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Edição Nº 237 - Janeiro 2018

Centro Lusitano de Zurique

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22<br />

LUSITANO de Zurique<br />

Neurociência<br />

Envelhecimento,<br />

Longevidade<br />

e Imortalidade<br />

© aamiraimer<br />

V NELSON LIMA (*)<br />

(*) Director Geral e Coordenador<br />

Nacional do Grupo<br />

INSTITUTO DA INTELIGÊNCIA<br />

PORTUGAL<br />

Director na Europa do CINEAC<br />

Centro de Inovação Educacional<br />

Augusto Cury (Brasil)<br />

Professor de Neurociência,<br />

Coordenador e Orientador na<br />

Universidade do Futuro (Brasil)<br />

Director da Divisão de Investigação<br />

da EURADEC (Associação<br />

Europeia para o Desenvolvimento<br />

da Educação e da Cidadania,<br />

ALEMANHA) e da WEA<br />

- World Education Association<br />

for Sustainable Development<br />

and Global Citizenship, SUIÇA)<br />

Representante da ZIGMA CON-<br />

SULTING (América Latina), em<br />

Portugal.<br />

Lembro-me de, quando era criança, acreditar<br />

que iria viver muitos anos porque achava a<br />

vida um processo muito interessante, merecedor<br />

de tempo suficiente para ser apreciado.<br />

Penso que essa minha esperança se devia<br />

ao facto de sempre ter vivido com meus avós<br />

(por conseguinte bem mais idosos do que<br />

meus pais que trabalhavam no Brasil) e ainda<br />

por constar na família que uma minha trisavó<br />

teria chegado aos 120 anos de idade (aliás,<br />

lembro-me de ter ouvido descrever acontecimentos<br />

relativos às invasões de Napoleão<br />

Bonaparte em Portugal - que foram presenciadas<br />

por meus antepassados - e que minha<br />

avó materna havia ouvido de sua avó, a tal senhora<br />

super-centenária).<br />

Talvez por isso eu viria a interessar-me por todas<br />

as ciências que directa ou indirectamente<br />

estudam o processo do envelhecimento e da<br />

longevidade - temas que abordo com alguma<br />

frequência no facebook.<br />

TEMPO DE VIVER MAIS<br />

Com a melhoria geral da qualidade de vida nos<br />

últimos 100 anos, a esperança de vida humana<br />

subiu para valores nunca antes conhecidos. O<br />

número de idosos centenários e até supercentenários<br />

(mais de 110 anos) está também a aumentar<br />

em alguns países.<br />

Esta capacidade de se poder viver mais tempo<br />

ainda é um dado frágil se bem que também o<br />

número de idosos activos e saudáveis esteja a<br />

crescer. Os “truques” são simples e não passam<br />

de 3 ou 4 os factores-chave que podem ser controlados,<br />

sendo um deles uma alimentação adequada.<br />

Mas os cientistas já não se contentam com isso<br />

e muitos biólogos procuram entender os mecanismos<br />

do envelhecimento estudando não apenas<br />

os idosos excepcionais mas os animais que<br />

praticamente são imortais ou quase (pelo menos<br />

quando comparados connosco).<br />

Atualmente são conhecidos alguns que vivem<br />

imensos anos, por vezes sem mostrarem sinais<br />

de envelhecimento, o que não deixa de surpreender.<br />

O cardiologista e nutricionista francês Frédéric<br />

Saldmann, autor de vários livros sobre o assunto,<br />

revela alguns pequenos animais que se destacam<br />

pela sua resistência ao envelhecimento ou<br />

pela capacidade de viverem centenas de anos<br />

(existem outros animais, como algumas espécies<br />

de tartarugas, mas aqui são apenas considerados<br />

os “excecionais”, uma classe à parte como<br />

poderão constatar).<br />

São eles o rato-toupeira africano que consegue<br />

viver 30 anos (o que equivale a 600 anos de vida<br />

humana) e que resiste a tumores malignos e a<br />

doenças cardíacas; a rã “sylvatica” do extremo-<br />

-norte do Canadá que é capaz de sobreviver<br />

completamente congelada por longos períodos<br />

(o seu corpo cria um tipo de gel natural que a<br />

protege); alguns tipos de medusas que conseguem<br />

o extraordinário feito de rejuvenescer após<br />

cada reprodução mantendo-se imortais; o mo-

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