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me engana que eu gosto

E a corrupção se torna patrimônio cultural da população de uma cidade chamada Lindópolis. O jeitinho, o pequeno delito, pecados perdoáveis e uma ampla rede de fofocas e intrigas fazem parte do cotidiano dos moradores. Tudo é muito dinâmico e tendencioso, onde um fato se desdobra antes mesmo de acontecer. A população mostra em cada acontecimento social e cada fato do cotidiano uma grande degradação, até mesmo folclórica do caráter. A influência da mídia enganosa dominando moralmente a população e exercendo um poder paralelo na ingenuidade do povo.

E a corrupção se torna patrimônio cultural da população de uma cidade chamada Lindópolis. O jeitinho, o pequeno delito, pecados perdoáveis e uma ampla rede de fofocas e intrigas fazem parte do cotidiano dos moradores. Tudo é muito dinâmico e tendencioso, onde um fato se desdobra antes mesmo de acontecer.
A população mostra em cada acontecimento social e cada fato do cotidiano uma grande degradação, até mesmo folclórica do caráter.
A influência da mídia enganosa dominando moralmente a população e exercendo um poder paralelo na ingenuidade do povo.

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Me Engana Que <strong>eu</strong> Gosto<br />

- Não quis pagar para os donos das casas então nada feito.<br />

Eleição é um mês pra se ganhar dinheiro! Nós pechinchamos com ele<br />

ainda por cima! Oferecemos Cem Conto pra cada casa, e só<br />

pegávamos Cinco Contos ou até uns Vinte pra gente de cada Cem. As<br />

pessoas não <strong>que</strong>rem saber de proposta nem pro<strong>me</strong>ssa nenhuma, foto<br />

bonita nem nada. Querem é saber o <strong>que</strong> o sujeito vai dar pra elas em<br />

troca do voto, do espaço no muro, no carro e até pra usar a camiseta e<br />

boné. Libório veio com esse papo de mudança, de renovar, de cobrar<br />

da prefeitura...as pessoas nem sabem o <strong>que</strong> é isso, mas qual<strong>que</strong>r Cem<br />

Conto a conversa já muda! Pra gastar no bordel de Dona Flor ele<br />

gasta! Vai lá e se esbanja com a Tieta Morena!<br />

- Ah essa Tieta né? Que pedaço de picanha! - Suspirou<br />

Ernesto, dono do boteco. Um sujeito <strong>que</strong> veio pra Lindópolis<br />

perseguido da guerrilha Cubana. Branco, barba, cabeleira, quarenta e<br />

oito, muita história, mas aqui já se arraigou. Pacato, machista e<br />

co<strong>me</strong>rciante.<br />

- E sem o Libório saber, imagino. - Cortou Jeremias,<br />

demonstrando interesse no assunto.<br />

- Claro! Afinal político nenhum vale nada! Mês da eleição é<br />

hora de ganhar dinheiro desse povo! Já vão nos roubar por quatro<br />

anos <strong>me</strong>smo.<br />

- E você votou em <strong>que</strong>m Jeremias?<br />

- Mourão é claro!<br />

- Votou não! A mulher dele também não votou nele <strong>que</strong> <strong>eu</strong><br />

sei. Ouvi uma fofoca na padaria hoje cedo. Dizem <strong>que</strong> ele teve só o<br />

voto dele. Conta a verdade vá...<br />

E mais risos das pessoas no bar do Ernesto, tradicional<br />

co<strong>me</strong>rciante da cidade.<br />

- Mas nunca saberão <strong>que</strong>m votou nele. Vai <strong>que</strong> <strong>eu</strong> votei e ele<br />

próprio não votou? Então não pode <strong>me</strong> cobrar nada.<br />

- Nossa, <strong>eu</strong> não tinha pensado por esse lado!<br />

- Puxa Jeremias como você é inteligente!<br />

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