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Aviacao e Mercado - Revista - 2

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estreia em combate, porém, foi nas<br />

operações em Burma contra os<br />

japoneses, em março de 1944, que<br />

o Waco viveu suas maiores glórias.<br />

No Dia D, 14 planadores foram<br />

designados para as operações<br />

aerotransportadas de junho de<br />

1944 em apoio ao desembarque na<br />

Normandia: 292 Wacos e 222<br />

Horsas. Na confusão reinante<br />

naqueles dias, muitas vezes<br />

pilotos treinados em um tipo de<br />

planador eram obrigados a voar o<br />

outro, às vezes sem copiloto.<br />

Descarregando tropas, armas e<br />

suprimentos, os homens dos<br />

planadores viveram aí sua<br />

pior hora.<br />

Os “alvos rebocados”, como<br />

eram chamados pelos pilotos<br />

dos aviões rebocadores, foram<br />

vítimas de pesado fogo vindo<br />

de terra em muitas ocasiões, e<br />

as aterrissagens com cargas<br />

E apesar de pouquíssimas presenças, a história dos planadores tem pelo menos uma mulher de destaque.<br />

Hanna Reitsch, que começou como piloto de planador, voou quase todos os aviões militares alemães na Segunda<br />

Guerra Mundial. Mulheres pilotos eram raras na década de 1930, principalmente na Alemanha, sob o domínio<br />

de Hiltler, onde as mulheres foram fortemente forçadas a permanecer em casa junto a suas famílias. Porém,<br />

Hanna Reitsch, começou humildemente e acabou por tornar-se uma Fuhrer's top; piloto de teste, voou precocemente<br />

em um helicóptero, na frente de multidões e acabou por ser premiada com a prestigiada "Cruz de Ferro”.<br />

Hanna começou a estudar medicina, mas seu verdadeiro amor sempre foi aviação. Apesar das desconfianças dos<br />

seus pais, ela conseguiu convencê-los de que, para ter uma promissora carreira como médica na África, seria<br />

necessário saber voar; para isso necessitava de uma licença de piloto, e assim ela começou a ter aulas de voo.<br />

Mas ela desistiu de ser médica para se tornar piloto. Ganhou muitas competições como piloto de planador.<br />

Piloto de teste na Segunda Guerra, a partir de 1935, Hanna se envolveu em testes de planadores. Em 1937, ela foi<br />

um dos primeiros pilotos a atravessar os Alpes em um planador. Hanna voou uma grande variedade de aviões<br />

militares, incluindo o Junkers Ju 87 Stuka e Dornier Do 17.<br />

pesadas frequentemente terminavam com danos parciais ou totais. No final de junho de 1944, todos os planadores<br />

que participaram da invasão haviam sido perdidos. Depois disso, os Wacos seguiram participando de operações no<br />

sul da França, Holanda, Bélgica, Nova Guiné, Grécia e Alemanha, até o final da guerra em 1945. Um histórico exemplo<br />

do espetacular uso dos planadores alemães foi o resgate de Mussolini, de seus captores italianos no Hotel Campo<br />

Imperatore, cerca de 6.000 pés acima Monte Corno, o pico mais alto dos Apeninos. Todos os acessos por terra<br />

estavam bloqueados, e a altitude impedia um ataque com paraquedistas.<br />

Os pilotos de planadores capturados eram tratados como aviadores. Mas nem sempre receberam a mesma<br />

consideração e reconhecimento por parte de seus pares. Nenhuma medalha aeronáutica foi concedida aos pilotos<br />

dos Wacos durante a guerra, nem mesmo as de participação em guerra. Insolitamente eles eram considerados<br />

infantaria comum. E para piorar, nem tropas, nem pilotos de planadores usavam paraquedas, por questão de<br />

economia de espaço. Porém, com as pesadas perdas operacionais com planadores, logo fizeram ver que voar em<br />

um dos “caixões de lona” não era menos perigoso que pular de um avião.<br />

"Cada aterrissagem era uma situação de vida ou morte para os pilotos de planador. Era sua responsabilidade arriscar<br />

a vida, aterrissando aeronaves pesadamente carregadas com soldados e equipamentos de combate, em campos<br />

desconhecidos, no interior de território inimigo, muitas vezes em meio ás trevas,” piloto desconhecido. Eles foram os<br />

únicos aviadores da Segunda Guerra Mundial a voar sem motor, sem paraquedas e sem uma segunda chance. Heróis<br />

pouco reconhecidos pela história. Atualmente a Alemanha produz alguns dos melhores planadores existentes. Mas<br />

os planadores grandes, ao que parece, não são mais fabricados. Os atuais são para no máximo três pessoas.<br />

Seu sucesso foi maior por ser a<br />

estrela do partido nazista, embora<br />

ela não se interessasse por política<br />

– ela sempre dizia que simplesmente<br />

amava voar. Com a<br />

explosão da guerra em 1939,<br />

Hanna foi convidada a voar muitos<br />

dos mais recentes modelos da<br />

Alemanha. Entre esses foram os<br />

foguetes de propulsão Me-163<br />

Komet Komet e diversos grandes<br />

bombardeiros. Ela tornou-se a<br />

piloto preferida de Adolf Hitler,<br />

que a condecorou com a "Cruz de<br />

Ferro" durante a Segunda Guerra<br />

Mundial. Em 1937, Hanna fez seu<br />

primeiro voo de helicóptero, voou<br />

com o instrutor Focke de Bremen,<br />

entre vários outros aviões. Ao<br />

longo da década de 1970, ela<br />

continuou a voar e quebrando<br />

recordes em muitas categorias. Ela<br />

disse a um repórter americano, em<br />

1952, que estava abalada e revoltada<br />

com as ações do Terceiro Reich<br />

no mundo. Fundou uma escola de<br />

voo livre na Índia. Também passou<br />

quatro anos com uma escola de<br />

voo livre nacional em Gana, onde<br />

seus alunos a chamavam de mãe.<br />

Foi homenageada piloto do ano<br />

nos Estados Unidos em 1972.<br />

Hanna era polonesa, nascida em<br />

1912; morreu em Frankfurt aos<br />

67anos, em 24 de agosto de 1979,<br />

de infarto. Hanna Reitsch escreveu<br />

no final de sua autobiografia: "Voar<br />

- é a minha vida".<br />

Voar é um estilo de vida, que tem a<br />

mesma intensidade em qualquer<br />

época, em qualquer continente, país ou pessoa. O prazer de voar é indescritível,<br />

seja em qual estilo for. Só as aeronaves mudam ao longo da<br />

história, e a cada ano ficam melhores. Em nossos tempos elas estão<br />

infinitamente mais seguras e mais confortáveis; têm maior autonomia<br />

de voo e permitem uma melhor precisão na definição de rotas. Quem<br />

“curte” aviação está sempre buscando um jeito mais divertido e seguro<br />

de ficar mais tempo livre nos céus. O planador é uma lenda viva da<br />

aviação desportiva e continua evoluindo e atualizando sua história<br />

com a humanidade, só, que com voos em céus de paz e harmonia.<br />

Felizmente essas belas aeronaves, símbolos da liberdade, não vão mais<br />

a guerras, diferente dos humanos, seus inventores.<br />

Estas aeronaves estão muito avançadas tecnologicamente e tão seguras<br />

quanto prazer é sempre viver uma poesia de liberdade nos céus, e voar de<br />

planador é encontrar-se em um universo de paz e emoção com o poder<br />

das térmicas se elevando qualquer pequena aeronave motorizada. Voar de<br />

planador é estar em sintonia com a natureza, pois o ritmo do voo se<br />

harmoniza com as boas condições meteorológicas. Voar por aos céus.<br />

Como disse um dos melhores pilotos do Brasil, Henrique Navarro, do<br />

aeroclube de Bauru-SP, “o voo à vela ti mantém jovem por muito mais<br />

tempo, nem que seja de espírito”. Mas o espírito entusiasta é o que importa;<br />

se você esta feliz por dentro, essa alegria reflete no seu exterior, e o voar<br />

é sempre fonte de infinitas alegrias.<br />

Na próxima edição da <strong>Revista</strong> Aviação & <strong>Mercado</strong> confira mais um<br />

pouco do universo dos fabulosos planadores.<br />

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