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Aviacao e Mercado - Revista - 2

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No Brasil, o sistema mais utilizado<br />

para colocar o planador em voo é<br />

o reboque por avião. Ligados por<br />

um cabo, o avião rebocador puxa<br />

o planador até a altura adequada<br />

para o voo. Depois, o piloto do<br />

planador comanda o desligamento<br />

e passa a buscar as correntes<br />

de ar ascendentes, chamadas de<br />

térmicas, para manter se em voo.<br />

Outra forma de reboque, esta<br />

muito comum na Europa, é a<br />

utilização de um guincho motorizado<br />

instalado na extremidade<br />

oposta da pista de decolagem,<br />

que rapidamente recolhe o cabo<br />

de reboque, imprimindo velocidade<br />

ao planador que logo ganha<br />

altura para iniciar seu voo.<br />

Planador Horsa sendo rebocado<br />

Térmicas: são colunas de ar ascendentes formadas pelo aquecimento da superfície da Terra. Como o ar próximo ao<br />

solo é aquecido pelo sol, ele se expande e sobe. Os pilotos ficam atentos para os terrenos que absorvem o sol da<br />

manhã mais rapidamente do que as áreas ao redor. Essas áreas, como pátios de estacionamento asfaltados,<br />

campos arados e terrenos rochosos, são uma ótima maneira de encontrar térmicas. Os pilotos também procuram<br />

atentamente formações novas de nuvens e até mesmo grandes aves planando alto sem bater as asas, que indicam<br />

sinais de atividade térmica. No momento em que uma térmica é localizada, os pilotos fazem uma curva e ficam<br />

circulando dentro da coluna até atingirem a altitude desejada, quando então, saem e retomam seu voo. Para<br />

evitar confusão, todos os planadores circulam no mesmo sentido dentro das térmicas. O primeiro planador na<br />

térmica decide o sentido, e todos os outros planadores que pegarem a térmica devem circular no mesmo sentido.<br />

As correntes de colina são criadas por ventos que sopram contra montanhas, colinas ou outras elevações.<br />

Zogling - Primary - Glider<br />

Há, no entanto, alguns planadores que possuem um<br />

motor próprio, podendo esse ser retrátil ou não, que<br />

lhes permite decolar sozinhos. Depois da decolagem, o<br />

motor é recolhido e ele passa a voar como um<br />

planador convencional. Esses são mais um tipo de<br />

planador e são denominados motoplanadores, pois<br />

possuem características de avião e planador. “Alguns<br />

têm capacidade para decolar com o próprio motor, são<br />

chamados de self-launching, como por exemplo, o<br />

Schemp-Hirth Arcus. Já alguns modelos têm o motor<br />

somente para salvar o equipamento em casos de<br />

pousar fora, são os ‘sustainer’, estes precisam ser<br />

rebocados por outra aeronave”, explica o instrutor de<br />

planador Murilo Garcia, do Aero clube de Itápolis-SP.<br />

Spalinger - PT - PBR AEROCLUBE BAURU-SP<br />

Pousar um planador é bem parecido com pousar um ultraleve, exceto pelo fato de que há, normalmente, o trem<br />

de pouso em um planador, que geralmente consiste de uma única roda localizada abaixo do cockpit. As asas dos<br />

planadores são muito fortes, e as pontas são reforçadas para evitar danos, no caso de rasparem no solo durante<br />

um pouso. Planadores normalmente têm uma pequena roda na cauda para evitar que ela raspe no solo. Quando<br />

for pousar, o piloto precisa ser capaz de controlar a rampa de descida, a razão de descida relativa à distância<br />

percorrida, a fim de tocar o solo no ponto certo.<br />

Os planadores usam as mesmas superfícies de comando (seções móveis das asas e da cauda) que os aviões para<br />

controlar a direção do voo. Os ailerons, inventados por Santos Dumont em 1906, usados no famoso 14Bis e<br />

usados até hoje nos aviões, são as seções móveis recortadas no bordo de fuga das asas. Eles são usados como<br />

controles direcionais primários e fazem isso controlando o giro do avião, inclinando as pontas das asas para cima<br />

e para baixo. Profundores é a estrutura horizontal móvel semelhante a uma asa, localizada na cauda. Eles são<br />

usados para controlar a arfagem do avião, permitindo ao piloto levantar ou baixar o nariz do avião quando<br />

necessário; são controlados por uma única alavanca (manche). O leme, como nos aviões, é controlado nos pedais.<br />

O leme é a superfície móvel na estrutura vertical da cauda. Ele é usado para controlar a guinada do avião,<br />

permitindo ao piloto apontar o nariz da aeronave para a esquerda ou direita.<br />

Três forças básicas atuam sobre os planadores: sustentação, gravidade e arrasto. Aviões têm uma quarta força, a<br />

tração. Além disso, existem três tipos principais de correntes de ar ascendentes usadas por pilotos de planadores<br />

para aumentar o tempo de voo sendo:<br />

Quando o ar atinge a montanha, ele é redirecionado<br />

para cima e forma uma faixa de sustentação ao<br />

longo da inclinação.<br />

As ondas estacionárias são semelhantes aos ventos<br />

de colina, no que se refere à formação, quando o<br />

vento bate em uma montanha. Entretanto, elas<br />

formam-se por ventos que passam sobre a montanha<br />

em vez de soprarem do lado. As ondas<br />

estacionárias podem ser identificadas pelas<br />

formações de nuvens bastante singulares; elas<br />

podem atingir milhares de metros de altura, e<br />

planadores podem chegar a altitudes de mais de<br />

10.500 metros.<br />

Colunas e faixas de ar ascendente obviamente<br />

beneficiam qualquer piloto de planador, mas como<br />

saber se você está voando em uma? A resposta é o<br />

variômetro, um aparelho que indica a razão de<br />

subida ou descida. O variômetro usa pressão<br />

estática para detectar mudanças de altitude. Se o<br />

planador estiver subindo, a pressão estática cai,<br />

porque a pressão do ar diminui quanto mais alta for<br />

a subida. Se o planador estiver descendo, a pressão<br />

estática aumenta. A agulha do variômetro indica a<br />

razão da mudança de altitude, baseada na razão de<br />

mudança da pressão estática. Ao entrar em uma<br />

massa de ar ascendente (como uma térmica), a<br />

agulha do variômetro dará um salto (e o variômetro<br />

normalmente emitirá um bip para alertar o piloto).<br />

Mas, a história dos planadores é bastante antiga.<br />

Leonardo da Vinci, italiano, um gênio excepcional<br />

das ciências e das artes do seu tempo, pintor, poeta,<br />

matemático, arquiteto, físico e mecânico habilidoso,<br />

além de místico respeitado por seus conhecimentos<br />

e poderes ocultos, foi um grande entusiasta da arte<br />

de voar; estudou muito seriamente o voo dos<br />

pássaros, a partir dos quais deixou projetos e<br />

desenhos, visando colocar o homem no espaço. Seu<br />

projeto foi o de um aparelho voador que, afinal, era<br />

bastante sensato. Infelizmente, não viveu o bastante<br />

para tentar a execução da sua máquina. Mas assim<br />

mesmo, foi Leonardo da Vinci que encerrou as<br />

atividades aéreas do século XV, dando passos<br />

gigantescos na direção do velho sonho humano de<br />

voar.<br />

No século XVIII, sobressaíram as experiências do<br />

Marquês de Bacqueville, em 1742 e de Blanchard,<br />

em 1783 e 1784. Na Alemanha, Driedberger<br />

construiu, em 1845, um monoplano de 17 metros<br />

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