*Agosto/2019 - Referência Industrial 210
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ESPAÇO ABERTO<br />
A ERA DO<br />
PROFISSIONAL 4.0<br />
Produtos inovadores, que são desenvolvidos<br />
de forma automatizada, com processos<br />
otimizados que aumentam a produtividade:<br />
essa já é a realidade de muitas<br />
indústrias de todo o mundo: a indústria<br />
4.0, ou quarta revolução industrial, que engloba tecnologia<br />
de ponta e noções de Internet das Coisas, da<br />
computação em nuvem e da robótica, chegou para<br />
ficar e já coleciona adeptos.<br />
No Brasil, apesar da grande repercussão do tema,<br />
a implantação ainda é tímida, mas desafiadora. Segundo<br />
a Abdi (Agência Brasileira de Desenvolvimento<br />
<strong>Industrial</strong>), em 2018 menos de 2% das empresas<br />
estavam inseridas nesse conceito. A expectativa é<br />
que, em dez anos, pelo menos 15% já estejam seguindo<br />
essa tendência.<br />
As mudanças que acompanham todo esse processo<br />
têm impacto não só na forma de produção, mas<br />
no perfil dos profissionais inseridos (ou não) nesse<br />
mercado. A tendência é que, ao longo dos anos, pessoas<br />
com maior qualificação e diferentes habilidades<br />
ocupem mais espaço e tenham mais oportunidades<br />
de negócios.<br />
O profissional não ficará limitado a uma única<br />
função. Será preciso entender e fazer parte de todo<br />
o processo. Um líder, por exemplo, será responsável<br />
por todo o alinhamento das atividades e da produtividade<br />
da equipe, e não só pela quantidade de horas<br />
NOS PRÓXIMOS 20 ANOS<br />
MAIS DE 200 MILHÕES<br />
DE PROFISSIONAIS ESTARÃO EM<br />
FALTA PARA ATENDER A ESSAS<br />
NOVAS DEMANDAS. MAS ISSO<br />
NÃO QUER DIZER QUE ELES NÃO<br />
TERÃO OPORTUNIDADES<br />
POR<br />
MÁRCIO VIANA<br />
DIRETOR EXECUTIVO<br />
DA TOTVS CURITIBA<br />
trabalhadas, como é feito (ou era) tradicionalmente.<br />
Nos próximos 20 anos, de acordo com uma pesquisa<br />
realizada pela Roland Berger, mais de 200 milhões<br />
de profissionais estarão em falta para atender a<br />
essas novas demandas. Mas isso não quer dizer que<br />
eles não terão oportunidades.<br />
Para estar alinhado às necessidades do mercado,<br />
será preciso não só desenvolver novas competências,<br />
mas aprimorar as já existentes.<br />
Isso faz parte do processo de inovação: estar<br />
capacitado para perceber novas oportunidades e estruturar<br />
novas situações, tornando os processos mais<br />
eficazes e simplificados, com bons resultados; criar<br />
novas ideias e incorporar esse conhecimento no dia-<br />
-a-dia da empresa.<br />
Visão multidisciplinar e contínua, flexibilidade e<br />
facilidade para se adaptar às mudanças, além do foco<br />
no resultado e na produtividade, é o que se espera<br />
desse profissional 4.0.<br />
Esse desenvolvimento pode começar na vida escolar<br />
e acadêmica, focando em ensinar aos jovens assuntos<br />
relevantes para o mercado, como inteligência<br />
artificial, Machine Learning, Big Data, programação,<br />
entre outros. Temas que geram impacto, também, na<br />
economia do país.<br />
Enquanto não houver essa mudança comportamental,<br />
continuaremos com profissionais que só se<br />
preocupam com o salário e com o cargo, deixando<br />
de lado o foco no resultado, a real produtividade e a<br />
capacidade de assumir riscos.<br />
Foto: divulgação<br />
82 referenciaindustrial.com.br AGOSTO <strong>2019</strong>