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Revista Apólice #199

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❙❙Sede do IRB-Brasil Re, no Rio de janeiro<br />

tas. Em seguida, vieram a operadora<br />

de planos odontológicos, Odontoprev,<br />

em 2006, que levantou mais de R$ 450<br />

milhões, e a SulAmérica, em 2007, que<br />

captou R$ 775 milhões. Foi a maior<br />

captação de um grupo segurador na<br />

América Latina, conforme Neto, até a<br />

BB Seguridade superá-la, em 2013.<br />

Esse grupo, porém, poderia ser<br />

maior. As operadoras de planos de saúde<br />

Amil e Medial, adquirida em 2009 pela<br />

concorrente, tinham capital aberto. Depois,<br />

foi adquirida, em 2012, pela norte-<br />

-americana UnitedHealth que a deslistou<br />

do mercado. Somente as duas, Amil<br />

e Medial, deixaram a bolsa até então.<br />

O movimento é visto como natural no<br />

mercado não só em processos de fusões<br />

e aquisições, da sigla em inglês M&A,<br />

mas também pelos desafios que as empresas<br />

têm ao serem listadas em bolsa.<br />

Além de um custo pesado com equipe de<br />

pessoas, que no mercado recebe o nome<br />

de “relações com investidores”, voltada<br />

a atender os diversos agentes como investidores,<br />

analistas que acompanham<br />

de perto as companhias para indicarem<br />

a recomendação mais assertiva para suas<br />

ações e ainda a própria imprensa, há gastos<br />

com auditoria, publicação de balanço<br />

e muitos outros. Não são somente custos<br />

que pesam. Ser uma empresa de capital<br />

aberto também exige mais governança<br />

corporativa e uma disposição de dividir<br />

com o mercado todo e qualquer passo.<br />

“Acredito que os pontos positivos de uma<br />

empresa de capital aberto superam os negativos.<br />

Há custo e trabalho internos, mas<br />

as provocações do mercado nos ajudam<br />

a nos questionarmos constantemente e<br />

combater qualquer tipo de acomodação”,<br />

observa Marcelo Picanço, diretor Financeiro<br />

e de Relações com Investidores da<br />

Porto Seguro.<br />

Segundo ele, o segredo está na manutenção<br />

de uma estratégia. Mudar de rota<br />

toda vez que o mercado cobra, tentando<br />

mostrar novidades a cada trimestre,<br />

conforme Picanço, pode, ao invés de ajudar,<br />

minar a empresa na bolsa. A Brasil<br />

Insurance, holding de corretagem de<br />

seguros, está sentindo na pele o que é ter<br />

seu modelo de atuação questionado pelo<br />

mercado. Em um ano, suas ações já caíram<br />

quase 80%. Imersa em uma reestruturação<br />

desde o ano passado, que fez com que seus<br />

papéis despencassem na bolsa, a corretora<br />

negocia, agora, com a gestora de recursos<br />

GP Investimentos, que investe em empresas,<br />

um aporte para sair da crise que<br />

enfrenta. Até, agora, porém, resiste em<br />

permanecer com capital aberto já que sair<br />

do mercado com um valor muito abaixo de<br />

quando entrou significa realizar a perda.<br />

As ações da Brasil Insurance estão cotadas<br />

a R$ 1,60. Se caírem abaixo de R$ 1,00,<br />

passarão a ser penny stocks no jargão do<br />

mercado e, assim, será obrigada a sair da<br />

bolsa já que não são permitidas empresas<br />

com ações neste valor.

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