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Revista Apólice #199

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mercado | captações<br />

❙❙Marcelo Picanço, da Porto Seguro<br />

seguradora pode variar de R$ 10 bilhões<br />

a R$ 20 bilhões com a venda de mais de<br />

30% de suas ações. Tudo depende, porém,<br />

do valor de mercado que a companhia<br />

será precificada. Estudos preliminares<br />

feitos pela Caixa Econômica Federal<br />

apontam, considerando todas as empresas<br />

sob o guarda-chuva da sua seguradora,<br />

que o valor de mercado estaria entre R$<br />

40 bilhões e R$ 70 bilhões.<br />

O Banco do Brasil será o líder da<br />

operação, enquanto Bradesco BBI, Itaú<br />

BBA, Goldman Sachs e UBS serão coordenadores<br />

globais. Também vão participar<br />

do IPO da Caixa Seguros, segundo<br />

fontes, os bancos Citibank, BTG Pactual,<br />

Brasil Plural e Bank of America Merril<br />

Lynch (BofA). Esses nomes foram selecionados<br />

entre 16 instituições que fizeram<br />

sugestões para o IPO da Caixa Seguros. O<br />

exército de bancos terá um belo trabalho<br />

pela frente. Embora o mercado de seguros<br />

tenha potencial crescimento no Brasil,<br />

fontes atentam para o fato de a empresa<br />

ter economia mista, privada e pública, e<br />

o momento ser complicado para empresas<br />

estatais em meio à crise de corrupção que<br />

a Petrobras enfrenta. Não bastasse isso, a<br />

Caixa foi citada na operação Lava Jato, o<br />

que poderia, conforme as mesmas fontes,<br />

incluir mais desafios para a abertura de<br />

capital da seguradora ainda neste ano.<br />

Mais visibilidade<br />

Embora somente uma das novatas<br />

tenha chegado, a Par Corretora, o mercado<br />

já comemora a maior visibilidade que<br />

48<br />

terá. No mundo das empresas listadas,<br />

diferente do dia a dia da conquista por<br />

grandes apólices, quanto mais players<br />

do mesmo segmento, melhor. É evidente<br />

que as primeiras se beneficiaram do discurso<br />

de serem precursoras do mercado<br />

de seguros a abrirem capital na bolsa<br />

brasileira que, diferente dos mercados<br />

europeu e americano, tem menos representantes<br />

listadas. No entanto, com<br />

mais integrantes, o segmento ganhou<br />

atenção de investidores e analistas. Foi<br />

o que aconteceu com a chegada da BB<br />

Seguridade, batizada por analistas do<br />

mercado de “a gigante do seguro”. Hoje,<br />

somente suas ações respondem por cerca<br />

de 3% do volume bilionário negociado<br />

todo dia pelo Ibovespa, principal índice<br />

de ações da bolsa brasileira. Os demais<br />

players, segundo Werner Suffert, diretor<br />

financeiro e de RI da BB Seguridade,<br />

giram 10% do montante financeiro negociado<br />

pela BB Seguridade. “O volume<br />

financeiro de empresas de seguros na<br />

bolsa aumentou bastante. Outra escala<br />

foi trazida para o mercado e os investidores<br />

conseguiram ter mais liquidez para<br />

seu investimento”, diz ele, acrescentando<br />

que a entrada de novas empresas “sempre<br />

é positivo”.<br />

Mais do que atenção, o setor de<br />

seguros, que depende de uma cabeça de<br />

longo prazo para que sua dinâmica seja<br />

compreendida, passou a ser entendido<br />

por agentes treinados a pensar a cada<br />

trimestre. Essa é a frequência com que<br />

toda empresa de capital aberto precisa<br />

mostrar seus números, estratégia, tendências<br />

e, se preciso, recontar a sua história.<br />

“Quando começamos a falar de seguros<br />

para investidores e analistas, no final de<br />

2006, nos consideravam do segmento<br />

financeiro. Entender nossa dinâmica não<br />

era trivial. Depois de quase uma década,<br />

tivemos uma transformação no mundo<br />

de investimentos, que passou a dominar<br />

a lógica do mercado de seguros”, lembra<br />

Arthur Farme D’Amoed Neto, vice-<br />

-presidente de Relações com Investidores<br />

da SulAmérica.<br />

O setor de seguros começou a ser<br />

representado na bolsa com a abertura<br />

de capital da Porto Seguro, em 2004,<br />

quando captou R$ 377 milhões. Foi a<br />

primeira seguradora não ligada a banco<br />

a se listar na bolsa. Isso porque como<br />

Bradesco e Itaú Unibanco têm capital<br />

aberto, indiretamente, suas seguradoras<br />

também seguem, ainda que em menor<br />

escala, o dia a dia das empresas aber-

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