MERCADO E mbora a exportação brasileira de compensados de pinus e serrado de madeira entre 2011 e 2018 tenha sido crescente, a situação atual das exportações tem preocupado os especialistas. Após 8 anos consecutivos de expansão, <strong>2019</strong> tende a ser o primeiro ano de retração. Em agosto e setembro de 2018, o setor se destacava em um momento positivo do mercado e um impulso no aumento das exportações de compensado de pinus e madeira serrada. No entanto, em maio de <strong>2019</strong>, uma análise feita com foco na exportação de compensados de pinus, percebeu uma queda de 31% no volume exportado nos meses de março e abril deste ano. Foi revelado, então, que o que havia causado a redução da demanda pelo produto brasileiro havia sido o efeito das condições climáticas negativas durante a temporada de construções nos EUA (Estados Unidos da América). Os dados foram publicados pela Forest2Market do Brasil - empresa que possui um banco de dados atual e exclusivo de transações entregues e uma abrangente infraestrutura de coleta de dados. Por outro lado, o mercado da construção civil norte-americano (grande driver da exportação de produtos madeireiros brasileiros) ganhou destaque por ter tido o melhor desempenho mensal desde 2007. Marcelo Schmid, sócio-diretor da Forest2Market do Brasil, afirma que: “esse pode ser um sinal que indica o início de uma temporada de construção tardia que traz ao mercado de construção norte-americano esperanças de um final de ano positivo”, analisa. Sobre a indústria brasileira, Schmid alerta: “a situação atual das exportações do mercado de compensados de pinus tem preocupado bastante”. Apesar da tendência da exportação entre 2011 e 2018 ter sido crescente (como apresenta a figura 01), para alcançar o volume exportado em 2018, o Brasil teria que exportar mais de 105 mil toneladas por mês até o fim do ano. Porém, nos últimos três meses (agosto, setembro e outubro), a média mensal de exportação foi de 83 mil toneladas. Após um excelente crescimento no mês de maio, todos os meses seguintes tiveram retração, quando comparados aos mesmos meses no ano passado, conforme demonstra a figura 02. Marcelo revela, ainda, que “a expectativa para o fechamento de <strong>2019</strong> não é positiva, provavelmente será o primeiro ano de retração desde 2011”. MADEIRA SERRADA “No caso da madeira serrada, o caminho parece ser o mesmo”, alerta Schmid. Para alcançar o volume exportado em 2018, o Brasil teria que exportar mais de 115 mil toneladas por mês até o fim do ano, conforme apresenta a figura 03. Entretanto, nos últimos três meses, a média mensal foi de apenas 79 mil toneladas. Embora o saldo da comparação das exportações de <strong>2019</strong> com 2018 ainda seja positivo, o ritmo vem caindo desde junho. Marcelo ressalta que “nos meses de agosto, setembro e outubro o Brasil exportou 79% a menos que nos mesmos meses de 2018.” O fato é demonstrado na figura 04. Figura 01. Evolução anual da exportação de compensados de pinus brasileiro *Até o mês de outubro Fonte: Comex, adaptado por Forest2Market do Brasil Figura 02. Comparação mensal do volume de compensados de pinus exportado em 2018 e <strong>2019</strong> 56 www.referenciaflorestal.com.br
Dezembro <strong>2019</strong> 57