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Matéria Prima 100 - Maio 2018

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ANIVERSÁRIO<br />

MUNDO PACÍFICO<br />

PAULO SOLMUCCI<br />

Na manhã deste domingo, dia 6 de<br />

maio, Pacífico Mascarenhas será<br />

homenageado, no primeiro andar<br />

da sede do Minas I, com a reedição de<br />

um dos eventos que mais marcaram as<br />

tradições do clube, entre as décadas de<br />

1930 e de 1960.<br />

É um encontro de amigos e amigas<br />

em torno da música, que nos anos 1950<br />

foi apelidado de Missa Dançante, porque<br />

se iniciava logo depois da missa dominical<br />

da igreja de Lourdes. A sua reedição<br />

ocorrerá dentro da mesma faixa de horário<br />

em que transcorria nos tempos passados,<br />

isto é, das 11h às 13h.<br />

Além do sarau dançante, a programação<br />

de domingo inclui autógrafos do livro<br />

‘A turma da Savassi…que virou nome<br />

de bairro’, escrito pelo jornalista, escritor<br />

e compositor Jorge Fernando dos Santos.<br />

Pacífico é o personagem central, o<br />

fio condutor.<br />

Posteriormente ao Missa Dançante e<br />

aos autógrafos do livro, o público presente<br />

tem a opção do almoço no restaurante<br />

do clube, com a possibilidade de estender<br />

a grande reunião até o entardecer.<br />

Mas, afinal, quem é esse personagem<br />

nuclear do livro? Pois, o Pacífico é um<br />

dos precursores nacionais da Bossa<br />

Nova e amigo do violonista e cantor João<br />

Gilberto desde 1956. Foi quando se conheceram<br />

em Diamantina, terra natal de<br />

Juscelino Kubitschek.<br />

Em janeiro daquele ano, o diamantinense<br />

JK havia assumido a presidência<br />

da República, com o lema governamental<br />

de ‘cinquenta anos em cinco’.<br />

Em 1958, portanto dois anos depois<br />

do encontro com Pacífico, João Gilberto<br />

lançou a sua maravilhosa criação da batida<br />

diferente da Bossa Nova com a música<br />

‘Chega de Saudade’, composição de<br />

Tom Jobim e Vinicius de Moraes.<br />

Conheci e convivi diariamente com o<br />

Pacífico no Minas Tênis Clube, uma vez<br />

que administrei um dos restaurantes<br />

dessa agremiação social durante anos.<br />

Que maravilha ouviras narrativas dele.<br />

Pacífico inscreveu-se na história do clube<br />

como o seu mais longevo diretor social, comandando<br />

a gestão da área durante três<br />

décadas, isto é, de 1987 a 2016. Nas nossas<br />

prosas, recolhi conhecimentos que vinham<br />

de um tempo anterior à minha geração,<br />

aprendendo muito sobre a vida mineira e<br />

brasileira nos anos dourados da era JK.<br />

Pacífico é reconhecido como um dos edificadores<br />

da Música Popular Brasileira. Carrega<br />

em si dois atributos excepcionais: o de<br />

um grande músico e o de um gentilíssimo<br />

ser humano, admirado por todos que já o<br />

conheceram, entre os quais figuram ídolos<br />

da MPB e, particularmente, da Bossa Nova.<br />

O AMIGO MAIS CERTO DAS HORAS INCERTAS.<br />

Mais do que unicamente levar sua obra<br />

ao público, por meio dos shows e do lançamento<br />

de uma série de discos, ele revelou-se<br />

o amigo mais certo das horas<br />

incertas de um extenso rol de artistas<br />

que iniciavam a carreira, como, por<br />

exemplo, o Milton Nascimento dos anos<br />

1960, quando estava recém-chegado a<br />

Belo Horizonte, vindo de Três Pontas.<br />

Há, na trajetória de Pacífico, casos<br />

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MAIO DE <strong>2018</strong> • MATERIAPRIMAREVISTA.COM.BR

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