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Dezembro/2017 - Referência Industrial 192

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REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />

COLUNA<br />

COISA DE CACHORRO GRANDE<br />

Investimento pesado dos chineses no Brasil só perde para os EUA<br />

Flavio C. Geraldo<br />

FG4 MAD - Consultoria em Madeira<br />

Contato: flavio@fg4mad.com.br<br />

Foto: divulgação<br />

N<br />

a coluna de março passado, com base em<br />

informações divulgadas pela Transparency<br />

Market Research, uma empresa internacional<br />

voltada à pesquisa de mercados industriais e serviços de<br />

consultoria em inteligência de mercado, informávamos<br />

que a China se destacava como país determinante no<br />

crescimento do mercado global de preservativos de<br />

madeiras. Um importante indicativo, afinal, até ontem, a<br />

China não aparecia no radar do mercado de preservação<br />

de madeiras. Por outro lado, em menos de nove meses,<br />

a grande imprensa brasileira noticia a disposição de<br />

uma gigante chinesa, a Cccc (China Communications<br />

Construction Company), em promover um aporte de<br />

capital de R$ 2 bilhões no ativo e a investir R$ 6 bilhões<br />

nos próximos dez anos no setor ferroviário. A empresa<br />

demonstra interesse na participação de negociações na<br />

Malha Ferroviária Sul, que compreende nada menos do<br />

que 7.200 km (quilômetros) de extensão, hoje nas mãos<br />

da Rumo, antiga ALL.<br />

Segundo informações, a Cccc já está realizando o<br />

trabalho de auditoria, conceitualmente conhecido como<br />

due dilligence, objetivando conhecer os detalhes atrelados<br />

à operação, assim como avaliar as necessidades de<br />

investimentos. Não se trata de pouca coisa em termos<br />

de negócios, pois, outras empresas de porte estão no<br />

páreo, as japonesas Mitsubishi e Sumitomo. Fontes do<br />

setor da economia dão conta que desde o ano de 2014,<br />

o Brasil é o segundo destino de investimentos chineses<br />

em todo o mundo, o primeiro é os EUA (Estados Unidos<br />

da América). O cardápio dos chineses é variado, inclui<br />

os setores de energia, segurança, energia, transporte<br />

aéreo, plásticos, indústria química entre alguns outros.<br />

Até o momento a Cccc já marcou presença nos setores<br />

portuário e de engenharia. Essa perspectiva de aquisição<br />

dentro do setor ferroviário se torna interessante<br />

para essas empresas a partir do momento em que há<br />

uma forte necessidade de investimentos na recuperação<br />

da infraestrutura da malha da Rumo. Segundo a<br />

Antt (Agência Nacional de Transportes Terrestres), a<br />

movimentação de cargas da Rumo – Malha Sul caiu de<br />

28,9 mil t (toneladas) para 18,3 mil t, situação considerada<br />

crítica. Os interesses da Cccc não param por ai. A<br />

empresa também tem incluído nas suas negociações<br />

a participação da Ferrogrão, megaprojeto ferroviário<br />

que inclui quase 1 mil km (quilômetros) de extensão,<br />

hoje em fase de audiências públicas. Tudo isto para não<br />

mencionar o interesse da empresa em investir também<br />

nas ferrovias norte-sul, oeste - leste e Transnordestina.<br />

Para os produtores de dormentes de madeira tratada,<br />

sem dúvida alguma se abrem importantes janelas<br />

de oportunidades. Mais do que na hora de dar vazão<br />

ao espírito de empreendedorismo, munindo-se das<br />

ferramentas disponíveis, como a experiência e capacitação,<br />

colocando as normas brasileiras debaixo do<br />

braço, e aderindo ao plano de autorregulamentação da<br />

Abpm, o Qualitrat, e partir para a briga! Só no projeto<br />

Ferrogrão, serão mais de dois milhões de dormentes,<br />

para não falar nas necessidades de melhorias da Malha<br />

Sul, que nos seus mais de sete mil quilômetros de trilhos,<br />

certamente irão gerar uma necessidade bastante<br />

significativa de dormentes durante os processos de<br />

melhorias e adequações.<br />

Contrariando os conselhos de nossas avós, que<br />

diziam para não se meter em briga de cachorro grande,<br />

desta vez a intuição de sobrevivência deverá levar<br />

o setor de proteção de madeiras à evolução, abrindo<br />

as portas para caminhos mais seguros e efetivos nos<br />

negócios. Não vamos nos esquecer de que, afinal , segundo<br />

nos diz a recente pesquisa de mercado da TMR,<br />

os chineses já estão se familiarizando a cada dia mais<br />

com o setor de proteção de madeiras, o que já pode ser<br />

um bom começo de conversa.<br />

Desta vez a intuição de sobrevivência deverá levar o setor<br />

de proteção de madeiras à evolução, abrindo as portas para<br />

caminhos mais seguros e efetivos nos negócios<br />

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www.referenciaindustrial.com.br

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