Dezembro/2017 - Referência Industrial 192

de uma nova percepção do usuário em relação aos materiais
usados na obra. Produtos madeireiros legais incorporam requisitos
que fazem a diferença. São sustentáveis, têm alta
durabilidade e demandam pouca manutenção, o que ajuda a
reduzir custos. A troca de uma peça de madeira é mais fácil,
com muito menos sujeira do que ocorre com alvenaria. Além
do quebra-quebra, os prazos muitas vezes não são cumpridos.
Cadeia de valor – Da madeira maciça aos resíduos, praticamente
tudo pode ser aproveitado. Resíduos deixados ao
final da obra podem ser aproveitados em jardinagem ou geração
de energia. Os 3 R’s da sustentabilidade – Reduzir,
Reutilizar e Reciclar – estão presentes em cada peça de madeira,
ajudando a diminuir a pressão sobre florestas nativas.
Mobiliário e pisos podem ser feitos com peças de descarte
como cruzetas e dormentes. Rejeitos de alvenaria muitas vezes
são descartados até de modo irregular.
A reutilização conta uma história de uso da madeira que
agrega valor ao imóvel. No Sul do Brasil, por exemplo, os
pioneiros imigrantes alemães, italianos e poloneses, entre
outros, construíram casas de madeira. São centenárias e comprovam
a durabilidade do material, quando bem preservados
e utilizados com inteligência. Vidas e culturas diversas foram
abrigadas por elas durante anos, assim as peças de madeira
ganham valor histórico, além do econômico. O mercado busca
por matérias-primas com essas características, recorrendo
a técnicas de marcenaria. Designers e arquitetos de interio-
res aplicam a pátina, processo que dá aspecto envelhecido à
madeira, preservando as suas marcas naturais, além daquelas
que vieram com o tempo.
Tecnologias que prolongam a vida útil da madeira nas
construções são bem-vindas. Matéria-prima de espécies reflorestadas,
tratadas em autoclave de acordo com a norma
das categorias de uso, são duráveis e a manutenção requerida
é compatível com a de outros materiais construtivos como
concreto ou metais. A matéria-prima de espécies nativas
também ganha em beleza e durabilidade, com acabamentos
protetores de alto desempenho. Dizer que madeira dura menos,
ou que sua manutenção deve ser mais frequente que a de
outros materiais construtivos, é o paradigma a ser rompido.
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