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Revista VOI 162

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editorial<br />

Fome<br />

de arte<br />

www.revistavoi.com.br abril 2019<br />

Celular<br />

não é vilão<br />

Família pode usar<br />

tecnologia para se<br />

aproximar<br />

Cristiane<br />

Machado<br />

casei-me com um homem que quis me matar. Espero<br />

virar essa página e transformar essa dor em<br />

algo que possa ajudar outras mulheres<br />

Saído<br />

das telas<br />

Galaxie 500 chama<br />

atenção como<br />

viatura americana<br />

#Turismo<br />

Barcelona<br />

Um passeio pela cidade<br />

que oferece muito de<br />

tudo: gastronomia de<br />

primeira, diversão e<br />

arte<br />

9 772179 291107 291046 0 2<br />

A atriz Cristiane Machado brilha na capa<br />

desta edição. A foto é de Carlo Locatelli<br />

A<br />

té o dia sete de abril a cidade respirava cultura. O fim do Festival de Curitiba, que<br />

trouxe 1700 apresentações, deixa na capital uma vontade insaciável de arte. Os<br />

movimentos teatrais que nos fizeram vibrar se despediram aos poucos, transformando-se<br />

em experiências inesquecíveis.<br />

Ao todo foram 400 espetáculos, com 40 atrações internacionais. O dia de<br />

abertura do festival foi inaugurado com uma das mais emblemáticas dessas peças: Celui qui<br />

Tombe. Em português, “Aquele que Cai”. A<br />

trupe francesa de performance trouxe ao Brasil<br />

uma grande plataforma giratória. Em cima dela,<br />

cinco atores tentavam se equilibrar e um outro,<br />

do lado de fora, controlava os movimentos do<br />

tablado. O espetáculo era uma verdadeira fábula<br />

sobre a vida e as suas quedas.<br />

O diretor da montagem, Yoann Bourgeois,<br />

quando aceitou o convite de vir a<br />

Curitiba talvez não soubesse que aqui no<br />

Brasil nos autodenominamos de “aqueles<br />

que nunca desistem”. Muito provavelmente<br />

também desconheça a maioria dos episódios de nossa crise política. E muito menos já ouviu<br />

falar sobre a cultura do ‘’jeitinho’’. Mas nós sabemos de tudo isso.<br />

E por nos autoconhecermos, a performance caiu como uma luva. Por mais de quatro<br />

minutos a plateia não hesitava em bater calorosas palmas aos atores. O motivo? A poética<br />

refletia sobre os desafios de se viver em coletivo. A temática funcionou como um ímã<br />

de brasileiros. Afinal, se a união faz a força, num país bipolarizado ainda estamos muito<br />

fracos. Sem exclamar uma fala se quer, os artistas deram uma lição de sobrevivência em<br />

grupo. A ausência de um significado definitivo abriu espaço para a imaginação. Curitiba<br />

parou para pensar. Ainda sem digerirmos tudo o que foi visto, a cidade já sente fome de<br />

arte.<br />

Talita Laurino<br />

Redação <strong>Revista</strong> VOi<br />

O fim do Festival de<br />

Curitiba deixa na<br />

cidade uma vontade<br />

insaciável de arte<br />

06<br />

abril 2018<br />

revistavoi.com.br

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