MOBILIDADE URBANA NO BRASIL
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<strong>MOBILIDADE</strong> <strong>URBANA</strong> <strong>NO</strong> <strong>BRASIL</strong>:<br />
DESAFIOS E ALTERNATIVAS<br />
“<br />
Ativistas do movimento de mulheres<br />
não veem que a solução para o problema<br />
esteja no transporte exclusivo. Segundo<br />
elas, o vagão rosa não está colocando<br />
a mulher em segurança, mas protegendo<br />
o direito do homem de assediar”<br />
103<br />
se resolvem com medidas que criminalizem<br />
o agressor, e sim por meio da culpabilização<br />
indireta da vítima 5 ”.<br />
Outra crítica é que a medida ignora<br />
pessoas que não se identificam como<br />
mulher ou homem. O conceito da binariedade<br />
dos gêneros, mostrado na separação,<br />
reforça a pressão social de se<br />
identificar e contribui para marginalizar<br />
pessoas trans e intersexuais.<br />
Uma aproximação para resolver o<br />
problema da insegurança das mulheres<br />
nos ônibus é a parada fora do ponto. O<br />
benefício no desembarque é uma iniciativa<br />
tomada desde 2014 em todo o Distrito<br />
Federal. Outros locais que instauraram<br />
o desembarque diferenciado para<br />
mulheres foram os municípios de Cascavel<br />
e Umuarama, no Paraná. Em Curitiba,<br />
Paraná, a medida já existe há dez<br />
5<br />
Disponível em, https://marchamulheres.<br />
wordpress.com/2013/10/02/contra-os-vagoesfemininos-pelo-direito-ao-espaco-publico/<br />
.<br />
Acesso em 15 de out. de 2015.<br />
anos e a parada fora do ponto pode ser<br />
feita por pessoas de qualquer gênero.<br />
Uma pesquisa feita pela Associação<br />
dos ciclistas urbanos de São Paulo (CI-<br />
CLOCIDADE, 2016) ouviu 1.804 pessoas<br />
e descobriu que, em total, 86% das<br />
pessoas que andam de bicicleta na capital<br />
paulista são homens. Apenas 14% dos<br />
ciclistas paulistas são mulheres. O número<br />
de usuários do sexo feminino cai<br />
com a distância geográfica do centro da<br />
cidade até a periferia. Enquanto no centro<br />
23% dos ciclistas são mulheres, 12%<br />
estão na região intermediária e só 9% na<br />
periferia. Ana Carolina Nunes, uma das<br />
coordenadoras da pesquisa, explica que<br />
há vários motivos para a baixa porcentagem<br />
de mulheres – da sensação de insegurança<br />
ao uso de salto alto. Ela afirma<br />
que mulheres exigem mais deslocamentos<br />
que homens. Dos homens perguntados,<br />
18,1% já estiveram envolvidos em<br />
algum acidente de trânsito enquanto pedalavam.<br />
Já as mulheres, foram 14,1%.