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LUSITANO de <strong>Zurique</strong><br />
Publicidade<br />
”Nó Cego"<br />
livro "de culto de uma geração"<br />
Manuel Araújo<br />
A reedição do romance “Nó<br />
Cego” de Carlos Vale Ferraz,<br />
aliás, Carlos Matos Gomes<br />
nosso colaborador, foi editado<br />
pela primeira vez em<br />
1983, é tido como “livro de<br />
culto de uma geração que<br />
esteve envolvida na guerra<br />
colonial”, foi apresentado<br />
em Lisboa há dias.<br />
Acabado de chegar a com o<br />
livro a casa, sofregamente devorei<br />
algumas páginas desta<br />
magnífica obra, que nos faz<br />
recuar no tempo e mergulhar<br />
na acção.<br />
Como é hábito nos livros do<br />
Coronel Matos Gomes, quando<br />
os começamos a ler, somos<br />
transportados para outra dimensão.<br />
A descrição pormenorizada<br />
do “teatro de guerra”<br />
leva-nos até a sentir a brisa<br />
africana, o cheiro ao suor, os<br />
sons da guerra, cheiro a pólvoa<br />
e a sangue, a ouvir os<br />
gritos de dor e de raiva, as explosões<br />
e os silêncios, que nos<br />
impede de sair do enredo e de<br />
parar de ler.<br />
Com nota final, devo confessar<br />
que quando vi que a obra foi<br />
“violentada” pelo famigerado<br />
Acordo Ortográfico, fiquei triste…<br />
Não havia necessidade.