Revista SECOVIRIO 119

ENTREVISTA • MILTON TEIXEIRA
O Rio de Janeiro tem a História do país cravejada em cada cantinho da cidade, mas a
população em geral não obtém esses conhecimentos, a começar nas escolas de base. Qual a
importância de nós, cariocas, conhecermos, de forma prática, a nossa história?
Já dizia o intelectual Augusto Rodrigues: “Se quisermos atirar a pedra adiante, temos que puxar a
borracha do estilingue para trás.” Ou seja, nós temos que conhecer bem o nosso passado para
repensarmos o presente e planejarmos o futuro. Então é importante que nós conheçamos o que já
foi feito diante de nós e que custou a vida de muitos cariocas para ser erguido. Uma cidade que
surgiu no meio de uma guerra e quase acabou ali. Então é importante que nós conheçamos os
sacrifícios que foram reservados para que o Rio (de Janeiro) passasse a existir e se tornar esta
grande cidade. Tudo isso serve para conhecermos a base e poder amá-la melhor. Não podemos
amar aquilo que não conhecemos.
MILTON
Qual o perfil do seu público e quantas pessoas, em média, participam
das atividades turísticas?
Dependendo do roteiro, podemos ter de 150 a 400 participantes. A grande maioria é de cariocas.
Há, porém, moradores de regiões vizinhas, há estrangeiros, brasileiros de outras partes do Brasil,
pessoas de todas as idades, desde crianças, em nível de 1º e 2º grau, até adultos. Não há um perfil.
A única coisa que os une é o desejo de conhecer a cidade do Rio de Janeiro de uma forma leve e
tranquila.
Sempre procuro acrescentar humor porque isso faz parte do carioca, inclusive de coisas muito
sérias. Eu, recentemente, fiz um passeio no Cemitério da Penitência, no qual fui de vampiro, que
nomeei de “Nós Ferrados”, e foram 300 pessoas. E eu procuro sempre criar atrativos para
movimentar o projeto, trazer para o lado mais leve, tirar o peso histórico. Tem funcionado muito
bem.
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MILTON
SECOVI RIO / 2020 / nº 119 118 / 15