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22<br />
LUSITANO de Zurique<br />
Neurociência<br />
Envelhecimento,<br />
Longevidade<br />
e Imortalidade<br />
© aamiraimer<br />
V NELSON LIMA (*)<br />
(*) Director Geral e Coordenador<br />
Nacional do Grupo<br />
INSTITUTO DA INTELIGÊNCIA<br />
PORTUGAL<br />
Director na Europa do CINEAC<br />
Centro de Inovação Educacional<br />
Augusto Cury (Brasil)<br />
Professor de Neurociência,<br />
Coordenador e Orientador na<br />
Universidade do Futuro (Brasil)<br />
Director da Divisão de Investigação<br />
da EURADEC (Associação<br />
Europeia para o Desenvolvimento<br />
da Educação e da Cidadania,<br />
ALEMANHA) e da WEA<br />
- World Education Association<br />
for Sustainable Development<br />
and Global Citizenship, SUIÇA)<br />
Representante da ZIGMA CON-<br />
SULTING (América Latina), em<br />
Portugal.<br />
Lembro-me de, quando era criança, acreditar<br />
que iria viver muitos anos porque achava a<br />
vida um processo muito interessante, merecedor<br />
de tempo suficiente para ser apreciado.<br />
Penso que essa minha esperança se devia<br />
ao facto de sempre ter vivido com meus avós<br />
(por conseguinte bem mais idosos do que<br />
meus pais que trabalhavam no Brasil) e ainda<br />
por constar na família que uma minha trisavó<br />
teria chegado aos 120 anos de idade (aliás,<br />
lembro-me de ter ouvido descrever acontecimentos<br />
relativos às invasões de Napoleão<br />
Bonaparte em Portugal - que foram presenciadas<br />
por meus antepassados - e que minha<br />
avó materna havia ouvido de sua avó, a tal senhora<br />
super-centenária).<br />
Talvez por isso eu viria a interessar-me por todas<br />
as ciências que directa ou indirectamente<br />
estudam o processo do envelhecimento e da<br />
longevidade - temas que abordo com alguma<br />
frequência no facebook.<br />
TEMPO DE VIVER MAIS<br />
Com a melhoria geral da qualidade de vida nos<br />
últimos 100 anos, a esperança de vida humana<br />
subiu para valores nunca antes conhecidos. O<br />
número de idosos centenários e até supercentenários<br />
(mais de 110 anos) está também a aumentar<br />
em alguns países.<br />
Esta capacidade de se poder viver mais tempo<br />
ainda é um dado frágil se bem que também o<br />
número de idosos activos e saudáveis esteja a<br />
crescer. Os “truques” são simples e não passam<br />
de 3 ou 4 os factores-chave que podem ser controlados,<br />
sendo um deles uma alimentação adequada.<br />
Mas os cientistas já não se contentam com isso<br />
e muitos biólogos procuram entender os mecanismos<br />
do envelhecimento estudando não apenas<br />
os idosos excepcionais mas os animais que<br />
praticamente são imortais ou quase (pelo menos<br />
quando comparados connosco).<br />
Atualmente são conhecidos alguns que vivem<br />
imensos anos, por vezes sem mostrarem sinais<br />
de envelhecimento, o que não deixa de surpreender.<br />
O cardiologista e nutricionista francês Frédéric<br />
Saldmann, autor de vários livros sobre o assunto,<br />
revela alguns pequenos animais que se destacam<br />
pela sua resistência ao envelhecimento ou<br />
pela capacidade de viverem centenas de anos<br />
(existem outros animais, como algumas espécies<br />
de tartarugas, mas aqui são apenas considerados<br />
os “excecionais”, uma classe à parte como<br />
poderão constatar).<br />
São eles o rato-toupeira africano que consegue<br />
viver 30 anos (o que equivale a 600 anos de vida<br />
humana) e que resiste a tumores malignos e a<br />
doenças cardíacas; a rã “sylvatica” do extremo-<br />
-norte do Canadá que é capaz de sobreviver<br />
completamente congelada por longos períodos<br />
(o seu corpo cria um tipo de gel natural que a<br />
protege); alguns tipos de medusas que conseguem<br />
o extraordinário feito de rejuvenescer após<br />
cada reprodução mantendo-se imortais; o mo-