56 O ESTADO DA <strong>MOBILIDADE</strong> <strong>URBANA</strong> <strong>NO</strong> RIO DE JANEIRO TEMPO MÉDIO DE DESLOCAMENTO <strong>NO</strong>S MUNICÍPIOS DA REGIÃO METROPOLITANA – 2010 (EM MINUTOS) de 30 a 35 de 36 a 40 de 40 a 45 de 45 a 50 mais de 50 de 30 35 de 36 40 de 40 45 de 45 50 mais de 50 34,5 34,5 32,2 32,2 34,6 34,6 41,5 41,5 66,8 66,8 60,3 60,3 59,6 56,3 59,6 56,3 50,9 50 50,9 50 49,6 49,6 49,7 49,7 46,2 46,2 51,8 51,8 47,5 47,5 36,2 36,2 30,8 30,8 46,6 46,6 45,3 45,3 45,4 45,4 30,8 30,8 32,2 32,2 TEMPO MÉDIO DE DESLOCAMENTO <strong>NO</strong>S BAIRROS DA REGIÃO METROPOLITANA – 2010 (EM MINUTOS) até 30 mais de 30 até 45 mais de 45 até 1 hora mais de 1 hora até 30 mais de 30 até 45 mais de 45 até hora mais de hora
<strong>MOBILIDADE</strong> <strong>URBANA</strong> <strong>NO</strong> <strong>BRASIL</strong>: DESAFIOS E ALTERNATIVAS 57 de melhor qualidade, como a Baixada Fluminense, a Zona Norte do Rio e o Leste Metropolitano, que inclui os municípios de São Gonçalo e Itaboraí. Os investimentos extremamente concentrados na Barra atendem diretamente aos interesses do mercado imobiliário, visto que novas frentes de ocupação na região dependem da integração do bairro ao restante da cidade, principalmente Zona Sul e Centro, onde está a maioria dos empregos. Isso fica claro ao observarmos as expectativas dos empresários do ramo que atuam na Barra da Tijuca. Um deles, em recente entrevista, afirmou: “O maior legado das Olimpíadas não será o Porto Maravilha, mas sim a integração da Barra à cidade. As Olimpíadas vão mais que triplicar a ligação que a Barra tinha com o resto da cidade. E também há obras de redes de água, energia, saneamento. Estamos fazendo com que a cidade rode em torno do Maciço da Tijuca. Estamos fazendo com que exista uma intimidade entre os dois espaços, a cidade velha e a cidade nova, que está se expandindo. Elas passam a conviver. É difícil até dizer o quanto a cidade se valoriza com os Jogos” (Carlos Fernando Carvalho, em trecho de matéria do Jornal O Globo e publicada em site no dia 26/08/2016) 13 . 13 A matéria completa está neste link: http:// oglobo.globo.com/rio/com-as-olimpiadasbarra-da-tijuca-avancara-30-anos-afirmadono-da-carvalho-hosken-16548795. Em entrevista à BBC Brasil, o empresário reforça sua fé nas Olímpiadas e afirma que a Barra da Tijuca não é lugar para pobres. Disponível em: http://www.bbc.com/portuguese/ noticias/2015/08/150809_construtora_ olimpiada_jp Enquanto todos os olhos estão voltados para a Barra, o Censo de 2010 revelou um quadro de extrema desigualdade em condições de deslocamento na região metropolitana do Rio. O município de Japeri na Baixada Fluminense possui o maior tempo médio de deslocamento entre todos os municípios do Brasil. A implantação desses grandes projetos exclui, portanto, a escala metropolitana e as necessidades de deslocamento da população de mais de 11 milhões de habitantes que nela residem. Há, além disso, a distribuição territorial desses investimentos no interior do município do Rio que privilegia a Zona Sul e a Barra da Tijuca. A maneira como estão distribuídos pelo território e a falta de projetos de integração metropolitana reproduzem uma lógica desigual (e histórica) de organização do território. A região metropolitana do Rio de Janeiro é um espaço urbano muito integrado do ponto de vista econômico e demográfico (isso inclui uma forte interdependência entre o município núcleo e os demais municípios). Por outro lato, trata-se de um território esfacelado do ponto de vista da integração social. Uma das causas dessa “desintegração social” é justamente a insuficiência e ineficiência do sistema de transporte metropolitano. Muito dessa insuficiência e ineficiência está materializada na precariedade do transporte ferroviário. Os trens são o único transporte de massa que faz a ligação entre o Rio de Janeiro e os municípios da Baixada Fluminense. No âmbito das ações do poder público pouco tem
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