Revista Apólice #215
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Brasil. É preciso captar essa demanda e<br />
fazer de sites de busca e outros meios de<br />
mídias sociais prateleiras digitais para os<br />
produtos disponíveis. A iniciativa pode<br />
vir dos corretores em canal próprio, das<br />
seguradoras direcionando os esforços<br />
para atingir os corretores ou mesmo de<br />
corretores e seguradoras atuando juntos.<br />
Mas elas precisam ser bem utilizadas.<br />
A chave para fazer tudo isso acontecer?<br />
Os corretores de seguros. Dentro<br />
ou fora do ramo de automóveis, usar<br />
internet, aplicativos e mídias sociais para<br />
interagir e acompanhar os clientes.<br />
A grande mensagem deste Congresso<br />
é que o mercado vai mudar, mas o corretor<br />
de seguros deve ser o agente destas<br />
mudanças. Fabio Luchetti, presidente da<br />
Porto Seguro, lembra que hoje 95% dos<br />
produtos são distribuídos via corretor e<br />
que a penetração do seguro ainda é baixa,<br />
portanto, há espaço para o profissional.<br />
Novas formas de comercialização virão,<br />
mas os corretores continuarão fortes.<br />
“Temos que fomentar novos canais junto<br />
com os corretores de seguros”, ressalta<br />
José Adalberto Ferrara, presidente da<br />
Tokio Marine.<br />
As vendas online atingem principalmente<br />
os novos consumidores. “Esta<br />
é uma transformação da nova realidade,<br />
de um novo mundo. Uma coisa são os<br />
canais de acesso e outra são os canais<br />
de relacionamento. A venda online vem<br />
para ficar, porque a tecnologia não pode<br />
ser contida. O quanto nos adaptaremos a<br />
ela é o desafio. A interação online com<br />
o novo cliente é uma demanda dele. Isso<br />
não é um crime, é um meio de acesso”,<br />
afirma Gabriel Portela, presidente da<br />
SulAmérica.<br />
Se o corretor estabelecer uma boa<br />
relação com seu cliente, ele vai fazer a<br />
consulta online, mas a venda é no offline.<br />
O corretor tem que se firmar neste novo<br />
canal.<br />
Novas oportunidades<br />
O seguro de Responsabilidade Civil<br />
evolui em função da sociedade, que<br />
amparada pelo Código de Defesa do<br />
Consumidor e pelo judiciário começou<br />
a buscar seus direitos. Com isso, surgem<br />
novas modalidades do produto.<br />
Dois novos tipos de danos (imaterial<br />
e corporal) impactam na atividade dos<br />
corretores e os estudiosos já falam na<br />
chegada do dano estético. “Ele vai além<br />
do abalo psicológico e considera tudo<br />
aquilo que traz um impacto social permanente<br />
na vida de um indivíduo”, explica<br />
Angélica Carlini, advogada especialista<br />
em seguros.<br />
Segundo a profissional, o mercado<br />
também deve voltar às atenções ao RC<br />
de dano psicológico, que poderá amparar<br />
o segurado em casos de estresse pós-<br />
-traumático; além da chamada “perda de<br />
uma chance”, em que o cidadão deixa de<br />
realizar atividades por conta de um dano<br />
sofrido no passado. O judiciário ainda<br />
não deliberou a forma de medir essa<br />
chance, mas está descobrindo isso, pois<br />
requerer em juízo a perda de uma chance<br />
está se tonando uma prática comum.<br />
Um ponto importante, porém, é a<br />
mudança de postura dos corretores. A<br />
grande questão aparece na implantação<br />
do produto, pois caso aconteça algum<br />
sinistro é importante que o cliente saiba<br />
como proceder e gerenciar a crise. “Vendemos<br />
o RC, apenas, mas precisamos ir<br />
além disso”, salienta Angélica.<br />
Geradores de negócios<br />
A saúde suplementar participa com<br />
40% de toda a arrecadação do segmento<br />
de seguros e tem o Brasil como segundo<br />
maior mercado. Ainda assim, são poucos<br />
os corretores que operam com este tipo<br />
de produto. “Alguns profissionais dizem<br />
que trabalhar com saúde é complicado.<br />
Mas se eles não oferecerem um plano<br />
ou seguro saúde para o cliente, outro<br />
corretor vai fazer isso”, diz Ariovaldo<br />
Bracco, coordenador da Comissão de<br />
Saúde do Sincor-SP.<br />
O produto saúde é, sim, complexo,<br />
mas ao mesmo tempo rentável e mais<br />
fácil de ser administrado em comparação<br />
com os produtos de automóvel. O fato é<br />
que existe um mercado na espera de que<br />
todos se dediquem e conheçam a saúde<br />
suplementar. É verdade que o setor enfrenta<br />
dificuldades, como os orçamentos<br />
apertados e um desperdício de 30% dos<br />
gastos. Mas a presidente da FenaSaúde,<br />
Solange Beatriz Mendes, garante que há<br />
remédio para isso.<br />
“Esse remédio passa por todos os<br />
Alexandre Camillo,<br />
presidente do Sincor-SP<br />
“O Conec foi uma grata surpresa<br />
para nós desde a fase de preparação,<br />
com as inscrições, os investidores, os<br />
expositores e, agora, com a execução.<br />
O Congresso procura atender<br />
assuntos extremamente atuais. Entre<br />
os paineis apresentados tivemos um<br />
sobre a globalização do mercado<br />
segurador e da corretagem de seguros.<br />
O corretor de seguros do Brasil,<br />
principalmente, ainda está um pouco<br />
distante de como a corretagem é<br />
praticada em outros países. Cabe<br />
aqui o meu agradecimento aos corretores,<br />
que participaram e permitiram<br />
a realização do evento. Vocês nos<br />
premiaram com a resposta, que foi<br />
a presença em todas as palestras.”<br />
envolvidos no setor: uma administração<br />
mais firme por parte das operadoras, a<br />
transparência de informação e a criação<br />
de novos produtos. O corretor também é<br />
fundamental e temos que trazê-lo para<br />
junto do processo para que os clientes<br />
entendam como utilizar melhor o produto<br />
saúde”, diz ela.<br />
O profissional deve conhecer bem o<br />
sistema de saúde privado, o papel da ANS,<br />
as causas da judicialização e o papel das<br />
ouvidorias. “Isso exige dedicação e estudo,<br />
mas é importante que os corretores se<br />
engajem”, conclui Solange Beatriz.<br />
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