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mercado | captações<br />
❙❙Marcelo Picanço, da Porto Seguro<br />
seguradora pode variar de R$ 10 bilhões<br />
a R$ 20 bilhões com a venda de mais de<br />
30% de suas ações. Tudo depende, porém,<br />
do valor de mercado que a companhia<br />
será precificada. Estudos preliminares<br />
feitos pela Caixa Econômica Federal<br />
apontam, considerando todas as empresas<br />
sob o guarda-chuva da sua seguradora,<br />
que o valor de mercado estaria entre R$<br />
40 bilhões e R$ 70 bilhões.<br />
O Banco do Brasil será o líder da<br />
operação, enquanto Bradesco BBI, Itaú<br />
BBA, Goldman Sachs e UBS serão coordenadores<br />
globais. Também vão participar<br />
do IPO da Caixa Seguros, segundo<br />
fontes, os bancos Citibank, BTG Pactual,<br />
Brasil Plural e Bank of America Merril<br />
Lynch (BofA). Esses nomes foram selecionados<br />
entre 16 instituições que fizeram<br />
sugestões para o IPO da Caixa Seguros. O<br />
exército de bancos terá um belo trabalho<br />
pela frente. Embora o mercado de seguros<br />
tenha potencial crescimento no Brasil,<br />
fontes atentam para o fato de a empresa<br />
ter economia mista, privada e pública, e<br />
o momento ser complicado para empresas<br />
estatais em meio à crise de corrupção que<br />
a Petrobras enfrenta. Não bastasse isso, a<br />
Caixa foi citada na operação Lava Jato, o<br />
que poderia, conforme as mesmas fontes,<br />
incluir mais desafios para a abertura de<br />
capital da seguradora ainda neste ano.<br />
Mais visibilidade<br />
Embora somente uma das novatas<br />
tenha chegado, a Par Corretora, o mercado<br />
já comemora a maior visibilidade que<br />
48<br />
terá. No mundo das empresas listadas,<br />
diferente do dia a dia da conquista por<br />
grandes apólices, quanto mais players<br />
do mesmo segmento, melhor. É evidente<br />
que as primeiras se beneficiaram do discurso<br />
de serem precursoras do mercado<br />
de seguros a abrirem capital na bolsa<br />
brasileira que, diferente dos mercados<br />
europeu e americano, tem menos representantes<br />
listadas. No entanto, com<br />
mais integrantes, o segmento ganhou<br />
atenção de investidores e analistas. Foi<br />
o que aconteceu com a chegada da BB<br />
Seguridade, batizada por analistas do<br />
mercado de “a gigante do seguro”. Hoje,<br />
somente suas ações respondem por cerca<br />
de 3% do volume bilionário negociado<br />
todo dia pelo Ibovespa, principal índice<br />
de ações da bolsa brasileira. Os demais<br />
players, segundo Werner Suffert, diretor<br />
financeiro e de RI da BB Seguridade,<br />
giram 10% do montante financeiro negociado<br />
pela BB Seguridade. “O volume<br />
financeiro de empresas de seguros na<br />
bolsa aumentou bastante. Outra escala<br />
foi trazida para o mercado e os investidores<br />
conseguiram ter mais liquidez para<br />
seu investimento”, diz ele, acrescentando<br />
que a entrada de novas empresas “sempre<br />
é positivo”.<br />
Mais do que atenção, o setor de<br />
seguros, que depende de uma cabeça de<br />
longo prazo para que sua dinâmica seja<br />
compreendida, passou a ser entendido<br />
por agentes treinados a pensar a cada<br />
trimestre. Essa é a frequência com que<br />
toda empresa de capital aberto precisa<br />
mostrar seus números, estratégia, tendências<br />
e, se preciso, recontar a sua história.<br />
“Quando começamos a falar de seguros<br />
para investidores e analistas, no final de<br />
2006, nos consideravam do segmento<br />
financeiro. Entender nossa dinâmica não<br />
era trivial. Depois de quase uma década,<br />
tivemos uma transformação no mundo<br />
de investimentos, que passou a dominar<br />
a lógica do mercado de seguros”, lembra<br />
Arthur Farme D’Amoed Neto, vice-<br />
-presidente de Relações com Investidores<br />
da SulAmérica.<br />
O setor de seguros começou a ser<br />
representado na bolsa com a abertura<br />
de capital da Porto Seguro, em 2004,<br />
quando captou R$ 377 milhões. Foi a<br />
primeira seguradora não ligada a banco<br />
a se listar na bolsa. Isso porque como<br />
Bradesco e Itaú Unibanco têm capital<br />
aberto, indiretamente, suas seguradoras<br />
também seguem, ainda que em menor<br />
escala, o dia a dia das empresas aber-