Matéria Prima 100 - Maio 2018

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CARTA DE BRASÍLIA O GOVERNADOR PIMENTEL TROUXE DILMA DE VOLTA PARA MINAS DILMA PODE VENCER EM MINAS, MAS DESARRUMA ALIANÇA PT/PMDB O PT OFERECEU PARA A EX-PRESIDENTA UM CARGO QUE JÁ TINHA DONO. O MDB REIVINDICA A VAGA DO SENADO JOSÉ ANTÕNIO SEVERO * Aex-presidente Dilma Rousseff volta para as “Geraes” (como se chamavam as Alterosas no passado) 50 anos depois de partir. Ela transferiu para Belo Horizonte seu título de eleitora para reativar sua cidadania mineira e se inserir na política do estado. Neste momento ela se apresenta como uma opção do PT para disputar uma cadeira no Senado Federal. É aí que está a confusão. 22 MAIO DE <strong>2018</strong> • MATERIAPRIMAREVISTA.COM.BR
A candidatura de Dilma chega em bom ou mau momento para um partido alquebrado por suas contradições, conforme o ponto-de-vista do observador. A filha pródiga é bem-vinda porque as pesquisas indicam que ela poderia ser eleita no pleito majoritário. Uma cadeira para o PT no Senado. Entretanto, a por isto mesmo, ela não é tão festejada porque sua pré-candidatura desarruma a aliança de centro esquerda que está governando Minas Gerais e que iria para a reeleição do governador Fernando Pimentel. Com a candidatura da ex-presidente, os dois pretendentes naturais à Câmara Alta ficam em dificuldades, pois Dilma tira votos dos dois pré-candidatos. Um deles, o candidato do PT, firme até a volta da filha pródiga, deputado federal Reginaldo Lopes, perde a vez, porque se Dilma entrar ele não pode ocupar a outra vaga, que é direito do aliado, o PMDB. Diante disso, Reginaldo está fora da disputa majoritária. O outro lugar de candidato ao Senado, na coligação, seria reservado ao atual presidente da Assembleia Legislativa, deputado Adaldever Lopes do PMDB. A frente ampla PT/PMDB precisa dos minutos de tevê para se viabilizar na eleição. Tudo certo até ela voltar. Com sua insistência em concorrer, Dilma ameaça a eleição do deputado. Com isto, paralisou as negociações para manter a aliança entre os dois partidos e levou Adaldever ao rompimento. Como resposta à falseta dos petistas o líder emedebista abriu o processo de impeachment do governador, acusado de improbidade administrativa. Não era um processo para valer, mas deu para incomodar e causar problemas: Pimentel terá que se explicar durante a campanha. Não bastasse a ex-presidente desarrumar a casa, a pré-candidatura a presidente da República de outro mineiro, o ministro aposentado do STF Joaquim Barbosa, natural de Paracatu, reacende mais uma força eleitoral que pode ameaçar o segundo mandato do atual governador. Apresentado pelo PSB, Barbosa, muito bem colocado nas pesquisas nacionais, converte-se num puxador de votos para o ex-prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, que era considerado um pré-candidato fora do páreo. Vingando a candidatura do ministro, o nome de Lacerda pega uma carona poderosa que pode se converter numa catapulta e balançar o coreto dos nomes estabelecidos. São eles, o do ex-governador e atual senador Antônio Anastasia e do próprio Fernando Pimentel, que vê sua reeleição se desidratar com a perda do apoio da parcela ortodoxa do MDB. Mas há outro impedimento no ar: O MDB não está inteiramente unido. O deputado Rodrigo Pacheco, ex-PMDB que se passou para o Democratas (DEM) é apontado como pré-candidato ao governo do Estado, levando consigo os descontentes com o autoritarismo dos chefões dos grandes partidos, Newton e Aécio, juntando à essas dissidências do MDN e do PSDB o charme de sua imagem de novidade, uma cara nova num ambiente dominado por medalhões. Seria uma versão mineira do efeito João Dória. O PMDB, liderado pelo ex-governador Newton Cardoso, aliado fiel do governador Fernando Pimentel, foi perdoado por seguir a linha nacional votando pelo impeachment da então presidente. Agora não quer nem ouvir falar dela, mas não pelos mesmos motivos que votaram contra seu afastamento, mas porque ela pode atrapalhar ou mesmo impedir o partido de fazer um senador. Cardoso teme Dilma no pleito. Essa posição se explica porque, segundo z ECONOMIA │ POLÍTICA │ ESPORTES │ HUMOR │ CULTURA 23
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