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ANIVERSÁRIO<br />
MUNDO PACÍFICO<br />
PAULO SOLMUCCI<br />
Na manhã deste domingo, dia 6 de<br />
maio, Pacífico Mascarenhas será<br />
homenageado, no primeiro andar<br />
da sede do Minas I, com a reedição de<br />
um dos eventos que mais marcaram as<br />
tradições do clube, entre as décadas de<br />
1930 e de 1960.<br />
É um encontro de amigos e amigas<br />
em torno da música, que nos anos 1950<br />
foi apelidado de Missa Dançante, porque<br />
se iniciava logo depois da missa dominical<br />
da igreja de Lourdes. A sua reedição<br />
ocorrerá dentro da mesma faixa de horário<br />
em que transcorria nos tempos passados,<br />
isto é, das 11h às 13h.<br />
Além do sarau dançante, a programação<br />
de domingo inclui autógrafos do livro<br />
‘A turma da Savassi…que virou nome<br />
de bairro’, escrito pelo jornalista, escritor<br />
e compositor Jorge Fernando dos Santos.<br />
Pacífico é o personagem central, o<br />
fio condutor.<br />
Posteriormente ao Missa Dançante e<br />
aos autógrafos do livro, o público presente<br />
tem a opção do almoço no restaurante<br />
do clube, com a possibilidade de estender<br />
a grande reunião até o entardecer.<br />
Mas, afinal, quem é esse personagem<br />
nuclear do livro? Pois, o Pacífico é um<br />
dos precursores nacionais da Bossa<br />
Nova e amigo do violonista e cantor João<br />
Gilberto desde 1956. Foi quando se conheceram<br />
em Diamantina, terra natal de<br />
Juscelino Kubitschek.<br />
Em janeiro daquele ano, o diamantinense<br />
JK havia assumido a presidência<br />
da República, com o lema governamental<br />
de ‘cinquenta anos em cinco’.<br />
Em 1958, portanto dois anos depois<br />
do encontro com Pacífico, João Gilberto<br />
lançou a sua maravilhosa criação da batida<br />
diferente da Bossa Nova com a música<br />
‘Chega de Saudade’, composição de<br />
Tom Jobim e Vinicius de Moraes.<br />
Conheci e convivi diariamente com o<br />
Pacífico no Minas Tênis Clube, uma vez<br />
que administrei um dos restaurantes<br />
dessa agremiação social durante anos.<br />
Que maravilha ouviras narrativas dele.<br />
Pacífico inscreveu-se na história do clube<br />
como o seu mais longevo diretor social, comandando<br />
a gestão da área durante três<br />
décadas, isto é, de 1987 a 2016. Nas nossas<br />
prosas, recolhi conhecimentos que vinham<br />
de um tempo anterior à minha geração,<br />
aprendendo muito sobre a vida mineira e<br />
brasileira nos anos dourados da era JK.<br />
Pacífico é reconhecido como um dos edificadores<br />
da Música Popular Brasileira. Carrega<br />
em si dois atributos excepcionais: o de<br />
um grande músico e o de um gentilíssimo<br />
ser humano, admirado por todos que já o<br />
conheceram, entre os quais figuram ídolos<br />
da MPB e, particularmente, da Bossa Nova.<br />
O AMIGO MAIS CERTO DAS HORAS INCERTAS.<br />
Mais do que unicamente levar sua obra<br />
ao público, por meio dos shows e do lançamento<br />
de uma série de discos, ele revelou-se<br />
o amigo mais certo das horas<br />
incertas de um extenso rol de artistas<br />
que iniciavam a carreira, como, por<br />
exemplo, o Milton Nascimento dos anos<br />
1960, quando estava recém-chegado a<br />
Belo Horizonte, vindo de Três Pontas.<br />
Há, na trajetória de Pacífico, casos<br />
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MAIO DE <strong>2018</strong> • MATERIAPRIMAREVISTA.COM.BR