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Edição Nº 237 - Janeiro 2018

Centro Lusitano de Zurique

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16<br />

LUSITANO de Zurique<br />

Comunidade<br />

V DOMINGOS PEREIRA<br />

É MAIS FÁCIL<br />

CRIAR MEDIDAS<br />

DE INTIMIDAÇÃO<br />

MESMO NÃO<br />

SABENDO COMO<br />

PÔ-LAS EM<br />

PRÁTICA.<br />

Em <strong>Janeiro</strong> de 2017 o governo lançou o projecto<br />

“Carta sobre Rodas” integrado no programa<br />

Simplex +. O projecto digital que veio simplificar<br />

e possibilitar que diversos serviços sejam<br />

possíveis através da via Online do Instituto da<br />

Mobilidade e dos Transportes Terrestes (IMTT).<br />

O Governo pretendia acelerar o processo em<br />

torno das cartas de condução e combater os<br />

atrasos habituais, de dois anos.<br />

Passado um ano e, segundo a página oficial do<br />

IMTT o período de espera é de “cerca de nove<br />

meses”. Para o caso concreto de substituição de<br />

carta de condução estrangeira para portuguesa<br />

é um processo sem período definido. O motivo<br />

é, que o Instituto da Mobilidade e dos Transportes<br />

Terrestres português não reconhece o<br />

departamento homologo suíço. Mesmo sendo<br />

a Suíça (parceiro de Portugal) um estado reconhecido<br />

dos Países aderentes às Convenções<br />

Internacionais sobre Trânsito Rodoviário.<br />

A verdade é, que este Simplex+ veio retirar a<br />

competência a Bundesamt für Strassen (ASTRA)<br />

para autenticar os documentos anteriormente<br />

por ela emitidos, reconhecidos e substituídos e,<br />

transferir estas competências os consulados e<br />

embaixadas de Portugal na Suíça, como se pode<br />

constatar ao consultar a os balcões de atendimento<br />

ou os serviços Online do IMTT neste caso<br />

na rubrica condições, lê-se a seguinte citação:<br />

“Declaração do Consulado ou Embaixada do<br />

país emissor do título, comprovativa da autenticidade,<br />

da data de emissão e respectiva<br />

validade, e das categorias de veículos a que<br />

está habilitado, com as respectivas datas e<br />

restrições.”<br />

No ultimo ano o IMTT tem seguido à risca este<br />

procedimento. Aqui inicia-se o jogo do pingue-<br />

-pongue para centenas cidadãos, entre o requerer<br />

da dita declaração no consulado ou embaixada<br />

e estes recusarem-se porque não lhes<br />

compete validar a autenticidade de um documento<br />

Suíço. Requerer à Bundesamt für Strassen<br />

(ASTRA) autoridade competente e o não reconhecimento<br />

do IMTT.<br />

O paradoxo em tudo isto, não é o zelo dos funcionários<br />

do IMTT, mas sim o procedimento do<br />

Sr. Embaixador e dos seus mais directos colaboradores,<br />

que estando diariamente confrontados<br />

com estas situações não tenham cumprido<br />

com o seu caderno de encargos e quem se lixa é<br />

o mexilhão.<br />

Aprontex<br />

Uma outra medida anunciada pelo ministro<br />

Eduardo Cabrita que certamente vai afectar os<br />

cidadãos emigrantes proprietários de terrenos.<br />

A proposta apresentada pelo Sr. Ministro e pelo<br />

seu partido PS no Orçamento de Estado, consta<br />

que, - provavelmente já em <strong>Janeiro</strong> - vamos ter<br />

novas regras que serão mais severas para quem<br />

não efectue a limpeza de terrenos próximo de<br />

habitações.<br />

Esta proposta no meu ver é bem-vinda, mas<br />

esta forma de fazer as coisas em cima-do-joelho<br />

certamente se obterá um resultado, a que<br />

o povo define; tudo resultará em água de bacalhau.<br />

Estamos em <strong>Janeiro</strong> e, deverá ser ainda aprovada<br />

a legislação. As operações de limpeza devem<br />

ser realizadas até ao 15 de Março, quem não<br />

cumpra as novas regras deverá ser punido com<br />

coimas a duplicar que segundo o valor previsto<br />

na lei já existente vai dos 140 aos 5000 euros<br />

para pessoas singulares e 800 até 60 000 para<br />

pessoas colectivas.<br />

A fiscalização ficará a cargo das autarquias, assim<br />

como a obrigatoriedade de informar, convocar<br />

por escrito o proprietário e este terá cinco<br />

dias úteis para responder. No caso em que o<br />

proprietário não se manifeste a realização dos<br />

trabalhos de limpeza tem de ser realizados pela<br />

autarquia até 31 de Maio e as despesas serão assumidas<br />

pelo proprietário ou por quem explora<br />

os terrenos.<br />

Será que autarquias tem recursos para fazer levantamento<br />

das centenas de milhar de parcelas<br />

de terreno, proprietários ou produtores florestais<br />

que estejam a explorar os terrenos em<br />

causa, realizar todo o trabalho de corte e desbaste,<br />

remoção e eliminação da massa residual<br />

no prazo de dois meses?<br />

Será que o Sr. Ministro ao avançar com esta<br />

proposta também se referia aos terrenos do estado<br />

e todas as linhas de tráfego terrestre? Será<br />

que pensou o que fazer aos milhares de toneladas,<br />

metros cúbicos de sobrantes (biomassa)<br />

que resultam da limpeza das matas?<br />

Será que o Sr. Ministro na sua proposta pensou<br />

em lançar uma campanha de informação de<br />

sensibilização aos proprietários principalmente<br />

os que estão a residir no estrangeiro?<br />

Não, claro que não. É mais fácil criar medidas<br />

de intimidação mesmo não sabendo como pô-<br />

-las em prática.

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