaba a matéria.Quando sofre um acidente e se torna deficiente, a pessoa morre, mas85
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