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MOBILIDADE URBANA NO BRASIL

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<strong>MOBILIDADE</strong> <strong>URBANA</strong> <strong>NO</strong> <strong>BRASIL</strong>:<br />

DESAFIOS E ALTERNATIVAS<br />

39<br />

R$ 40 milhões o contrato inicial para a<br />

construção do Pátio Vila Sônia e das futuras<br />

estações Higienópolis-Mackenzie e<br />

Oscar Freire.<br />

O atraso é ainda maior nas três linhas<br />

de monotrilho, nas regiões sul e leste da<br />

Grande São Paulo. Cerca de 40 quilômetros<br />

e 36 estações deveriam ter sido entregues<br />

até 2012, mas, no final de 2015,<br />

apenas três quilômetros e duas estações<br />

estavam em operação. A nova estimativa<br />

é também 2018. Uma das linhas, a Ouro,<br />

deve passar pelo aeroporto de Congonhas<br />

e pelo Morumbi – era uma das<br />

obras prometidas para a Copa do Mundo.<br />

Os custos também superaram as estimativas:<br />

no caso da linha Prata, o valor<br />

mais que dobrou, passando de R$ 3,5 bilhões<br />

para R$ 7,2 bilhões. O modelo de<br />

monotrilho teria a vantagem de ser mais<br />

barato e ter implementação mais rápida<br />

que o metrô tradicional, porém isso não<br />

vem se comprovando.<br />

Em 2008, investigações iniciadas na<br />

Europa trouxeram à tona um esquema<br />

de corrupção envolvendo o Metrô. Segundo<br />

as denúncias, empresas como a<br />

Alstom e a Siemens participaram, pelo<br />

menos desde 1998, de um cartel que<br />

fraudava as licitações, com pagamento<br />

de propina a funcionários do governo. As<br />

empresas definiam quem apresentaria<br />

a proposta vencedora e superfaturavam<br />

obras e trens em até 30%, de acordo com<br />

a Polícia Federal.<br />

Em meio a tudo isso, o jornal Folha de<br />

S. Paulo descobriu que documentos relativos<br />

ao Metrô, CPTM e EMTU estavam<br />

sob sigilo, com a classificação de ultrassecretos.<br />

Após as críticas, a medida foi revogada.<br />

Ainda assim, a dificuldade em obter<br />

transparência nesse setor é sintomática<br />

da forma como são definidas as políticas<br />

de mobilidade em São Paulo. São diversos<br />

modelos e interesses em disputa, em<br />

uma cidade que começa a perceber a inviabilidade<br />

do automóvel. Porém, mesmo<br />

quando priorizam o transporte coletivo,<br />

as decisões são muitas vezes tomadas de<br />

cima para baixo, com pouca ou nenhuma<br />

participação da população. No nível<br />

municipal, houve a instalação do Conselho<br />

de Transporte e Trânsito. Embora seja<br />

um avanço, trata-se ainda de um espaço<br />

consultivo, por onde nem sempre passam<br />

debates sobre políticas importantes. No<br />

nível metropolitano, as dificuldades de incidência<br />

da sociedade são ainda maiores.<br />

Mas as manifestações de 2013 mostraram<br />

que as pessoas querem ser ouvidas para a<br />

construção de uma cidade onde a mobilidade<br />

seja direito de todos.

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