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fato, a praça foi substituída pelo cardume<br />
de viadutos que dominam a região.<br />
No Exército, Fuad chegou a sargento<br />
nos tempos daquela confusão entre o<br />
golpe militar de 1964 e a luta armada dos<br />
estudante, mas ele queria outra coisa para<br />
sua vida, muito distante do conflito. O sonho<br />
era o de seguir uma carreira universitária.<br />
Mudou-se para Brasília, deu baixa<br />
no quartel e concluiu um curso técnico<br />
em eletrônica, que lhe garantiria um emprego<br />
razoável, caso a vida desconsiderasse<br />
seus projetos pessoais. Depois, estudou<br />
ciências econômicas e deu início a<br />
uma vitoriosa carreira no serviço público<br />
onde chegou a diretor de autarquias e empresas<br />
estatais. De volta a Minas foi, por<br />
quatro vezes, secretário estadual. Hoje é<br />
o secretário municipal da Fazenda, na administração<br />
Alexandre Kalil.<br />
Eu o visitei no seu gabinete na tarde de<br />
22 de março, 5ºandar do extinto Banco de<br />
Minas Gerias, na esquina da rua Espírito<br />
Santo com avenida Afonso Pena. Quase<br />
todos os executivos de finanças que entrevistei<br />
nesta minha extensa carreira,<br />
eram pessoas que passavam o dia pensando<br />
em dinheiro, juros e lucros. Eram<br />
pessoas ambiciosas, ainda que irônicas.<br />
Mas Fuad, hoje com 70 anos, não é banqueiro<br />
privado e<br />
sim um servidor<br />
público que se<br />
mostra exclusivamente<br />
preocupado<br />
em viabilizar recursos<br />
para que o<br />
prefeito Kalil possa<br />
construir obras e<br />
oferecer serviços<br />
que tornem menos<br />
árdua a vida da<br />
população.<br />
Outro preconceito<br />
que o secretário<br />
desmentiu: pessoas<br />
envolvidas com<br />
questões materialista,<br />
como a remuneração<br />
do capital,<br />
jamais se mostram interessadas na produção<br />
de fábulas literárias, que tratam dos dramas<br />
e sonhos de pessoas anônimas. Tempo não<br />
é dinheiro? Sob esses aspecto, há uma<br />
razão soberana que move pessoas tão objetivas:<br />
exceto Paulo Coelho ou algum escritor<br />
de auto-ajuda, nenhum brasileiro se enriqueceu<br />
com a literatura.<br />
Fuad Nomam investiu pelo menos R$30<br />
mil na publicação do seu livro, mesmo<br />
sabendo que não haveria perspectivas de<br />
retorno do dinheiro aplicado. A esse tipo<br />
de aplicação dá-se o nome técnico de “investimento<br />
a fundo perdido”, pois o dinheiro<br />
não voltará nem a poder de reza<br />
brava. Alguns também dizem que se trata<br />
de financiamento não reembolsável, mas<br />
z<br />
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