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Responsabilidade Social e Diversidade - BNDES

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pessoas não percebiam sozinhas e ninguém lhes ensinava que isso seriafundamental para que se integrassem à vida lá fora, para que não fossemvistas como diferentes. O cego precisa saber como será visto pela sociedade.Ele tem que saber quais são as referências das pessoas que enxergam.Isso é imprescindível para suas relações com o resto do mundo.Naquele tempo, não havia no Benjamin Constant nenhum tipo de preocupaçãonesse sentido, absolutamente nenhum. O Instituto era, como eu jádisse, um mundo à parte. Como é a sociedade? O que ela espera devocê? Nada disso era sequer mencionado. Havia cursos meramentecognitivos. Você aprendia matemática, português, essas coisas. Minhasorte foi o fato de todo fim de semana ir para minha casa, onde conviviacom meus pais, meus irmãos e outros meninos. Assim, ia compreendendocomo era o mundo lá fora.MSC Pelo que se vê nesta entrevista, o senhor sempre reconhece a vozdas pessoas com que fala e se lembra do nome delas, mesmo quandosão muitas e acabaram de lhe ser apresentadas. Isso é dom ou treino?ECC Tive a esse respeito uma experiência bastante interessante. Trabalhandocomo consultor de empresas e, ao mesmo tempo, como professorna FGV, eu lidava com muitos alunos e clientes, além de coordenarseminários para até cem pessoas. Nesses casos, eu geralmentetinha ao meu lado um assistente que, no primeiro contato, dizia osnomes das pessoas para mim. Da apresentação em diante, eu geralmenteera capaz de me lembrar dos interlocutores e identificar pela vozos participantes de uma turma, pelo menos os mais falantes. Até issoeu devo ao magistério. Foi uma experiência muito enriquecedora tambémdo ponto de vista da desinibição. Quando comecei a trabalhar, porvolta dos 16 anos de idade, dava aulas de inglês num cursinho perto decasa, o que foi muito útil. Aprendi a me desinibir, a me dirigir a grupos,isso formou a base que me permitiu mais tarde ser professor da FGV.Mas desde criança, por causa da cegueira, comecei a exercitar a memória.E com isso, ela foi se desenvolvendo. Na época do Lafayette, eufreqüentemente precisava que os colegas lessem coisas para mim. E eutinha que memorizar o que ouvia, não tinha como pegar o mesmo livroduas, três, quatro vezes, como faz quem enxerga. Tenho muito boa72

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