MOBILIDADE URBANA NO BRASIL
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QUAL O ESTADO DA <strong>MOBILIDADE</strong> <strong>URBANA</strong><br />
<strong>NO</strong> <strong>BRASIL</strong>?<br />
mobilidade urbana, é fundamental explanar<br />
que algumas dessas ações não foram<br />
concluídas antes do início da Copa,<br />
enquanto outros 19 projetos inicialmente<br />
previstos foram simplesmente<br />
abandonados ou excluídos da Matriz de<br />
Responsabilidade.<br />
A maioria dos projetos que envolve<br />
a implantação de serviços de transporte<br />
coletivo é do modelo Bus Rapid Transit<br />
(BRT) e, em todos os casos, os projetos incluem<br />
a implantação de infraestrutura rodoviária,<br />
com a construção e alargamento<br />
de vias que acompanham o leito segregado<br />
dos ônibus e de viadutos e trincheiras<br />
que visam essencialmente aumentar a capacidade<br />
ou dar maior fluidez ao tráfego<br />
de veículos particulares.<br />
Constata-se que muitas intervenções<br />
não possuem papel estruturante no transporte<br />
urbano. São projetos que não partem<br />
de uma visão de planejamento global das<br />
metrópoles onde estão sendo implantados,<br />
não seguem recomendações e diretrizes<br />
dos planos diretores participativos, cujos<br />
objetivos integram as políticas de transporte<br />
e de moradia, por exemplo. São os casos<br />
de muitas obras executadas no entorno de<br />
estádios, que visavam apenas melhorar o<br />
acesso viário a esses locais. São ações que<br />
estão longe das reais necessidades da população<br />
dessas grandes cidades, que se desloca<br />
cada vez mais a longas distâncias em movimentos<br />
diários, inclusive entre municípios.<br />
Outro aspecto importante é que essas<br />
políticas também seguiram padrões seletivos<br />
de localização. As ações nas doze<br />
cidades-sedes da Copa, por exemplo, estão<br />
majoritariamente concentradas em<br />
determinadas regiões, em primeiro em<br />
seus municípios núcleos e, em segundo,<br />
em regiões específicas e, ao intervir<br />
em corredores específicos de transporte<br />
abrem novas frentes imobiliárias.<br />
A amostra oferecida pelas intervenções<br />
para a Copa do Mundo indica, portanto,<br />
que muitas das soluções propostas obedecem<br />
à mesma lógica que deu forma ao modelo<br />
de mobilidade urbano brasileiro vigente<br />
desde a metade do século XX.<br />
A primeira característica que reforça<br />
essa ideia é a possibilidade real da reprodução<br />
do modelo rodoviarista, que<br />
orientou historicamente as políticas de<br />
mobilidade urbana no Brasil desde a década<br />
de 1950, priorizando os automóveis<br />
e atendendo um importante setor da<br />
economia nacional.<br />
A segunda está mais diretamente relacionada<br />
à reestruturação dos espaços<br />
urbanos e aponta que as políticas de mobilidade,<br />
ao privilegiar grandes projetos<br />
urbanos, também atendem aos interesses<br />
do mercado imobiliário e não às reais<br />
necessidades de circulação da população.<br />
Um exemplo é a implantação dos BRTs<br />
que, como foi dito, inclui a implantação<br />
de uma generosa infraestrutura rodoviária,<br />
com a construção e alargamento de<br />
vias que acompanham o leito segregado<br />
dos ônibus e de viadutos e trincheiras<br />
que visam essencialmente aumentar<br />
a capacidade ou dar maior fluidez ao tráfego<br />
de veículos particulares. São estruturas<br />
urbanas implantadas para atender<br />
o público que consome o tipo de empreendimento<br />
imobiliário onde estão sendo<br />
implantadas. Portanto, além de atender