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competições no Minas Tênis Clube e artista<br />
plástica que brilhava entre as alunas<br />
do grande pintor Guignard.<br />
Atualmente ela tem um blog, o que<br />
tornou fácil o contato. Solicitei, inicialmente,<br />
um pequeno resumo da sua vitoriosa<br />
trajetória, como uma referência<br />
para a entrevista que seria realizada dias<br />
depois. Ela enviou um depoimento tão<br />
agradável e emocionante que decidimos,<br />
publicar o seu texto. A entrevista foi esquecida<br />
e, então, assino apenas esses<br />
três parágrafos.<br />
Segue, abaixo, o seu relato.<br />
UMA TRAJETÓRIA DE CORAGEM<br />
E ENFRENTAMENTO,<br />
SEM PERDER A TERNURA<br />
Iniciei minha carreira fazendo o primeiro<br />
Curso Prático de Jornalismo que<br />
foi realizado em Belo Horizonte pelo jornal<br />
O Diário. Eu tinha apenas o diploma de<br />
professora primária e a maioria dos candidatos<br />
era composta de rapazes que já<br />
cursavam um curso superior, como Engenharia,<br />
Arquitetura, Direito, pois não havia<br />
formação universitária em jornalismo, naquela<br />
época. Ao final do curso, em 1959,<br />
eu fui convidada para ser a oradora da<br />
turma, o que muito me honrou. Sob a direção<br />
do Sr. Ennius Marcus de Oliveira<br />
Santos, o curso de jornalismo teve como<br />
professores os srs. José Mendonça, Oscar<br />
Mendes, João Etienne Filho, Frei Martinho<br />
Penido Bournier e o sr. Milton Amado.<br />
Com o diploma na mão, pedi para ingressar<br />
no Diário de Minas. Recebida por<br />
Dona Geni Negrão de Lima (NR: esposa<br />
do proprietário, Otacílio Negrão de<br />
Lima), manifestei meu desejo de atuar<br />
na Coluna Feminina, pois o Estado de<br />
Minas já tinha uma, dirigida por Anna<br />
Marina Siqueira.<br />
JORNALISMO E PINTURA<br />
Logo que iniciei no jornal, descobriram<br />
que eu estava, também, fazendo curso<br />
de pintura com Alberto da Veiga Guignard,<br />
o que me gerou o convite para escrever<br />
uma coluna sobre Arte, especialmente<br />
reportagens das exposições mensais<br />
dos alunos de Guignard, das quais<br />
participei duas vezes, apenas. Responsável,<br />
então, pelo Jornal de Arte, que<br />
assinava com o pseudônimo Karina, decidi<br />
me de di car exclusivamente ao jornalismo,<br />
abdicando da carreira artística.<br />
Atuei como cronista literária da rádio<br />
Itatiaia, durante três anos e também<br />
das revistas Alterosa, Comércio & Indústria<br />
e Silhueta.<br />
Meu pai se preocupava com a possibilidade<br />
de eu ser dominada ou discriminada<br />
pelo provável machismo dos colegas<br />
homens. Eu prometi a ele que nunca deixaria<br />
isso acontecer. E assim se cumpriu<br />
minha carreira. Sabia me posicionar, expondo<br />
ideias e mantendo bom-humor e<br />
respeito junto aos colegas.<br />
O chefe do meu setor era Affonso Romano<br />
de Sant’Anna, e o diagramador era<br />
o desenhista Eduardo de Paula. Coordenando<br />
o Caderno Feminino, eu convidei<br />
Júnia Marise e Nilza Helena para serem<br />
minhas colaboradoras no Diário de Minas.<br />
Trabalhávamos à tarde e era costume<br />
meu, do Afonso e do Eduardo, sair para<br />
fazer um lanche e, assim, nos tornamos<br />
muito amigos.<br />
Eu nunca participei dos programas de bar<br />
que os colegas faziam, na Rua da Bahia!<br />
GRANDES AMIGOS<br />
Fui amiga de Ênio Fonseca, Alcindo Ribeiro,<br />
Fernando Gabeira, Dídimo de Paiva,<br />
Hélio Adami, Urias Botelho, Januário e<br />
z<br />
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