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me engana que eu gosto

E a corrupção se torna patrimônio cultural da população de uma cidade chamada Lindópolis. O jeitinho, o pequeno delito, pecados perdoáveis e uma ampla rede de fofocas e intrigas fazem parte do cotidiano dos moradores. Tudo é muito dinâmico e tendencioso, onde um fato se desdobra antes mesmo de acontecer. A população mostra em cada acontecimento social e cada fato do cotidiano uma grande degradação, até mesmo folclórica do caráter. A influência da mídia enganosa dominando moralmente a população e exercendo um poder paralelo na ingenuidade do povo.

E a corrupção se torna patrimônio cultural da população de uma cidade chamada Lindópolis. O jeitinho, o pequeno delito, pecados perdoáveis e uma ampla rede de fofocas e intrigas fazem parte do cotidiano dos moradores. Tudo é muito dinâmico e tendencioso, onde um fato se desdobra antes mesmo de acontecer.
A população mostra em cada acontecimento social e cada fato do cotidiano uma grande degradação, até mesmo folclórica do caráter.
A influência da mídia enganosa dominando moralmente a população e exercendo um poder paralelo na ingenuidade do povo.

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Me Engana Que <strong>eu</strong> Gosto<br />

veio até Lindópolis a <strong>me</strong>u pedido. Que em dez minutos vamos passar<br />

perto do bar. Avise principal<strong>me</strong>nte ao Ernesto. Avise todo mundo.<br />

Mas tem <strong>que</strong> ser rápido!<br />

- Você não vale nada cobra velha. Rá rá rá rá!<br />

- O sucesso não se alcança sem um jeitinho. Ninguém sobe na<br />

vida sem fazer alguma malandragem.<br />

Caminhando pela rua, pouco tempo depois, a caminho da casa<br />

de Jeremias, e eis <strong>que</strong> vem a mulher de Ernesto, arrastando a dupla<br />

de celebridades para o bar de Lindópolis. Havia preparado uma<br />

grande variedade de salgados e tira-<strong>gosto</strong> para impressionar à ilustre<br />

visita.<br />

- Que honra recebê-lo aqui em <strong>me</strong>u estabeleci<strong>me</strong>nto!<br />

Jeremias podia ter trazido o senhor aqui é muito antes.<br />

- Ora Ernesto, deixe ele entrar pelo <strong>me</strong>nos. Você nunca <strong>me</strong><br />

chama com tanta alegria quando passo aqui.<br />

- Deixe de bobeira Jeremias, sabe <strong>que</strong> é <strong>me</strong>u <strong>me</strong>lhor cliente!<br />

Aliás além de <strong>me</strong>lhor cliente é um grande amigo.<br />

- Estou vendo. - pensou Jeremias, na verdade já se sentindo<br />

uma celebridade e sentindo prazeres corporais <strong>que</strong> nunca havia<br />

sentido antes.<br />

Eu nunca consegui entender como os seres humanos ficam<br />

idiotas quando de alguma maneira são sub<strong>me</strong>tidos a algum tipo de<br />

fama ou aspiração de reconheci<strong>me</strong>nto. Passam a achar <strong>que</strong> o ar <strong>que</strong><br />

estão respirando é <strong>me</strong>lhor <strong>que</strong> o dos demais humanos ao redor ou <strong>que</strong><br />

suas bundas não fedem. Esse senti<strong>me</strong>nto de engrandeci<strong>me</strong>nto de<br />

carne <strong>que</strong> quando morre vira comida de minhocas é o <strong>que</strong> dá sentido<br />

a uma sociedade desigual, preconceituosa, falsa, pecaminosa e<br />

interesseira. Bom...<br />

- Preparamos todos esses petiscos para o senhor. É tudo por<br />

conta da casa senhor Augusto Trivelim.<br />

Os olhos de Jeremias pularam do rosto tosco! Todas a<strong>que</strong>las<br />

iguarias, de graça. Logo pensou <strong>que</strong> Ernesto era um mão-de-vaca <strong>que</strong><br />

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