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No Brasil, o sistema mais utilizado<br />
para colocar o planador em voo é<br />
o reboque por avião. Ligados por<br />
um cabo, o avião rebocador puxa<br />
o planador até a altura adequada<br />
para o voo. Depois, o piloto do<br />
planador comanda o desligamento<br />
e passa a buscar as correntes<br />
de ar ascendentes, chamadas de<br />
térmicas, para manter se em voo.<br />
Outra forma de reboque, esta<br />
muito comum na Europa, é a<br />
utilização de um guincho motorizado<br />
instalado na extremidade<br />
oposta da pista de decolagem,<br />
que rapidamente recolhe o cabo<br />
de reboque, imprimindo velocidade<br />
ao planador que logo ganha<br />
altura para iniciar seu voo.<br />
Planador Horsa sendo rebocado<br />
Térmicas: são colunas de ar ascendentes formadas pelo aquecimento da superfície da Terra. Como o ar próximo ao<br />
solo é aquecido pelo sol, ele se expande e sobe. Os pilotos ficam atentos para os terrenos que absorvem o sol da<br />
manhã mais rapidamente do que as áreas ao redor. Essas áreas, como pátios de estacionamento asfaltados,<br />
campos arados e terrenos rochosos, são uma ótima maneira de encontrar térmicas. Os pilotos também procuram<br />
atentamente formações novas de nuvens e até mesmo grandes aves planando alto sem bater as asas, que indicam<br />
sinais de atividade térmica. No momento em que uma térmica é localizada, os pilotos fazem uma curva e ficam<br />
circulando dentro da coluna até atingirem a altitude desejada, quando então, saem e retomam seu voo. Para<br />
evitar confusão, todos os planadores circulam no mesmo sentido dentro das térmicas. O primeiro planador na<br />
térmica decide o sentido, e todos os outros planadores que pegarem a térmica devem circular no mesmo sentido.<br />
As correntes de colina são criadas por ventos que sopram contra montanhas, colinas ou outras elevações.<br />
Zogling - Primary - Glider<br />
Há, no entanto, alguns planadores que possuem um<br />
motor próprio, podendo esse ser retrátil ou não, que<br />
lhes permite decolar sozinhos. Depois da decolagem, o<br />
motor é recolhido e ele passa a voar como um<br />
planador convencional. Esses são mais um tipo de<br />
planador e são denominados motoplanadores, pois<br />
possuem características de avião e planador. “Alguns<br />
têm capacidade para decolar com o próprio motor, são<br />
chamados de self-launching, como por exemplo, o<br />
Schemp-Hirth Arcus. Já alguns modelos têm o motor<br />
somente para salvar o equipamento em casos de<br />
pousar fora, são os ‘sustainer’, estes precisam ser<br />
rebocados por outra aeronave”, explica o instrutor de<br />
planador Murilo Garcia, do Aero clube de Itápolis-SP.<br />
Spalinger - PT - PBR AEROCLUBE BAURU-SP<br />
Pousar um planador é bem parecido com pousar um ultraleve, exceto pelo fato de que há, normalmente, o trem<br />
de pouso em um planador, que geralmente consiste de uma única roda localizada abaixo do cockpit. As asas dos<br />
planadores são muito fortes, e as pontas são reforçadas para evitar danos, no caso de rasparem no solo durante<br />
um pouso. Planadores normalmente têm uma pequena roda na cauda para evitar que ela raspe no solo. Quando<br />
for pousar, o piloto precisa ser capaz de controlar a rampa de descida, a razão de descida relativa à distância<br />
percorrida, a fim de tocar o solo no ponto certo.<br />
Os planadores usam as mesmas superfícies de comando (seções móveis das asas e da cauda) que os aviões para<br />
controlar a direção do voo. Os ailerons, inventados por Santos Dumont em 1906, usados no famoso 14Bis e<br />
usados até hoje nos aviões, são as seções móveis recortadas no bordo de fuga das asas. Eles são usados como<br />
controles direcionais primários e fazem isso controlando o giro do avião, inclinando as pontas das asas para cima<br />
e para baixo. Profundores é a estrutura horizontal móvel semelhante a uma asa, localizada na cauda. Eles são<br />
usados para controlar a arfagem do avião, permitindo ao piloto levantar ou baixar o nariz do avião quando<br />
necessário; são controlados por uma única alavanca (manche). O leme, como nos aviões, é controlado nos pedais.<br />
O leme é a superfície móvel na estrutura vertical da cauda. Ele é usado para controlar a guinada do avião,<br />
permitindo ao piloto apontar o nariz da aeronave para a esquerda ou direita.<br />
Três forças básicas atuam sobre os planadores: sustentação, gravidade e arrasto. Aviões têm uma quarta força, a<br />
tração. Além disso, existem três tipos principais de correntes de ar ascendentes usadas por pilotos de planadores<br />
para aumentar o tempo de voo sendo:<br />
Quando o ar atinge a montanha, ele é redirecionado<br />
para cima e forma uma faixa de sustentação ao<br />
longo da inclinação.<br />
As ondas estacionárias são semelhantes aos ventos<br />
de colina, no que se refere à formação, quando o<br />
vento bate em uma montanha. Entretanto, elas<br />
formam-se por ventos que passam sobre a montanha<br />
em vez de soprarem do lado. As ondas<br />
estacionárias podem ser identificadas pelas<br />
formações de nuvens bastante singulares; elas<br />
podem atingir milhares de metros de altura, e<br />
planadores podem chegar a altitudes de mais de<br />
10.500 metros.<br />
Colunas e faixas de ar ascendente obviamente<br />
beneficiam qualquer piloto de planador, mas como<br />
saber se você está voando em uma? A resposta é o<br />
variômetro, um aparelho que indica a razão de<br />
subida ou descida. O variômetro usa pressão<br />
estática para detectar mudanças de altitude. Se o<br />
planador estiver subindo, a pressão estática cai,<br />
porque a pressão do ar diminui quanto mais alta for<br />
a subida. Se o planador estiver descendo, a pressão<br />
estática aumenta. A agulha do variômetro indica a<br />
razão da mudança de altitude, baseada na razão de<br />
mudança da pressão estática. Ao entrar em uma<br />
massa de ar ascendente (como uma térmica), a<br />
agulha do variômetro dará um salto (e o variômetro<br />
normalmente emitirá um bip para alertar o piloto).<br />
Mas, a história dos planadores é bastante antiga.<br />
Leonardo da Vinci, italiano, um gênio excepcional<br />
das ciências e das artes do seu tempo, pintor, poeta,<br />
matemático, arquiteto, físico e mecânico habilidoso,<br />
além de místico respeitado por seus conhecimentos<br />
e poderes ocultos, foi um grande entusiasta da arte<br />
de voar; estudou muito seriamente o voo dos<br />
pássaros, a partir dos quais deixou projetos e<br />
desenhos, visando colocar o homem no espaço. Seu<br />
projeto foi o de um aparelho voador que, afinal, era<br />
bastante sensato. Infelizmente, não viveu o bastante<br />
para tentar a execução da sua máquina. Mas assim<br />
mesmo, foi Leonardo da Vinci que encerrou as<br />
atividades aéreas do século XV, dando passos<br />
gigantescos na direção do velho sonho humano de<br />
voar.<br />
No século XVIII, sobressaíram as experiências do<br />
Marquês de Bacqueville, em 1742 e de Blanchard,<br />
em 1783 e 1784. Na Alemanha, Driedberger<br />
construiu, em 1845, um monoplano de 17 metros<br />
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