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LUSITANO de <strong>Zurique</strong><br />
“Aqui a gente é mais<br />
humana”<br />
Patrick Eberhard em um dos seus locais favoritos em Lisboa: o Miradouro da Graça, com a vista para o Castelo de São Jorge ao<br />
fundo. (swissinfo.ch)<br />
Alexander Thoele (*)<br />
Lisboa<br />
Um suíço passa<br />
a infância e<br />
adolescência<br />
em Portugal e<br />
retorna à terra<br />
dos pais para<br />
estudar. Uma<br />
mudança profissional<br />
leva-o a<br />
retornar ao país,<br />
que hoje vive um<br />
boom econômico<br />
sem precedentes.<br />
Patrick<br />
Eberhard é um<br />
representante<br />
clássico das novas<br />
gerações,<br />
que vivem com<br />
os pés entre os<br />
dois países.<br />
O bonde 28, ou "elétrico"<br />
como falam os portugueses,<br />
vai subindo as ruas íngremes<br />
da Graça. Esse tradicional<br />
bairro de Lisboa foi construído<br />
sem plano urbanístico e se<br />
destaca pelas inúmeras vilas<br />
operárias, largos, miradouros,<br />
onde vive uma população muito<br />
diversificada, de portugueses<br />
e migrantes. É onde vive<br />
Patrick Eberhard, presidente<br />
da Sociedade Suíça de Lisboa<br />
e mais um dos estrangeiros<br />
que chegou em Portugal nos<br />
últimos anos.<br />
Ao cumprimentar o seu interlocutor<br />
em um café do bairro,<br />
ele mostra que se sente em<br />
casa. "Por favor, um galão<br />
para mim e uma bica para o<br />
meu amigo", pede gentilmente<br />
ao garçom e acrescenta.<br />
"Esse lugar é muito giro,<br />
não?", em perfeito sotaque<br />
lisboeta. O domínio perfeito<br />
do português é graças à sua<br />
história familiar. Nascido em<br />
1980 em <strong>Zurique</strong>, seu pai vivia<br />
no Irã, onde trabalhava<br />
para uma multinacional suíça.<br />
Depois da Revolução Islâmica,<br />
foi transferido para Lisboa<br />
e levou sua família consigo.<br />
"Chegamos em 1983 em Portugal",<br />
lembra-se o suíço.<br />
Sua vida decorreu como a de<br />
muitos expatriados naquela<br />
época. Patrick frequentou a<br />
Escola Alemã para não perder<br />
o contato com a pátria<br />
distante, mas frequentava os<br />
amigos portugueses e ia à<br />
praia nos finais de semana.<br />
Ao concluir o ensino em 1998,<br />
se candidatou para trabalhar<br />
no estande da Suíça na Exposição<br />
Mundial, que decorria<br />
no mesmo ano sob o lema "Os<br />
oceanos: um património para<br />
o futuro". Durante quatro meses<br />
ele explicou aos visitantes<br />
porque seu país natal estava