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Revista Tributária N.02

Administração Geral Tributária - Angola Setembro/2017

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EDITORIAL<br />

Desafios da AGT<br />

O crescimento e fortalecimento da Administração Geral <strong>Tributária</strong><br />

(AGT) é um desafio contínuo. Cada vez mais, se torna imperiosa a<br />

fundamentação desses desafios, diante da implementação de práticas<br />

harmoniosas, dentro de princípios tributários que possam ir de<br />

encontro às reais necessidades do Estado, em benefício da população.<br />

Hermenegildo Gaspar<br />

Administrador da AGT<br />

Há sensivelmente uma década, o Executivo angolano começou a<br />

ensaiar uma etapa de reformas fiscais, que atingiram toda a estrutura<br />

funcional da administração tributária. A definição de uma<br />

política tributária adaptada à realidade do país, bem como às necessidades<br />

do seu ajustamento com as normas internacionais, é<br />

um desafio presente.<br />

Urge assim, adoptar e avançar com novos instrumentos e apostas<br />

de forma a permitir que a estrutura económica nacional não<br />

seja afectada na sua base, tendo como pano de fundo a adopção<br />

de soluções ainda não exploradas, entre as quais a adaptação de<br />

estruturas de impostos ajustadas ao contexto actual da economia.<br />

No seu discurso de investidura como Presidente da República,<br />

S. Ex.ª General João Manuel Gonçalves Lourenço, defendeu que,<br />

no decurso dos próximos cinco anos, se deve fixar a inflação em<br />

limites aceitáveis e controláveis, que obriguem a “impor regras<br />

rígidas de política cambial e de política fiscal”, apostando-se no<br />

“reforço dos sistemas de controlo de actos ilícitos (…)”, devendo<br />

isto ser entendido como um sinal claro do apoio político que a instituição<br />

necessita para a concretização de muitos dos objectivos<br />

preconizados.<br />

Naturalmente, tudo passa pela promoção de uma reforma que<br />

permita o aumento da eficácia dos serviços. Além das tarefas<br />

prioritárias, o Executivo pretende promover o Estado social, com<br />

políticas de inclusão económica e social e de redução das desigualdades,<br />

apostando num desenvolvimento que tenha ênfase no<br />

meio rural e no aumento da produção interna agrícola e industrial.<br />

Para a AGT, esse processo passa, necessariamente, pela implementação<br />

de programas internos capazes de melhorar o sistema<br />

tributário do país. Apesar de não ser uma tarefa exclusiva<br />

da AGT, é exemplo a campanha em curso de transferência do comércio<br />

informal, que permite a concorrência leal, fazendo com que<br />

os cerca de 80 por cento de agentes económicos que convivem<br />

com a informalidade possam trabalhar dentro da legislação e, neste<br />

sentido, o reforço dos métodos de fiscalização e controlo devem<br />

proporcionar o rigor necessário para atingir os objectivos internos<br />

da AGT, dado que a actividade informal interage directamente com<br />

a actividade empresarial formal.<br />

O importante é saber que é possível que as pessoas que praticam<br />

actividades à margem da lei, passem a trabalhar dentro de um<br />

mercado estruturado e melhor organizado.<br />

A reestruturação dos principais impostos, tornando o sistema<br />

tributário moderno, justo e compatível com a realidade angolana,<br />

a evolução para uma AGT actuante, produtiva e eficiente, assim<br />

como a construção de uma relação dinâmica, transparente e harmoniosa<br />

com o contribuinte, vão ser determinantes para se continuar<br />

a garantir a segurança do crescimento da economia nacional,<br />

com recursos arrecadados do sector não petrolífero.<br />

Numa perspectiva mais genérica, o sucesso de toda a política<br />

tributária passa pela prossecução da harmoniosa cobrança de impostos,<br />

tal como se procura no quadro actual de impostos, com a<br />

introdução do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA).<br />

Para a AGT, a introdução do IVA, aliado ao aumento da base<br />

tributária, deverá garantir o incremento da arrecadação de receitas<br />

e tornar o sistema tributário mais moderno, justo e com<br />

menores distorções. Por conseguinte, a administração tributária<br />

deverá melhorar os seus processos internos, através da introdução<br />

de sistemas automatizados e de cruzamento electrónico<br />

de dados, realizando acções de comunicação e discussão com<br />

grupos de contribuintes e associações profissionais, garantindo<br />

aos profissionais, como contabilistas e advogados, um novo campo<br />

de actuação, formalização e organização das empresas existentes<br />

e que vierem a surgir, uma vez que os serviços destes serão<br />

mais solicitados.<br />

Qualquer profissional engajado no crescimento do comércio<br />

internacional, encontrará nesta perspectiva, de forma natural, o<br />

seu maior foco, tendo em atenção o aumento previsível da competitividade.<br />

A perspectiva é tão promissora, que recomenda à AGT<br />

variadas apostas nos seguintes domínios: (i) legislação, (ii) organização<br />

estrutural e tributária, (iii) tecnologias de informação, (iv)<br />

facilitação e controlo, (v) formação e (vi) divulgação.<br />

Em suma, o objectivo consiste em apostar na organização da<br />

estrutura nacional tributária, seguindo os padrões internacionais,<br />

sem descurar a necessidade imperiosa destes serem adequados à<br />

realidade regional e nacional.<br />

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