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não vai construir algo novo, mas precisa<br />
fazer o seguro do imóvel”, esclarece.<br />
Para entender como o mercado vem<br />
funcionando, não é possível se ater a<br />
apenas um segmento. Renato Rodrigues,<br />
Country Manager da operação de Seguros<br />
do XL Catlin para no Brasil, esclarece<br />
que, analisando a área de grandes riscos<br />
como um todo, a queda não é generalizada<br />
nas solicitações. “No caso das<br />
linhas de D&O e E&O, nota-se, inclusive,<br />
crescimento. São linhas que geralmente<br />
têm maior contratação em tempos de<br />
desaceleração econômica e que fazem<br />
parte das coberturas de grandes riscos.<br />
Dados de mercado indicam que nessa<br />
área houve crescimento de mais de 30%<br />
no volume de prêmios no primeiro trimestre”,<br />
explica.<br />
Patrícia afirma que a AGCS, desde<br />
o período pré-eleitoral, já notava uma<br />
redução no número de projetos de construção<br />
no Brasil, prejudicando o seguro<br />
de riscos de engenharia mas, principalmente,<br />
levanto junto as carteiras de<br />
responsabilidade civil de obras. “Como<br />
nossa operação é regional, para a América<br />
Latina, não sentimos um impacto<br />
acentuado, pois recebemos uma demanda<br />
importante de obras de infraestrutura de<br />
outros países”, afirma.<br />
Pulverizar os riscos é um ganho<br />
das companhias seguradoras que atuam<br />
globalmente. Elas não dependem das<br />
demandas de um único País e podem<br />
manter suas carteiras sustentáveis.<br />
Contando também com os contratos de<br />
resseguros e cosseguros, muito comuns<br />
para esse tipo de risco, os investimentos<br />
ficam ainda mais seguros. Mas esses<br />
acessos às apólices dependem da maneira<br />
como as companhias conduziram<br />
sua operação até o momento da crise.<br />
Smith acredita que não há muito segredo<br />
para conseguir as renovações de resseguro,<br />
mas é preciso bastante trabalho.<br />
“A dificuldade é do mercado como um<br />
todo. Algumas seguradoras enfrentam<br />
mais empecilhos porque podem ter sido<br />
agressivas demais nas suas aceitações de<br />
risco anteriormente”, pontua. É verdade<br />
que as resseguradoras podem estar mais<br />
seletivas mas, para o executivo, elas só<br />
serão assim se notarem que a estratégia<br />
de aceitação de risco é sólida.<br />
O executivo da Aon endossa essa<br />
visão. Para ele, quando o mercado de<br />
resseguros foi aberto, em 2007, era<br />
muito líquido e aceitava a maioria dos<br />
riscos. Hoje, alguns riscos têm mais<br />
ou menos facilidade. “O que está crescendo<br />
são as boas condições aos bons<br />
clientes. Aqueles que têm políticas de<br />
risco adequadas e se comportam bem<br />
no mercado têm facilidade de aplicar o<br />
risco”, esclarece Masferrer.<br />
O pesos das denúncias para o<br />
mercado<br />
Deflagrada em 2014, os esquemas<br />
de corrupção que originaram a operação<br />
Lava Jato parecem ter mexido com<br />
esse mercado. É sabido que as apólices<br />
de D&O sofreram alterações, especialmente<br />
as que cobrem empresas diretamente<br />
ligadas à investigação. O seguro<br />
de Garantia de Obra também foi outro<br />
produto afetado, já que o mercado de<br />
engenharia desaqueceu e as construções<br />
estão demorando a serem entregues, com<br />
altas em seus valores. Isso faz com que as<br />
seguradoras repensem seus riscos. “Vejo<br />
que o D&O fez alterações, mas não tem<br />
sofrido tanto, mas o seguro garantia não<br />
deveria ter o alto índice de sinistralidade<br />
que estou vendo em algumas companhias.<br />
É possível que as seguradoras mudem<br />
seus clausulados para restringir riscos e<br />
exposições às quais elas não queiram dar<br />
cobertura”, salienta Marcia.<br />
O que o mercado procura fazer é<br />
estar alheio às questões políticas e focar<br />
❙❙Márcia Cicarelli, da JBO<br />
exclusivamente nos desafios econômicos<br />
que estão por vir, oferecendo suporte a<br />
seus contratantes. Os corretores são peças<br />
fundamentais para que isso ocorra. As<br />
construtoras não parecem estar em uma<br />
“lista negra” das seguradoras, mas elas<br />
querem clientes saudáveis. “Estamos<br />
analisando o risco e continuaremos a fazer<br />
isso. Os bons clientes terão acordo. A<br />
aceitação não depende da área, depende<br />
do risco. A construção de uma ponte tem<br />
seus riscos específicos e, dentro disso,<br />
queremos saber quem vai fazer e quais<br />
políticas internas a empresa adota”, destaca<br />
o executivo da Aon.<br />
A Tokio Marine também procura<br />
enxergar o momento economicamente.<br />
“Há várias obras já negociadas, mas o<br />
aval do contratante para iniciá-la está<br />
apenas ligado ao momento do Brasil,<br />
que precisa de obras de infraestrutra e<br />
aceleração na indústria. É um problema<br />
momentâneo e nós vamos passar por ele.<br />
Enquanto isso, cautela e paciência são<br />
necessárias”, indica Smith.<br />
O seguro garantia de performance,<br />
que é o que se aplica a grandes projetos de<br />
obras, foi afetado. Mas o seguro garantia<br />
do tipo judicial, usado para substituir<br />
depósitos em juízo, tem aumentado,<br />
também como reflexo da crise, que está<br />
favorecendo a maior contratação desse<br />
tipo de seguro. “Porém, simultaneamente<br />
houve a saída de alguns players dessa<br />
área, equilibrando o mercado”, opina<br />
Rodrigues.<br />
Permanência no ramo<br />
O momento é de decisão estratégica.<br />
Há seguradoras prontas para fazer aquisições<br />
de carteiras de grandes riscos e<br />
outras prontas para vendê-la, como foi o<br />
caso da Itaú Seguros, que vendeu sua participação<br />
à Ace no início do ano. A Tokio<br />
Marine participou ativamente dessa<br />
disputa e, embora não tenha conseguido<br />
a aquisição, não perdeu o apetite para<br />
novas oportunidades. “Não é segredo que<br />
tentamos adquirir a carteira da Itaú e o<br />
legado disso foi o reforço da estrutura da<br />
companhia”, declara<br />
Outras ainda adotam a parceria como<br />
meio para fortalecer a atuação, como a<br />
parceria estabelecida entre Axa e SulAmérica.<br />
Carlos Alberto Trindade Filho,<br />
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