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Colaboração<br />
CESVIMAP<br />
www.cesvimap.com<br />
69<br />
planificação de cada oficina.<br />
Com uma programação contínua,<br />
que permita a receção de um número<br />
semelhante de veículos todos os dias da<br />
semana, obteremos um valor constante.<br />
Por outro lado, se o número de entra<strong>das</strong><br />
diárias não for constante – por exemplo,<br />
uma planificação semanal na qual<br />
a maioria <strong>das</strong> receções se concentre nos<br />
primeiros dias da semana –, obteremos<br />
valores diferentes de segunda a sexta-<br />
-feira. Neste caso, poderá ser útil calcular<br />
o valor médio de uma semana para obter<br />
dados representativos.<br />
A melhor opção para obter este índice<br />
é confiar no sistema informático de gestão<br />
da oficina. A maioria destes sistemas<br />
dispõe de funções para um cálculo automático<br />
do tempo de ciclo, com filtros<br />
em função do tipo de cliente, marca do<br />
veículo e tipo de reparação, entre outros.<br />
Por exemplo, é conveniente separar as<br />
reparações dos veículos que podem circular<br />
dos que não circulam. Conhecer o<br />
tempo destes últimos é, igualmente, interessante,<br />
mas o respetivo valor dependerá<br />
de diferentes circunstâncias alheias<br />
à gestão da oficina. A única precaução a<br />
ter na utilização do sistema informático<br />
é assegurar que as datas de receção e<br />
entrega de cada reparação são sempre<br />
introduzi<strong>das</strong> corretamente, assim como<br />
os restantes dados que quisermos utilizar<br />
como filtro no cálculo. Se os dados<br />
registados no sistema não forem exatos,<br />
os resultados também não o serão e, por<br />
conseguinte, não vão refletir a situação<br />
real da oficina.<br />
n TEMPO MÉDIO<br />
Numa oficina de chapa e pintura, o<br />
tempo médio de permanência de um<br />
automóvel para reparação é de, aproximadamente,<br />
nove a 10 dias, dado que<br />
permite avaliar a situação particular como<br />
empresa e a necessidade ou não de melhoria.<br />
Não obstante, este dado não tem<br />
em conta a magnitude <strong>das</strong> reparações<br />
mais frequentes. O tempo de ciclo não<br />
deveria ser o mesmo numa pequena intervenção<br />
– uma ou duas peças – e numa<br />
repintura completa ou numa reparação<br />
em bancada. O tipo de reparação mais<br />
frequente na oficina marcará o respetivo<br />
tempo médio. Por conseguinte, é<br />
conveniente incluir nesta medição uma<br />
variável que contemple a magnitude<br />
<strong>das</strong> reparações. Isto pode ser feito com<br />
um índice que represente as horas que<br />
a oficina é capaz de faturar por dia em<br />
cada ordem de trabalho. Informa sobre<br />
É interessante integrar<br />
o controlo do tempo<br />
de ciclo na própria<br />
gestão da oficina<br />
o ritmo de produção por ordem e pode<br />
ser calculado dividindo o tempo médio<br />
faturado por reparação pelo tempo de<br />
ciclo. Por exemplo, se uma oficina fatura<br />
uma média de 10 horas por reparação e<br />
o seu tempo de ciclo for de 10 dias, será<br />
capaz de produzir uma média de uma<br />
hora de faturação/dia em cada reparação.<br />
Este índice proporciona uma ideia bastante<br />
aproximada dos dias necessários<br />
para concluir uma reparação em concreto<br />
tendo em conta unicamente as horas a faturar<br />
na mesma. Revela-se muito útil para<br />
determinar a data prevista de entrega e<br />
prever as necessidades no que respeita<br />
a veículos de cortesia ou de substitui-<br />
ção, entre outros aspetos, embora seja<br />
absolutamente necessário dispor, previamente,<br />
do relatório da peritagem ou do<br />
orçamento completamente terminado.<br />
Valores baixos deste índice não indicam<br />
que a oficina está a produzir abaixo do<br />
esperado, mas que durante a maior parte<br />
da permanência dos veículos na oficina<br />
não estão a ser realizados trabalhos nos<br />
mesmos. Frequentemente, encontram-<br />
-se à espera de vez em alguma etapa da<br />
cadeia de produção.<br />
Esta situação agrada a algumas oficinas,<br />
porque lhes dá a segurança de terem<br />
sempre um excesso de trabalho a decorrer<br />
nas suas instalações. Desta forma, há<br />
uma redução no risco de paragem nos<br />
meios de produção por falta de veículos<br />
para trabalhar e a planificação da produção<br />
é menos sensível a imprevistos.<br />
Contudo, não será do agrado do cliente.<br />
Além do mais, supõe o aumento do custo<br />
com automóveis de cortesia ou substituição.<br />
E gerir desta forma a agenda da oficina<br />
implica um elevado tempo de ciclo.<br />
Logo, um número excessivo de dias de<br />
permanência dos veículos. Assim, se no<br />
exemplo anterior reduzirmos o trabalho<br />
a decorrer para 25 veículos na oficina, o<br />
tempo de ciclo será de cinco dias e será<br />
necessário investir duas horas de média<br />
por dia em cada reparação.<br />
Por outro lado, isto só será possível com<br />
uma planificação minuciosa da oficina,<br />
recebendo todos os dias um número semelhante<br />
de veículos que não exceda a<br />
capacidade de produção diária e que,<br />
além do mais, proporcione o volume<br />
de trabalho necessário para assegurar<br />
a plena ocupação de bate-chapas, pintores<br />
e estufa de pintura. ✱<br />
www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Janeiro I 2018