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Lusitano Zurique - nº 243 & 244

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6<br />

LUSITANO de <strong>Zurique</strong><br />

“Aqui a gente é mais<br />

humana”<br />

Patrick Eberhard em um dos seus locais favoritos em Lisboa: o Miradouro da Graça, com a vista para o Castelo de São Jorge ao<br />

fundo. (swissinfo.ch)<br />

Alexander Thoele (*)<br />

Lisboa<br />

Um suíço passa<br />

a infância e<br />

adolescência<br />

em Portugal e<br />

retorna à terra<br />

dos pais para<br />

estudar. Uma<br />

mudança profissional<br />

leva-o a<br />

retornar ao país,<br />

que hoje vive um<br />

boom econômico<br />

sem precedentes.<br />

Patrick<br />

Eberhard é um<br />

representante<br />

clássico das novas<br />

gerações,<br />

que vivem com<br />

os pés entre os<br />

dois países.<br />

O bonde 28, ou "elétrico"<br />

como falam os portugueses,<br />

vai subindo as ruas íngremes<br />

da Graça. Esse tradicional<br />

bairro de Lisboa foi construído<br />

sem plano urbanístico e se<br />

destaca pelas inúmeras vilas<br />

operárias, largos, miradouros,<br />

onde vive uma população muito<br />

diversificada, de portugueses<br />

e migrantes. É onde vive<br />

Patrick Eberhard, presidente<br />

da Sociedade Suíça de Lisboa<br />

e mais um dos estrangeiros<br />

que chegou em Portugal nos<br />

últimos anos.<br />

Ao cumprimentar o seu interlocutor<br />

em um café do bairro,<br />

ele mostra que se sente em<br />

casa. "Por favor, um galão<br />

para mim e uma bica para o<br />

meu amigo", pede gentilmente<br />

ao garçom e acrescenta.<br />

"Esse lugar é muito giro,<br />

não?", em perfeito sotaque<br />

lisboeta. O domínio perfeito<br />

do português é graças à sua<br />

história familiar. Nascido em<br />

1980 em <strong>Zurique</strong>, seu pai vivia<br />

no Irã, onde trabalhava<br />

para uma multinacional suíça.<br />

Depois da Revolução Islâmica,<br />

foi transferido para Lisboa<br />

e levou sua família consigo.<br />

"Chegamos em 1983 em Portugal",<br />

lembra-se o suíço.<br />

Sua vida decorreu como a de<br />

muitos expatriados naquela<br />

época. Patrick frequentou a<br />

Escola Alemã para não perder<br />

o contato com a pátria<br />

distante, mas frequentava os<br />

amigos portugueses e ia à<br />

praia nos finais de semana.<br />

Ao concluir o ensino em 1998,<br />

se candidatou para trabalhar<br />

no estande da Suíça na Exposição<br />

Mundial, que decorria<br />

no mesmo ano sob o lema "Os<br />

oceanos: um património para<br />

o futuro". Durante quatro meses<br />

ele explicou aos visitantes<br />

porque seu país natal estava

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