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AGENDA DE PROPOSTAS PARA A INFRAESTRUTURA 2018

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<strong>PROPOSTAS</strong> SETORIAIS<br />

RECURSOS HÍDRICOS<br />

AVANÇAR NA <strong>DE</strong>SPOLUIÇÃO E NO<br />

REAPROVEITAMENTO DA ÁGUA<br />

Expressões como crise hídrica e racionamento<br />

de água têm estado mais presentes<br />

no vocabulário dos brasileiros nos<br />

últimos anos – e com motivos. Entre 2013<br />

e 2017, dos 5.570 municípios brasileiros,<br />

2.706 (48,6%) foram afetados por secas. 4<br />

Nos últimos anos, a crise hídrica tem apenas<br />

mudado de lugar no país. Esteve no<br />

Sul em 2012, quando também atingiu<br />

com severidade a Região Nordeste, onde<br />

permanece até hoje. Passou pelos estados<br />

do Sudeste entre 2014 e 2015 e do Centro-Oeste<br />

entre 2016 e <strong>2018</strong>.<br />

O Brasil detém mais de 10% das reservas<br />

globais de água doce superficial, sem<br />

contar os reservatórios subterrâneos. Entretanto,<br />

o país enfrenta desafios no gerenciamento<br />

dos recursos hídricos, como<br />

adaptação às mudanças climáticas, universalização<br />

dos serviços de saneamento<br />

básico, ampliação dos investimentos, ganhos<br />

de eficiência operacional nos serviços<br />

de água e esgoto, despoluição de rios<br />

e represas e preservação de nascentes.<br />

A gestão, desde o planejamento das<br />

políticas até o compartilhamento da água<br />

entre diversos usuários e finalidades, tem<br />

evoluído no Brasil, sobretudo desde a sanção<br />

da Lei 9.433/1997. Os instrumentos<br />

trazidos pela lei tiveram os seguintes objetivos:<br />

organizar a articulação entre os diversos<br />

entes públicos quanto ao uso e<br />

conscientizar a respeito da necessidade de<br />

investir em preservação e recuperação de<br />

mananciais, rios e reservatórios. O legado<br />

é positivo considerando o nível de organização<br />

institucional então existente, mas<br />

ainda tímido dado o passivo e as lacunas<br />

ainda a serem enfrentados.<br />

Por isso, é fundamental que mais esforços<br />

sejam empreendidos para construir<br />

uma infraestrutura mais resiliente e fortalecer<br />

a gestão integrada nos recursos hídricos<br />

para garantir segurança hídrica<br />

para a vida humana e animal, para a produção<br />

de alimentos e para o setor produtivo.<br />

O planejamento dos investimentos<br />

destinados a aumentar a disponibilidade<br />

hídrica e a tornar a infraestrutura mais<br />

resiliente precisa começar considerar projetos<br />

de despoluição dos mananciais nos<br />

centros urbanos.<br />

Universalizar o saneamento básico é a<br />

diretriz principal para ampliar a disponibilidade<br />

hídrica nos centros urbanos. Mas<br />

a solução passa também por outras diretrizes:<br />

ampliar o consumo consciente; promover<br />

investimentos em preservação e<br />

despoluição de recursos hídricos; e incentivar<br />

o processo de inovação tecnológica<br />

no setor. É fundamental também adotar<br />

esforços para disseminar o investimento<br />

em reúso de água. Menos de 0,1% da<br />

água produzida no Brasil é proveniente de<br />

reúso, contra 30% em Cingapura.<br />

Dar prioridade para projetos locais estruturantes<br />

de despoluição de mananciais<br />

e rios, com soluções que tenham<br />

sustentabilidade econômica e financeira<br />

para que perdurem no longo prazo.<br />

Ampliar o alcance do Programa de Despoluição<br />

de Bacias Hidrográficas (Prodes),<br />

lançado em 2001 pela Agência<br />

Nacional de Águas (ANA), também conhecido<br />

como “programa de compra de<br />

esgoto tratado”. O programa paga pelo<br />

esgoto efetivamente tratado, desde que<br />

cumpridas condições previstas em contrato<br />

(metas de remoção de carga poluidora),<br />

em vez de financiar obras ou equi-<br />

4. Perfil dos Municípios Brasileiros (Munic) 2017. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).<br />

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