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Matéria Prima 100 - Maio 2018

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as pesquisas eleitorais qualitativas, a expresidente<br />

amplia sua captação de votos<br />

além dos limites do PT, tirando votos do<br />

candidato do PMDB no eleitorado flutuante.<br />

Por outro lado, o aspirante petista, Reginaldo<br />

Lopes, seria um parceiro de coligação<br />

mais adequado aos emedebistas,<br />

pois seu eleitorado não ultrapassaria as<br />

fronteiras petistas. Ou seja: Adaldever contava<br />

com um eleitorado independente, não<br />

petista, que agora estaria migrando para<br />

Dilma Rousseff.<br />

Isto tudo porque os situacionistas, em<br />

Minas, acreditam que os tucanos terão<br />

uma vaga no Senado. Ainda não se descarta<br />

inteiramente a candidatura do senador<br />

Aécio Neves, que não obstante seja<br />

espinafrado na mídia e nos conchavos,<br />

ainda bom de voto, segundo revelam pesquisas.<br />

Teve 23 por cento na última tomada<br />

de opinião do Paraná Pesquisas.<br />

Com isto, estaria de volta a Brasília.<br />

Uma cena surrealista: os arquirrivais<br />

Aécio e Dilma sentados lado a lado na<br />

bancada do Senado Federal desfrutando<br />

as mesmas legislaturas.<br />

Quatro anos antes, um derrubou o outro:<br />

Dilma bateu Aécio nas urnas e ele tirou<br />

a rival do Planalto no tapetão.<br />

A volta de Dilma à sua Minas Gerais<br />

nativa é um desdobramento das vicissitudes<br />

na carreira da ex-presidente na política<br />

regional gaúcha. Numa pesquisa de opinião,<br />

Dilma apresentou um índice de rejeição<br />

de 45% no Rio Grande do Sul. Para<br />

alegria dos petistas, ela pegou a mochila<br />

e partiu para cantar noutra freguesia.<br />

No Rio Grande do Sul, ela nunca foi<br />

considerada petista nata. Foi um quadro<br />

de proa do PDT de Leonel Brizola. Participou<br />

com destaque dos governos pedetistas<br />

e foi chefe da Fundação de Economia<br />

e Estatística do PDT, o instituto de<br />

estudos dos partidos, ou seja, Dilma era<br />

ideóloga do trabalhismo ressuscitado depois<br />

da redemocratização.<br />

Na capital gaúcha, foi secretária da Fazenda<br />

do município de Porto Alegre, na<br />

gestão do ex-prefeito pedetista Alceu Collares,<br />

entre 1986 e 1988, no mandato tampão<br />

em que as capitais recuperaram sua<br />

autonomia política. Três anos depois, com<br />

a vitória dos brizolistas, Dilma voltou ao<br />

governo como secretária de Minas e Energia<br />

do mesmo Alceu Collares, ocupando<br />

a pasta até 1994.<br />

Em 1999, indicada pelo PDT, integrou o<br />

governo do petista Olívio Dutra, ainda<br />

como secretária de Minas e Energia. Em<br />

1991 ela liderou uma dissidência no pedetismo,<br />

que não aceitou no rompimento<br />

com o governo do PT, aderindo ao partido<br />

de Luiz Inácio Lula da Silva. Aí começou<br />

nova trajetória, que a levou à presidência<br />

da República em 2010.<br />

Esse rompimento com Brizola, entretanto<br />

não lhe rendeu uma boa acolhida<br />

no PT. Dilma e os demais trabalhistas foram<br />

bem recebidos no PT nacional, onde<br />

ela se reencontrou na trincheira com antigos<br />

companheiros da luta armada. No Rio<br />

Grande as feridas dos embates entre brizolistas<br />

e petistas não cicatrizaram. Até<br />

hoje, por isto voltou para Minas Gerais.<br />

Depois do impeachment, Dilma ainda<br />

espanava o pó de seu apartamento no<br />

aprazível bairro de Vila Assunção, às margens<br />

do majestoso rio Guaíba, na Zona<br />

Sul de Porto Alegre, percebeu que não<br />

era bem-vinda e já viu os dentes arreganhados<br />

dos petistas rosnando para ela.<br />

Apenas seu antigo chefe abriu-lhe os braços,<br />

o ex-governador Olívio Dutra, líder de<br />

uma corrente à esquerda do rival da expresidente,<br />

o ex-ministro e ex-governador<br />

Tarso Genro.<br />

O ex-governador Alceu Collares e outros<br />

remanescentes do trabalhismo pré-1964<br />

24<br />

MAIO DE <strong>2018</strong> • MATERIAPRIMAREVISTA.COM.BR

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