09.01.2017 Views

MOBILIDADE URBANA NO BRASIL

mobilidade_urbana_boll_brasil_web_

mobilidade_urbana_boll_brasil_web_

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>MOBILIDADE</strong> <strong>URBANA</strong> <strong>NO</strong> <strong>BRASIL</strong>:<br />

DESAFIOS E ALTERNATIVAS<br />

O BRT E SEUS FUNDAMENTOS 87<br />

O BRT (Bus Rapid Transit) surgiu em Curitiba não como uma alternativa ao sistema<br />

de transporte de média capacidade sobre trilhos (VLTs, Bondes, Metros Leves, ,etc.)<br />

mas como uma solução provisória para operar nos corredores de transporte definido<br />

pelo PPU de 1965.<br />

As propostas de modalidades operantes nos grandes corredores de adensamento –<br />

construtivo e de uso do solo e de transporte em Curitiba sempre estiveram ligadas as<br />

modalidades que operam sobre trilhos. No entanto, os impedimentos para a implantação<br />

destas modalidades levaram a Prefeitura Municipal de Curitiba a permanecer na<br />

modalidade rodoviária alterando paulatinamente o modo de operação e a tipologia<br />

dos ônibus até chegar ao modelo atual do BRT.<br />

Além da orientação inicial do PPU de 1965 para a implantação de um sistema de alta<br />

capacidade sobre trilhos no corredor norte/sul, Curitiba efetuou pelo menos outros seis<br />

estudos para a implantação de sistemas ferroviários em seus corredores de transporte,<br />

a saber: Estudo preliminar do metro-1969, Anteprojeto do bonde em via exclusiva -1979;<br />

Rede Integrada de Transporte – o bonde como solução -1981; Anteprojeto do bonde moderno<br />

– 1992; STAC no eixo Norte/Sul-1997, e o Metro de Curitiba-2009. O histórico das tentativas<br />

de implantação de sistemas sobre trilhos e as correspondentes alterações no sistema por<br />

ônibus até chegar-se ao BRT pode ser vista em detalhes no trabalho produzido por<br />

Olga Prestes sob o título “Curitiba sobre trilhos: A história não contada sobre o BRT 5 ” .<br />

As primeiras propostas de implantação de sistemas sobre trilhos não encontraram<br />

sustentação na demanda potencial dos corredores de transporte, pois Curitiba era<br />

uma cidade que ainda não tinha chegado a 500 mil habitantes. As demais propostas<br />

formuladas a partir do início da década de 1980 esbarraram na incapacidade financeira<br />

do município em implantá-las.<br />

O BRT tem inúmeras desvantagens em relação aos sistemas sobre trilhos. Por ser<br />

baseado em veículos rodoviários movidos a diesel que rodam sobre pneus em<br />

pavimentos nem sempre regulares, acabam criando uma série de desconfortos para<br />

os passageiros, gerando poluição atmosférica e sonora e não raro degradação ambiental<br />

e paisagística. Por operar no mesmo nível que o tráfego geral em áreas altamente<br />

adensadas, o BRT é potencial gerador de acidentes com pedestres, ciclistas e demais<br />

veículos em trânsito por vias transversais, o que tem sido uma realidade em Curitiba<br />

onde o BRT é autorizado a se deslocar com velocidade de até 60 km/h.<br />

A vantagem do BRT em relação aos seus congêneres sobre trilhos é o custo de<br />

implantação e a utilização de tecnologia acessível a quase todos os países. Esta<br />

é a razão de sua criação e da sua difusão entre países em desenvolvimento.<br />

Curitiba sempre entendeu o BRT como uma solução provisória em relação às<br />

modalidades sobre trilhos em um contexto de parcos recursos financeiros. Por isso,<br />

continua tentando substitui-lo por modalidades que representem efetivamente uma<br />

alternativa aos usuários de automóvel e que não atenda somente a demanda cativa<br />

do transporte público.<br />

5<br />

Publicado na revista ANTP, 3º quadrimestre de 2009, e disponível em: http://antp.org.br/_5dotSystem/<br />

download/dcmDocument/2013/01/10/C18746F3-36DC-445D-9F56-792DCC33581E.pdf

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!