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MOBILIDADE URBANA NO BRASIL

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<strong>MOBILIDADE</strong> <strong>URBANA</strong> <strong>NO</strong> <strong>BRASIL</strong>:<br />

DESAFIOS E ALTERNATIVAS<br />

71<br />

A implantação do sistema demanda<br />

um processo de alteração substancial das<br />

relações entre empresários do setor, Prefeituras<br />

Municipais e o Governo do Estado<br />

do Pará, já que haveria, por meio<br />

de licitação, renovação e possível alteração<br />

das empresas concessionárias para<br />

explorar as linhas. Um exemplo é a subutilização<br />

das obras de implantação da<br />

canaleta ao longo da Av. Almirante Barroso.<br />

Após quase um ano de obras, com<br />

alto grau de transtornos para a população,<br />

a gestão municipal que iniciou em<br />

2013 declarou que o que havia sido feito<br />

anteriormente era inadequado, uma vez<br />

que não cumpria com os requisitos para<br />

a operação de veículos de maior capacidade<br />

para funcionar como um corredor de<br />

BRT. Diante da necessidade de revisão do<br />

projeto e da glosa pelo Ministério Público<br />

Federal da prestação de contas de recursos<br />

do PAC, a autoridade de mobilidade<br />

resolveu implantar a modalidade expressa<br />

de linhas que já se utilizavam do corredor<br />

da Av. Almirante Barroso. Na prática,<br />

enquanto o sistema é reestruturado, tanto<br />

nas obras como no modelo de gestão,<br />

convive-se com veículos expressos na canaleta<br />

a ser utilizada futuramente com os<br />

veículos do BRT e linhas com paradas ao<br />

longo do corredor nas faixas que são divididas<br />

com veículos particulares.<br />

Assim, as ações de regulação, até o momento<br />

anterior à implantação do projeto<br />

Ação Metrópole, não têm conseguido alterações<br />

estruturais no sistema de transporte<br />

público, com modal ônibus predominante<br />

e desenho de linhas orientado pela rentabilidade<br />

das empresas, e não são pensados<br />

a partir da demanda por deslocamentos da<br />

população ou pelo maior adensamento de<br />

núcleos urbanos de baixa renda. O problema<br />

de mobilidade urbana ora verificado na<br />

RMB, portanto, apresenta características<br />

semelhantes àquelas de outras regiões metropolitanas<br />

brasileiras, agravado pela situação<br />

de baixa renda de parte expressiva dos<br />

domicílios da RMB.<br />

No quadro de atendimento dos usuários<br />

de transporte público na RMB desde<br />

o início da década 2000 observa-se a implantação<br />

de veículos adaptados para pessoas<br />

com deficiência. Embora seja visível<br />

a falta de previsão de mobiliário urbano,<br />

passeios com tratamento de níveis adequados<br />

e a total desintegração dos pontos<br />

de parada com as características exigidas<br />

para veículos adaptados, cerca de 1.800<br />

ônibus circulam na RMB. De acordo com<br />

o Sindicato das Empresas de Transporte,<br />

35% deles não são adaptados (G1 PARÁ,<br />

2013). A informação exata quanto ao número<br />

de ônibus adaptados não foi disponibilizada<br />

pela SeMOB, por se tratar de<br />

um dado referente às características dos<br />

veículos – o DETRAN estadual ao licenciar<br />

os veículos é que teria tal informação.<br />

Não obstante, porém, há de se concluir<br />

que em função da inexistência de qualquer<br />

dispositivo nas paradas para a operacionalização<br />

dos elevadores instalados,<br />

apesar de existirem nos veículos, os usuários<br />

sofrem.<br />

A primeira ciclovia da RMB foi construída<br />

na Av. Almirante Barroso no final<br />

da década de 1990 na gestão do Prefeito<br />

Edmilson Rodrigues (inicialmente PT e<br />

depois PSOL). Embora fosse totalmente

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